Capítulo XLIV

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Atena

Depois que sonhei com minha bebezinha tudo mudou, eu percebi que não foi minha culpa perde-la, fiz de tudo para protegê-la, mas foi melhor ela ter virado um anjinho, eu não estava pronta para ser mãe e ela está melhor no céu ao lado de sua avó e bisa. Decidi seguir minha vida sem pensar no passado e nos erros que cometi, sem ficar pensando em outras alternativas para o passado, tudo aconteceu da maneira que devia.

Hoje acordei com a motivação de ser o melhor de mim em todos os aspectos, principalmente, o familiar e o amoroso. Levanto de minha caminha e vou cantando "Mamma Mia" até o banheiro e aproveito para pegar minha escova de dente e invocar a Donna Sheridan.

-♫♫ Mamma mia, here i go again

My, my, how can i resist you? ♫♫ Ai!!! - continuo cantando até que bato o dedinho na porta e sinto uma dor descomunal, sendo capaz até de ver estrelas. – Cazzo, senhor, como isso dói! –choramingo.

Paro de sofrer ao perceber que meu celular está tocando e vou correndo até minha cama e pulo na mesma pegando o celular.

- Alô. – falo ao celular enquanto seguro meu dedinho e sofro.

- Olá querida, sou eu, papai, como você está, meu bem? - escuto a voz de papá e minha dor ameniza.

- Oi papá, estou muito bem e o senhor? A Anna está bem? Posso saber a causa, razão ou circunstância dessa ótima ligação logo cedo? –rio e escuto a risada de papai do outro lado da linha.

- Estamos bem, querida, Anna me disse que quer que você venha um dia com Filipo para almoçarmos e ela fazer sua sobremesa favorita. O que você acha desse final de semana?

- Tudo bem, vou falar com Filipo e no final de semana estaremos aí. Papai, posso levar o Hades também?

- Claro! – escuto ele dizer com uma certa dificuldade e escuto Anna por trás da ligação falando para ele deixar de ser ciumento.

- Agora tenho que trabalhar, depois nos falamos papá, te amo! – despeço dele enquanto penteio o meu cabelo e passo o creme.

- Tchau meu bem, Anna lhe mandou um beijo, nos vemos então, te amo! – responde desligando.

Termino meu cabelo, escovo os dentes e troco meu querido pijaminha de oncinha por uma calça jeans rasgada no joelho, uma blusa xadrez vermelha, o chapéu e as botas pretas. Passo o batom e um rímel somente, bem básica.

Saio de casa com café em uma mão e um pão com manteiga na outra, pois estou levemente atrasada e não é porque estou saindo com o patrão que posso ficar atrasando, sou uma funcionária de respeito, isso sim. Ando até o estábulo, enquanto como e penso em um jeito de convidar Hades para passar o final de semana conosco, tenho alguns dias para perguntar, pois ainda é segunda.

Chego ao estábulo e começo a procurar Eduardo, que tem sido cuidado por Filipo e Ramón em algumas ocasiões. Preciso fazer uma roupinha para ele, porque o inverno já está chegando e também o festival, estou muito animada para isso. O festival tem danças clássicas que todos da cidade sabem dançar e a maioria das pessoas vai em casal e família e eu desejo que Hades me convide.

Vou entrando no estábulo, pois preciso arrumá-lo, porque saí mais tarde no dia que aquele imundo esteve aqui e depois passei grande parte do meu tempo na casa principal. Esse final de semana, fiquei com a família Salvatore, pois aconteceu no sábado a presença de Pietro, mas hoje é um novo dia, um recomeço. Começo a arrumar o estábulo e a pensar em Hades, logo estou cantando...

-♫♫ So this is love, mmmm

So this is love

So this is what makes life divine ♫♫

Nunca me senti daquele jeito e só de lembrar já me surgem borboletas no estômago. Continuo cantando, mas me assusto quando sinto mãos em meus olhos e beijos em meu pescoço.

- Adivinha quem é!! – sinto a barba de Hades que começa a pinicar me fazendo rir.

- Hum... talvez o gostoso do meu patrão? Mais conhecido como Hades. – rio quando ele tira as mãos de meus olhos e me vira começando a beijar meu rosto até chegar em minha boca.

- E não é que você acertou em cheio! – me dá um selinho e um aperto na cintura. –Trouxe uma rosa vermelha para você, achei linda e me lembrei de você, querida. – entrega a flor e começo a cheirá-la, dou-lhe um beijo de agradecimento.

- Obrigada Hades, eu amei! – abraço ele bem apertado.

- Eu estava pensando se você não quer ir ao festival comigo, o que acha? Podíamos vender juntos na barraquinha... –me puxa para sentar com ele no feno e me coloca em seu colo, continuando a dar atenção ao meu pescoço.

- Ei mocinho, eu acho melhor pararmos, senão daqui a pouco... – não termino, pois ele me rouba um beijão.

- Daqui o que? Me diz meu bem! Daqui a pouco estaremos nós dois juntos nesse chão!!! Ai Atena, você não sabe o quanto te desejo, você está sempre nos meus sonhos mais quentes... –depois dessa revelação meu rosto se torna um morango de tão vermelho, sinto a pele queimar...

- Meu Deus, Hades!!! – cubro meu rosto com as mãos e ouço a risada rouca do mesmo. – Bom... estou atrasada já, preciso arrumar aqui e sim, eu aceito ir ao festival com você. – beijo sua boca uma última vez e corro para cuidar de Dante dando risadinhas.

O resto do tempo passei cuidando e conversando com os cavalos e no final do dia fui tomar um café com Janette, pois fazia um tempo que não nos víamos. Contou mais sobre os trâmites da adoção de Filipo, ela entendia um pouco, pois sempre conversava com o diretor da escola que lhe falava a situação do menino. Não havia comentado, mas estou com um grande interesse em adotar Filipo. Nós poderíamos viver muito bem aqui na fazenda, teria carona para ir à escola, amigos na fazenda e o dormitório que fico é grande, tendo espaço para nós dois, e amor nunca iria faltar.

Depois de ficar o final da tarde na casa de Janette, voltei para o estábulo e terminei minhas tarefas. À noite saio do estábulo comendo uma maça, que havia levado para o café da tarde. Quero chegar em casa logo, fazer uma macarronada para o jantar e abrir uma boa garrafa de vinho.

- Atena!!... Atena! – olho para trás e vejo Perséfone correr em minha direção. – Ei sua doida! – pula em mim.

- Oi amorinha! O que está fazendo aqui essa hora? – dou um abraço e um beijo na bochecha dela.

- Eu vim jantar com você, Dani está na casa dele, não pode vir hoje e eu não queria comer em casa... Se você não quiser, não ligo, vou do mesmo jeito... – rio por seu jeito único e a puxo para casa.

- Sempre será bem-vinda! – entro em casa e preciso urgentemente atualizar Perséfone das fofocas.

Nunca vou te deixarOnde histórias criam vida. Descubra agora