Leitura 16

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Clara fica em silêncio, não tinha uma resposta para Helena. Mas sabia que apenas suportava as situações com Theo.

- Não sabe? - questiona Helena e Clara permanece quieta.

- Certo, um silêncio ensurdecedor. Significa que é mais pro sim do que pro não. Mas quando tiver a resposta, caso tiver, estarei aqui para ouvir, só espero que não seja tarde e que consiga ver que algumas coisas não são só questão de prazer, e sim de conforto.

Clara ouve as palavras ditas por Helena, mas a mesma não teve o que falar, apenas se despediu com um simples sorriso e se retirou dali.
E para sua surpresa quando estava para sair do prédio, a mesma encontra novamente uma conhecida de anos, irmã de seu amigo, Ben. Enquanto estava saindo do prédio, Paula estava para entrar, porém, ambas não se reconhecem de imediato, então Clara e Paula permanecem andando. Até que Paula percebe a semelhança que a mulher lhe passava.

- Clara? - diz se virando e se direcionando para a mulher.

- Paula! Tudo bem? - fala enquanto abraça a outra.

- Sim! Tudo sim, e você? - ambas saem do abraço.

- Estou bem também, sua mãe também veio ou você veio sozinha?

- Ela veio, mas está com o Ben. Já sabe né? Anos sem ver, aí quando junta não tem pra ninguém. É a mãe e filho o resto do tempo. - a mulher ri e Clara a acompanha no humor.

- Realmente, deve ter provocado bastante saudade.

- Você está morando aqui agora?

- Não não, na verdade estava de saída. Só vim visitar uma amiga mesmo que estava se sentindo meio mal.

- Estava com a Helena?

- Estava sim.

- Entendi... Clara, você continua com o Theo? - fala a analisando.

- Continuo sim, ainda casados. Por que a pergunta?

- Nada, é porque muitas coisas mudaram durante esses anos. Era só uma dúvida mesmo...Bom, eu já vou indo porque estou um pouco atrasada. Tchau! Espero te ver novamente.

- Tchau! Até a próxima!

Clara então sai e adentra em seu carro, assim como Paula que se retira e entra no prédio. A mulher ficou sim desconfiada com a presença de Paula, mas não poderia fazer nada a respeito.
Ela então liga seu carro e no meio do caminho sente a ausência de seu celular, e lembra que havia deixado o mesmo em cima da mesa antes de sair.

- Não é possível que eu tenha esquecido.

Fala enquanto estaciona o carro e em seguida procura o aparelho em sua bolsa. E ao perceber que teria realmente esquecido, ela apoia sua cabeça no volante e logo ergue novamente passando seus dedos entre seus fios tentando lidar com o estresse.

- Preciso de um carro pra dirigir sozinho. - diz colocando seus óculos novamente e voltando para o volante, seguindo rumo a casa de Helena mais uma vez.

[Casa d Helena on]

Assim que Clara saiu havia ficado apenas Helena e Farofa em casa. A tarde com Clara havia sido ótimo para Helena, que estava pensando naquilo desde que a mulher saiu de sua casa, ela queria negar seus sentimentos, mas não conseguia controlá-los.
Não sabia se Clara realmente gostava dela ou se era algo temporário, e era isso que a incomodava, a torturava só de pensar que Clara estava a usando como um passa tempo, algo quando o Theo não estava disposto ou após brigas. Mas a mulher parecia tomar conta de Helena por inteiro, Clara não saía de sua mente, nenhum dos momentos eram retirados de sua mente, mesmo que tentasse arrancá-los a força.
A mais nova havia percebido que Clara deixou o celular em cima da mesa, teria provavelmente esquecido o aparelho ali. Então com certeza iria voltar para buscar, o que deixou Helena bem alegre até, mesmo após a péssima conversa que tiveram ali.
Ela então aguarda a volta de Clara, e após alguns minutos a campainha toca e a mesma corre para atender, na esperança de que Clara estivesse na porta ou para receber a resposta da mulher ou para devolver seu celular.

𝘊𝘓𝘈𝘙𝘌𝘕𝘈 - Doce amorOnde histórias criam vida. Descubra agora