Nunca vou te deixar

Capítulo XXVII

Hades

Acordo com o som do despertador, levanto e vejo que já são sete horas. Pietro ligou e disse que chegaria depois do almoço, admito que agradeci, pois logo de manhã tenho muitas coisas para organizar na fazenda, sendo uma delas receber a boiada de um novo fornecedor.

Tomo um banho vigoroso, coloco uma roupa e sinto-me bem para começar o dia. Desço para a cozinha, encontrando minha mãe, Ares, Perséfone e Beatrice tomando café da manhã.

- Bom dia, família, dormiram bem? – pergunto dando um beijo nas mulheres e um abraço em meu irmão.

- Oi maninho, dormimos muito bem, mas parece que você dormiu melhor... esse sorriso revela. –fala Perséfone comendo uma fatia de queijo com geleia.

- Acho que essa felicidade tem nome e sobrenome, Atena Santini, não é mesmo irmãozinho? – diz Ares rindo da minha cara.

-Por que você não cala a sua boca e vai procurar a sua tão amada médica?! – provoco.

- Chega vocês dois! Hades, pare de provocar seu irmão e você também, Ares. Senta aí, Hades, e come algo, hoje o dia vai ser longo, pois temos visitas. – pronunciou Mamma brava.

- Ok meninos, vocês escutaram a mãe de vocês, parem de falar e comam mais. – diz Beatrice rindo escondido.

Sento rindo e começo a tomar meu café da manhã ao lado deles. Depois de me alimentar, levanto da mesa e aviso a Beatrice que Pietro virá para o almoço. Vou em direção a entrada da fazenda, recebo o fornecedor dos bois e o direciono para colocar os animais em um estábulo mais afastado onde podem ser melhores cuidado.

Penso que o dia ficaria lento na parte da manhã, mas me engano, logo são onze horas e tenho que me apressar para ir receber Pietro. Ainda converso com Ramón para decidirmos quais árvores vamos plantar numa área vazia.

- Eu acho que laranjas e maçãs podem ser uma ótima escolha, são as frutas que eu mais gosto e fáceis para as crianças colherem e comerem durante o dia. – explico para Ramón.

- Se o senhor diz, patrão, então vamos fazer, o senhor que manda. – fala Ramón contente com a plantação. – Patrão, esqueci de falar para o senhor, mas as uvas da colina estão cada dia melhores, logo logo poderemos vendê-las na cidade e garanto que teremos um ótimo sucesso na feira.

- Então tudo certo, fico muito feliz com essa notícia e quando você achar que está tudo pronto para a venda, me avise. Boa tarde para você, Ramón.

Vou andando para casa e no caminho percebo o quão sortudo eu sou por ter essa terra toda para poder plantar e ter animais. A fazenda tem exatamente oito hectares que meu pai distribuiu muito bem. Dois hectares são para as plantações e colheitas que alimentam as famílias da fazenda e nossa família; outros dois são para os animais, um para pecuária e o outro são para animais vivem na fazenda; um hectare é para a mata que não temos planos em mexer, pois lá temos também a cachoeira que é o lugar que muitas das crianças da fazenda passam a tarde depois da escola. As casas dos funcionários ficam em apenas um hectare, porque - apesar do tamanho da fazenda - temos poucas famílias morando aqui. Os hectares que faltam são da casa principal onde nós moramos, lógico que a casa não ocupa todo o espaço, mas ele é todo separado para isso. Eu agradeço todos os dias por ter conseguido administrar esse belo lugar, A fazenda Salvatore.

Chego em casa, ouço risadas e vejo malas espalhadas pela sala, vou entrando e encontro todos na sala de jantar conversando e almoçando.

- Olha se não é o dono da porra toda? – diz Pietro levantando da cadeira com os braços abertos.

E que comecem os discursos ...