Capítulo I

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Atena

Sou uma jovem de vinte e quatro anos, tenho cabelos ruivos, olhos azuis e, digamos que, possuo um humor duvidoso durante a manhã, porém me basta ver o movimento da pequena cidade que logo meu humor muda. Meu pai me deu a melhor educação que pôde, ele teve que assumir todas as responsabilidades - tanto dele quanto as de minha mãe, Sarah - quando minha mãe faleceu em meu parto, pois o mesmo era de risco, porém ela não hesitou nem por um momento em me escolher e com isso a perdemos. Mesmo sem tê-la presente, sempre tive a presença da minha avó Margarida, a qual é como uma mãe para mim. Nonna é o jeito carinhoso que eu achei para chamá-la.

A senhorinha fundou a padaria ainda jovem com seu falecido marido, Frederico, o qual era e é o amor de sua vida. O meu nome foi dado por nonna, porque o viu em um comercial de sabonetes - sim sabonetes - e achou a personagem linda, assim invocou que meu nome seria Atena e fez meus pais aceitarem.

Formei com maestria na pequena escola da cidade e logo depois fui para a cidade vizinha estudar em uma universidade modesta. No começo estranhei ficar em outra cidade, mas foi melhor para mim, depois de tudo que passei. Com o tempo me acostumei e, depois de longos cinco anos,

consegui formar em veterinária especializando-me em animais de grande porte.

Voltei para a cidade há um ano e desde então estou trabalhando na padaria da família, porém estou preocupada por não achar nenhum emprego em minha área. Acabo meu dia na padaria e a fecho, chego em casa e estranho o silêncio, pois sempre sou a última a chegar.

- Papà, cheguei meu velhinho!! Nonna?? Cadê esse povo?? - corro para o quintal e vejo a pequena senhorinha cantando mais uma de suas músicas mexicanas, a maior paixão de vovó depois de mim, enquanto colhia os grandes e deliciosos morangos do jardim. Como atrevida que sou chego por trás e coloco as mãos na cintura de nonna e lhe dou um susto que logo é retribuído com um tapa no braço, branca como sou fiquei vermelha e olhei para ela com uma cara de indignação.

- O que é isso, dona Margarida? Você sempre foi contra o papà me bater e agora vem com essa hipocrisia e me dá um tapa! - digo provocando-a.

- Cazzo!!! Sua menina atrevida! - a velhinha corre atrás de mim como se fosse um foguete, quer dizer, como uma pequena tartaruga.

Depois de conseguir escapar sem muito esforço, entrei em meu quarto com a temática de cavalinhos, um pouco infantil, porém eu gostava. Fui logo me deitando na cama e comecei a ver o jornal - classificados - tentando achar um emprego de veterinária, porém mais uma vez sem sucesso. Graças a isso, veio a sensação de insuficiência e logo sinto um bolo formando-se em minha garganta e, decidida a acabar com essa sensação, resolvo ir ao mercado para fazer pequenas compras para casa. Nessa hora, onde quer que papai esteja logo ele vem para o jantar. Toda vez que ele me vê chorar, sei que se sente culpado mesmo não tendo um sequer milímetro de culpa.

Depois que faço as compras, no caminho de casa, vejo uma caminhonete preta passando e percebo que se trata de alguém da família Salvatore ou, podemos dizer, a família mais rica da cidade. Só os conheci quando era criança, pois minha mãe era a melhor amiga de Luísa Salvatore - a matriarca da família - que em consideração a memória de mamãe quis me conhecer. Eu também pude conhecer os herdeiros, para ser mais exata os três herdeiros: Hades, o mais velho; Ares, o do meio; Perséfone, a caçula.

Possuía uma boa relação com Ares, adorávamos brincar de pega-pega, já Perséfone era minha melhor amiga, sempre andávamos juntas e gostávamos de brincar de bonecas e princesas. Agora com Hades, o assunto era diferente, pois ele não gostava de me ver ao lado de meninos, mas nos dávamos bem apesar de tudo. Eu sempre tive um crush nele, mas ele nunca me olhou, talvez porque eu fosse criança e ele um adolescente.

Nunca vou te deixarOnde histórias criam vida. Descubra agora