Hades
Mais uma vez acordo com aquela maldita dor de cabeça, preciso urgentemente parar de sair tarde e voltar ao amanhecer, tenho que entender que já sou a porra de um homem e não um moleque. Olho para o lado e vejo uma loira coberta apenas pelo fino lençol azul.
-Cazzo! Ei, ei moça! Merda eu não lembro o nome dela - digo levantando da cama - sem me importar em estar nu - e cutucando a mulher que logo começa a se mexer e desperta.
- Good morning, Tiger. - diz a loira plastificada. Coloco a mão na testa arrependido de não ter voltado mais cedo para casa e de preferência sem a companhia da loira falsificada.
- Bom, eu acho melhor você ir embora, tenho que trabalhar e não posso ficar lhe dando atenção. Não sei se a noite de ontem foi boa, pois não me lembro, então bom dia para você também. - digo curto e grosso. Ofendida a loira se levanta, pega suas coisas e sai correndo do quarto, deixando-me para trás com uma ressaca foda de final de semana.
Meu nome é Hades Salvatore e sou o herdeiro mais velho da fazenda dos meus pais, Santhiago e Luísa Salvatore. Administro tudo que entra e sai da fazenda, nada passa sem eu ver, assumi a administração quando completei vinte e cinco anos, nessa época meu pai me ajudou muito nos negócios. Assumi a fazenda, pois ele estava com um tumor e restavam-lhe apenas alguns míseros meses de vida.
A porra da nossa vida virou do avesso, principalmente a da minha mãe que era extremamente acostumada a viver grudada ao meu pai, eram considerados um exemplo de casal. Eu me afundei na merda do uísque e das baladas, mas o meu corpo já não aguenta mais o pique. Não quero me gabar, porém sou um homem bonito, cabelos pretos herdados de minha mãe e olhos verdes que vieram do meu querido pai, porém não sou mais tão novo.
Quando meu velho ainda era vivo, eu sorria para todos os lados, porém sempre quieto e na minha, mas eu tinha a felicidade dentro de mim. Depois da repentina morte dele, eu perdi o chão, porque ele era a minha estrutura e minha base.
Sempre fomos grudados, acredito que por eu ser o filho mais velho e porque demoraram para terem outros filhos. Estávamos juntos todos os dias na colheita e adorava ir aos festivais com ele, éramos a família perfeita e ele era a base de todos, não só minha. Quando Ares nasceu, fiquei com muito ciúmes, pois achava que ele me esqueceria.
Flashback on:
Entro no quarto e vejo mamãe com um pacote nos braços e papai ao seu lado me olhando e chamando com as mãos.
- Venha conhecer seu irmãozinho, querido! - fala minha mãe. Olho para trás e vejo Beatrice, minha babá, incentivando-me com as mãos em minhas costas.
Com todo o cuidado do mundo vou em direção a meus pais e sento na cama, consigo olhar um pequeno bebezinho, o mesmo abre os olhos para mim e foi naquele momento que eu prometi a mim mesmo que nada o machucaria.
- Posso segurar? - peço com vergonha e os olhos brilhando.
- Pode sim, campeão. - diz papai entregando-me o pacotinho. Quando peguei Ares em meu colo, nos olhamos e eu percebi que havia ganhado o melhor presente de aniversário de todos. - Eu acho que vão ser melhores amigos. - sussurra para mamãe que ri.
Flashback off.
E ele estava certo: crescemos grudados até que ganhamos mais uma irmãzinha, Perséfone, que era o xodó da mamãe. E nossa primeira separação foi quando tive que sair da fazenda para estudar.
Depois de meu momento de reflexão matinal, levanto da cama, vou ao banheiro e entro no chuveiro para tomar uma ducha e ver se esqueço do meu terror matinal.
- Menino, posso entrar? - escuto do banheiro a voz da minha babá, quer dizer, minha babá de infância que hoje trabalha na casa como governanta.
- Pode entrar, Beatrice. - digo saindo do banheiro com a toalha na cintura. Ao entrar no quarto, Beatrice me vê de toalha, tampa os olhos, joga em mim uma escova de cabelo que estava na escrivaninha e me acerta a cabeça.
-Ai Beatrice, está doida mulher?? - pergunto com um sorriso maroto nos lábios, amo provocá-la, pois sei que a mesma ficaria totalmente envergonhada, mesmo que já tenha me visto nu. - Olha, se eu não gostasse de você mesmo, seu bobo, eu voaria no seu pescoço agora. Não é porque sou baixa que não posso lhe dar uns tapas hem! - diz a mulher de cabelos brancos para mim que rio feito uma hiena. Posso dizer que os únicos que me tiram um sorriso são minha família.
- É melhor ir se trocar logo, sua mãe está lá embaixo esperando-o para o café da manhã. - diz saindo do meu quarto. - E Hades, pare de trazer essas mulheres para casa, pois sua mãe não gosta, querido. - volta e me diz, assinto e caio na real.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nunca vou te deixar
Romance**NÃO ACEITO CÓPIAS, PLÁGIO É CRIME** Atena é uma jovem veterinária, porém não consegue emprego em lugar algum, então acaba tendo que trabalhar na padaria da família.Mas e se uma oportunidade caísse do céu, ela aceitaria? Hades é um homem desiludido...