Velejar

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Com meu barco a velejar

Sei que não pararei por nada,

Por que temer a morte

Se posso transformá-la em risada?


A morte é só a quebra de uma dessas ondas

Que logo depois ressurgem no horizonte

Então por que devo me preocupar

Se estarei aqui, sempre construindo novas pontes?


Quase como um engenheiro, construo essas conexões

Entre os mares, as ventanias e os furacões

Desbravo esse oceano tão grande

Que será que há nele?


Essas pequenas lágrimas que caem do céu

Como um choro de clemência dos que não se encontram aqui

Reflete a condição de réu da vida

Desses que acabaram de partir


Reflete a tristeza de quem ainda vive

O egoísmo de quem não aceita a submissão

O ódio que estrangulou milhares de mundos...


Mas que sempre retorna para nos amaldiçoar

Parece um fantasma cíclico

Mas se isso não se evita, pra que chorar?


Pouco me importa o destino final,

O que seria da vida senão as paisagens que colecionei?

Isso que existe, isso que é real!







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