O tesouro de um esquizofrênico

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Das estrelas douradas que fogem ao meu coração

Escapa-me do peito o negror da ampulheta

Das janelas foscas mergulhadas em depressão

Ruge o vento safírico dos atos de Julieta


Como podes ser teu próprio arsênico

Mas ser o elixir que salva-me do encontro ao céu?

Parece-me que reside em um mundo esquizofrênico

Vendo-se como Caim ao invés de Abel!


Em ti afugento-me do tempo e do espaço

Resguardo-me no azul sangrado pelas tuas janelas

Oceano protegido pelo brilho dos seus tímidos louros


Que montemo-nos o quebra-cabreça num abraço

Aprisionando Julietas e Cains numa esquecida cela

Que sintas escorrendo pelos olhos o valor do teu próprio tesouro


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