Atualmente (2010)
- Amelie, onde você deixou meu esmalte preto? - pergunta Astrid revirando meu quarto.
- Debaixo do lençol ali - aponto para a cadeira - porque você está tão apressada assim?
- Você que deveria estar apressada, a gente vai ir à uma festa! - ela grita alegre.
Alguns amigos de Astrid a convidaram para sair. Minha irmã tem amigos por todos os cantos, ter uma irmã popular tem lá suas vantagens. Ganho desconto na maioria das lojas que vou por ser a "irmã da Astrid". Não reclamo.
- Mas eu não quero ir, nem me convidaram - reclamo.
- Convidaram sim, aquele garoto com o bigodinho te chamou - ela me provoca - dá uma chance pra ele.
- Nem fodendo que vou sair com quem acha que a terra é plana - rio.
- Mas você vai ir né? - implora Astrid.
- Não obrigada - bocejo - vou tirar um cochilo. Preciso estudar depois.
- Vai maninha. Por favor. Faz isso por mim - ela faz beicinho - vai que você encontra alguém que te interesse, para dar uns amassos.
- Ata - gargalho - Ok eu vou. Mas sem ficar até tarde, por favor.
De uns anos pra cá, nada mudou. Mamãe virou alcoólatra desde que papai morreu. E eu me fechei completamente para o mundo, ficando sozinha o máximo que posso. Astrid tenta agir normalmente, como se nada doesse, mas a escuto chorando quase todas as noites em seu quarto.
Estou com 20 anos. Atualmente faço faculdade de artes cênicas. Meu sonho é de me tornar atriz, uma atriz de respeito.
Passo a manhã e a tarde trabalhando em um restaurante famoso, e a noite tenho faculadede. Ganho folga nos fins de semana, que uso para estudar. E hoje, em pleno sábado a noite, estou aqui, em um lugar cheio de gente bêbada.Entramos na festa onde luzes coloridas estão por toda parte. Os amigos de Astrid aparecem ansiosos pela nossa chegada, ou melhor, pela chegada de minha irmã.
- Desculpem o atraso, é que eu não queria vir - digo sorrindo.
- Sua sinceridade me faz rir Amelie - Jenny, uma das amigas de minha irmã diz.
- Ela dirigiu com muita animação pra cá - ri minha irmã - Acho que preciso, urgentemente, fazer carteira de motorista.
- Oi Amelie - Anthony, o garoto do bigode aparece - que bom que você veio.
- Bom só se for pra você, preferia estar em casa dormindo - falo.
- Adoro seu sarcasmo - ele morde os lábios. Seguro a vontade de fazer cara de nojo.
- Não era sarcasmo - sussurro rindo.
- Quer dançar? - pergunta ele.
- Não - respondo.
- Vai Amelie, adoraria ver sua cintura se remexendo, assim ó - ele mexe o quadril como se estivesse com um bambole, ou com algum bicho no corpo.
Deixo ele dançando sozinho e saio de fininho, sem que ninguém me veja. Vou até o bar e peço uma água. Não gosto de beber. Não quero agir igual minha mãe.
Observo as pessoas. Vários casais se beijando, dançando. Astrid está cheia de meninos à sua volta. Não sei porque ela não namora um deles logo. Sempre me diz que está esperando seu príncipe encantado. Mas existe isso? Existe amor? Amor verdadeiro? Definitivamente o amor não existe, se existisse não faria tantas pessoas sofrerem. E se ele existe, está fugindo de mim. Quando sinto que estou a um passo de agarrá-lo, ele se distancia. Cansei de procurá-lo, vou deixar que ele venha até mim. Se eu não desistir de esperá-lo até lá.

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Kiss Me - Tom Kaulitz
RomanceEles eram vizinhos antes de Tom ficar famoso. Eram amigos. Melhores amigos. Amelie tinha uma paixão secreta por ele, mas o garoto nunca sequer se importou com os sentimentos dela. Ele era profundamente apaixonado pela irmã de Amelie, Astrid, que era...