Kiss Me - Tom Kaulitz

015

Estou nervosa. Não tenho insegurança com meu corpo, mas um certo alguém me deixa assim. Saio do banheiro usando meu biquíni, com uma blusa por cima. Olho ao redor vendo algumas pessoas tirando foto dos meninos. Astrid já está sem o chapéu. A cacetada de teorias que surgirá vai ser grande. Estão todos na água se divertindo. Sento debaixo do guarda-sol e os observo. Queria estar lá, mas penso que talvez estragaria a diversão. Tiro a blusa, olhando ao redor para ver se não tem nenhum tarado, e passo bronzeador. Estendo a toalha e deito ali. Um barulho de latinha se abrindo chama minha atenção. Olho para o lado vendo Tom me secando. Solto um riso baixo ao o ver desviar o olhar.

- Não precisa fingir que não quer olhar, pode até encostar - repito suas palavras de ontem, achando graça.

- Já que você diz... - ele se aproxima com a mão boba.

- Sai fora Kaulitz - digo me levantando e me cobrindo com a toalha.

- Tava de zoeira moreninha - Tom diz bebendo um gole de sua cerveja - Não vai entrar?

- Não, você sabe que não sou fã de água salgada - olho para o mar suspirando - não quero ir.

- Querer não é poder - ele diz limpando os lábios - Se você não entrar agora, te levo na mara.

- Não, Tom, não quero entrar - me afasto dele que anda lentamente em minha direção - ASTRID ME AJUDA!

Após o meu grito, é dada a largada. Tom corre atrás de mim a toda velocidade. É horrível correr de biquíni. Empurro as pessoas de minha frente, tentando fugir do garoto de tranças pretas. Corro até um lugar onde há varias barracas de comida, me escondo atrás de um trailer. Sento ali tentando recuperar o fôlego. Olho por baixo do automóvel vendo Tom perdido. Uma mosca gruda em meu cabelo desviando minha atenção do garoto. Quando olho novamente, ele não está mais lá. Onde ele foi parar? Saio daqui ou fico? Levanto e espio por cima do trailer. Um vulto surge em minha visão periférica me empurrando na areia.

- Te peguei moreninha - olho para cima vendo Tom com um sorriso triunfante.

Tento sair dali mas ele segura os meus braços. Minha respiração está ofegante assim como a dele. Sua boca entreaberta me chama atenção. Ficamos nos olhando por alguns instantes. Tom por cima de mim não faz bem para meu coração. Posso imaginar tantas coisas. Tantas possibilidades. Ele me olha com intensidade, com os olhos em meus lábios, se aproximando. Dou uma joelhada em sua virilha, fazendo-o arfar de dor. Aproveito a brecha e fujo dali. Corro de volta a praia, dando de cara com Gustav.

- Acho que também vou entrar na brincadeira - ele sorri, correndo atrás de mim.

- PAREM COM ISSO - tento dizer - EU NÃO QUERO ENTRAR.

Quando percebo, todos estão correndo atrás de mim, até Astrid. Eles me encurralam. Me cercando como uma ovelhinha pega por lobos. Levanto as mãos fingindo derrota. Quando Tom se aproxima, tento dar a volta por ele, mas seus braços me pegam antes que eu consiga. Ele me joga por cima do ombro. Astrid ri e mostro o dedo do meio.

- Vamos negociar. Se você não me jogar no mar, te faço um bolo - proponho.

- Quero outra coisa - sinto um sorriso em seus lábios - um...

- Olá, parecem que estão se divertindo - uma garota diz. Olho para o lado vendo ser Avril. O que ela está fazendo aqui? - Obrigada por me convidar, Tom.

Convidar? Não acredito que ele chamou ela. Eu gosto de Avril, mas era pra ser um encontro entre amigos, para a gente conversar. Tom me larga olhando para ela. Seu corpo é lindo de morrer. De repente a insegurança que eu tinha, triplicou.

- Que bom te ver Avril - sorrio.

- Digo mesmo Amelie - ela me lança um olhar amigável - Oi Tom.

Ela se aproxima do mesmo que a beija. Saio dali os deixando a sós. Bill e Astrid sumiram. Vejo Gustav e Georg sentados debaixo do guarda-sol.

- Oi - suspiro, sentando entre eles.

- Oi - respondem.

Fico olhando Tom e Avril de longe. O casal mais famoso do momento. Mesmo eu que não sou muito de ver as redes sociais, sei disso. Acho que ambos tem sorte. Avril além de ser linda, é simpática. Tom é engraçado, bonito, e forte, tem olhos lindos, um piercing perfeito, tranças chamativas, uma boca... uma boca... Mas que merda. Por que estou pensando assim dele, sendo que sua namorada está aqui presente?
Esfrego minhas têmporas tentando pensar em outra coisa.

- Você está bem? - questiona Gustav.

- O que? - pergunto voltando para o planeta terra - A sim. Estou bem.

- Você diz uma coisa mas sua cara diz outra - afirma Georg.

- Mas estou bem sim, só estou cansada - minto. Não estou bem. Sinto meu estômago embrulhado.

- Oi galerinha - fala Astrid ao lado de Bill - Olha o que trouxemos.

Vejo na sacola vários tipos de picolé, salgados e sucos.

- Achei que vocês estavam fazendo outra coisa pela demora - Georg provoca, recebendo um leve chute de Bill. As bochechas de minha irmã coram. Eles estavam sim fazendo outra coisa.

- Aquela é a Avril? - pergunta Bill olhando para onde está Tom - Não sabia que ela viria.

- Ninguém sabia - diz Gustav.

- Tom a convidou - forço um sorriso.

- É sério?! - Astrid exclama olhando para Bill surpresa.

Sentamos todos em um círculo, conversando sobre coisas aleatórias. Tom está ao lado de Avril. Suas mãos sobem e descem pela perna da garota. Contenho uma careta.

- Vocês gostam de tomate? - pergunta Avril de repete.

- Eu gosto - responde Astrid.

- Tomate é uma fruta ou legume? - pede Gustav bebendo um suco de laranja.

- Fruta - falo.

- Legume - Tom se intromete.

- O que? Não é legume - semicerro os olhos.

- Não é fruta - ele rebate.

- Claro que é, seu animal - me estresso de repente.

- É um legume idiota - ele ri ao ver minha reação.

- Gente... parem - Bill tenta ajudar.

- Ela tem semente e nasce de uma flor, portanto, é fruta - ignoro o Kaulitz mais novo. Todos nos olham espantados, em nosso debate sobre tomate.

- Toda fruta é doce, e tomate não é doce - refuta Tom com os olhos em chamas.

- Qual é o seu problema de aceitar que estou certa? - cerro o punho.

- Qual é o seu problema de aceitar que está errada? - Tom franze o cenho.

- É FRUTA!

- É LEGUME!

Nos levantamos ao mesmo tempo nos olhando com raiva. Eu sigo uma direção, e ele outra. É claro que é uma fruta. Por que não seria? É uma fruta ou não? Droga Kaulitz. Por que você tem que ser tão insuportável? Bagunçou todos os meus pensamentos.