Capítulo XXXV

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Perséfone

Depois de desabafar na mesa de jantar, subo para meu quarto sendo seguida por Daniel. Entro no quarto, bato com força a porta e me deito na cama.

- Que droga, por que eles são assim? Sempre faço tudo para ser perfeita, mas nunca está bom. – falo nervosa e minha ansiedade começa a atacar.

- Meu amor, você é perfeita, não ligue para o que eles dizem, você é mais do que o suficiente para mim. Perséfone, eu te amo como nunca amei ninguém antes e o nosso amor pode ultrapassar todas as barreiras. – diz Daniel vindo me abraçar e me consolar. Aos poucos, vou me acalmando e voltando ao meu normal. Escuto uma batida na porta... é Ares. No começo não queria conversar com meu irmão, mas acabei aceitando e agora me sinto melhor.

Eu sempre soube que Ares queria o meu melhor, antes dele ir para a França éramos como carne e unha, não desgrudávamos por nada e Hades era mais na dele, porém tinha os momentos que ficávamos todos juntos. Eu desenvolvi ansiedade depois da morte do meu pai e quando Ares foi embora ela só piorou, era apenas uma adolescente com quatorze anos que sentia mal por tudo que fazia, tinha apoio de minha mãe e Beatrice, mas me faltava algo. Depois de dois longos anos conheci Daniel, o melhor amigo do meu irmão do mais velho, o primeiro homem por quem me interessei, mas tinha um pequeno problema, ele era nove anos mais velho que eu.

Sempre o observava de longe, seu cabelo loiro que me encantava e seu sorriso de comercial, certo é que meu irmão nunca permitiria esse envolvimento... Cresci ao lado de Daniel e o observava todos os dias com o propósito de fazê-lo me notar. Quando completei dezoito anos, comecei a provocá-lo e percebia que o mesmo me olhava, mas não podia demonstrar, senão meu irmão nos mataria. Digamos que com o tempo, eu o conquistei.

Daniel não poderia dormir na fazenda esta noite, pois logo de manhã teria uma conferência e aqui ele não tem seus melhores ternos, terei que dormir sozinha, coisa que odeio, pois me sinto protegida com ele ao meu lado. Depois de um tempo, acabo pegando no sono.

Acordo assustada com fortes batidas em minha porta, corro e vejo Beatrice de pijama e nervosa.

- Minha filha, me ajude por favor, é a Atena, ela está passando mal e Hades está com ela no quarto. – diz rápido e com os olhos arregalados. – Leve isso, Hades me pediu. – fala me entregando um copo de água, analgésicos e um pano com álcool.

- Estou indo, vá para a cama, depois lhe mando notícias . – digo saindo do meu quarto e indo em direção à Hades. Chego na porta e bato, espero Hades atender, logo o colocando para fora do quarto.

Deixo as coisas em cima do criado mudo e me sento ao lado de Atena com o pano na mão.

- Atena, ei moranguinho. Você tem que acordar. – encosto o pano em seu nariz, a mesma funga e abre os olhos, porém se retrai. Mas ao olhar meu rosto se tranquiliza, no entanto começa a chorar.

- Ei ei, estou aqui, fique tranquila e me conta o que aconteceu... – digo abraçando-a e confortando-a, mesmo sem saber o motivo pelo qual ela chora.

- Ele...ele voltou, eu nunca vou ter paz, quase aconteceu novamente, quase... – diz soluçando.

- Calma, vamos trocar de roupa e daí podemos conversar melhor, ok? Nesse estado você não vai conseguir ficar bem, venha eu te ajudo.

- NÃO!!!! Eu não quero que me toque, me sinto suja, só quero uma blusa, só! Depois que pegar, pode sair. – diz virando as costas para mim.

- Ok. Como quiser. – digo compreensiva. Vou em direção ao closet de Hades, pego uma camiseta larga e entrego para Atena que a veste rápido. Dou-lhe o analgésico e a água.

- Boa noite, Atena. Quando estiver disposta a me contar, estarei aqui para escutar... Eu te amo. –digo saindo do quarto e vendo Hades sentado na porta olhando para o chão. abaixo e toco seu ombro.

- Ela acordou, dei os analgésicos e a ajudei a colocar uma roupa. Hades, ela não está bem, prepare o quarto de hóspedes para você, amanhã vocês se falam... Boa noite.

Saio dali e volto para meu quarto, mas fico pensando no que aconteceu para deixá-la naquele estado. Entendo que agora ela precisa de um tempo, pois seu olhar era de dor e estou triste em não poder ajudá-la.

Nunca vou te deixarOnde histórias criam vida. Descubra agora