Poeira

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Depois de velejar por tão sombrios oceanos

Consegui um lugar para atracar

O meu barco cigano

Cansado de tanto viajar


Ancorei-me na praia do lado

Das palmeiras e coqueiros

Que quanto mais eu desbravo

Mais eu vejo mundos inteiros


No meio dessas escuras florestas

Escondidas atrás da areia

Há uma criatura de virtude modesta

E encantadora como sereia


Acho que ancorei-me no seu torpor

E entrelacei-me nesse universo

Porque não sei mais viver se não for

Desse modo controverso


Contudo, minha realidade é infeliz

Porque apesar de tudo, ancorei-me na areia

E, assim, tudo que eu sempre quis

Poderá se transformar numa fina poeira.






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