Brasil

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Feito de ossos, de sangue,

Dos crimes e prepotências,

Da destruição dos mangues

E das podres condições de existência.


No começo, havia uma irmandade,

Companheirismo esse que foi abalado

Por uma suposta superioridade

De uns conjuntos armados.


Depois, um assalto, o saque das riquezas,

A invasão que dizimou todas as culturas

Dizimou até mesmo a natureza,

Se usando de desculpas hipócritas e impuras.


Aqui o comércio reinou:

Primeiro, com tintas e madeira,

Lucraram, até que isso se esgotou

E então tiveram de achar outra maneira.


Segundo, com um interminável plantio

Que adocicou a vida dos nobres

Mas deixou um amargor doentio

Na boca de todos os pobres.


Terceiro, com pedras preciosas,

Extraíram com ela a possibilidade

De um futuro sem ervas venesosas,

De um futuro com prosperidade.


Quarto, com uma bebida energética

Que abençoou os cofres já lotados,

Mas que humilhou a ética

E todos aqueles desalmados.


O quinto foi vendido em todos os itens antecedentes,

Pobres almas, comercializadas por vingança,

Que se transformaram em indigentes,

E delas, só resta uma vaga lembrança.


Depois disso, nada mudou,

A nobreza permaneceu assim,

A vida não melhorou

E a angústia do povo não teve fim.









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