Liebestraum

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Sinto o gelo deslizar pela carne crua

Do meu peito mastigado pelos caninos 

Da bruta névoa da raiva nua

Flamejada do horror de quando era menino:


Fantasma assombrado pelo olhar dos mortos

Protegido no véu transponível da solidão

Lacrimejava Noturnos pelos ouvidos tortos

Cansados de uma vida sem perigos na prisão


Mas o gelo esquenta-me o carcomido coração

O fogo derrete as barras de ferro da minha jaula

Borbulha um Liebestraum das mudas sonatas


Cujo poeta renasce sempre em mesma data

O dia em que recordo-me da lição da melhor aula:

A prisão da minha infância converteu-se numa livre paixão




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