Capítulo XV

2.1K 126 0
                                    

                                                  Atena

Estou desesperada, preciso resolver o assunto de Filipo e a pergunta é: como?

Ele não pode de jeito nenhum sair daqui, eu sei que não temos nenhum parentesco, mas eu o sinto como um filho e não sei o que faria se o "tirarem de mim"...

Preciso ligar para papai, quem sabe ele possa me ajudar. TRIM TRIM!!! Parece até que ele me ouviu, tiro o telefone do bolso e atendo.

- Papà, que saudades! Como está? E a nonna? -indago animada.

- Querida, eu preciso que venha para a cidade o mais rápido possível, a vovó está no hospital. -nessa hora meu coração para, eu não posso acreditar. - Atena? Querida, está aí? - diz preocupado.

- Estou, chegarei na cidade em uma hora. - falo no automático.

- Ok meu bem. - diz desligando.

Minha nonna está mal e eu não sabia. Que tipo de neta eu sou, como posso pensar só em mim e esquecer as pessoas mais importantes da minha vida? Na mesma hora, largo o que estou fazendo e vou correndo comunicar Hades.

Não posso nem pensar na hipótese da Nonna ficar doente, se algo lhe acontecer meu coração vai junto...

                                                 Hades

Estava discutindo com Ares e Daniel sobre as exportações dos gados da fazenda quando escuto um estrondo vindo da porta.

- Hades, preciso falar com você. - a ruivinha diz com os olhos cheios de lágrimas.

- Atena, estamos em uma reunião importante, pode voltar... - diz Daniel sem olhá-la, porém não o deixei terminar.

- Saiam! AGORA! - digo bravo depois de vê-los parados. Os dois se retiram da sala.

- O que aconteceu? - pergunto agora calmo, mas preocupado.

- Minha avó está no hospital e eu preciso vê-la urgentemente, vim pedir para me deixar sair mais cedo... ou melhor, vim comunicá-lo. – diz ansiosa e com lágrimas nos olhos.

- Meu Deus, Atena, eu não sou um monstro! É claro que pode ir, ou melhor, vou levá-la, porque se for esperar um transporte não chegará hoje. -digo já me levantando e pegando as chaves da caminhonete.

- Obrigada. – agradece avoada e vou guiando-a até o carro.

Durante a viagem não pronunciou nem uma palavra, só conseguia ouvir seus murmúrios de choro, pego em sua mão, pois nesse momento não importa se nos damos bem ou não.

Atena sempre foi ligada na avó, dona Margarida, e quando era criança a senhora nos recebia em sua casa para lancharmos e vivia pegando em nosso pé, de brincadeira claro.

                                                 Atena

Durante o caminho, percebi que naquela hora tudo andava em câmera lenta, até sentir a mão de Hades junto a minha, foi como se eu encontrasse paz no meio da guerra.

- Vai ficar tudo bem, eu estou aqui. - falou Hades tentando me consolar. Sorri fraco em resposta.

Nunca vou te deixarOnde histórias criam vida. Descubra agora