Entro na festa com a música martelando meu cérebro, olho ao redor procurando minha irmã. Não sei porque, mas esse cara não para de me seguir.
Avisto Astrid dançando. Aparentemente ela parece bem. Vejo o garoto do piercing fixar os olhos nela. É claro.- Pode dizer - suspiro - ela é gata demais.
- Realmente... mas... - ele olha para mim e para Astrid, semicerrado os olhos - Qual é o seu nome?
- Pra que? A gente nem vai se ver mais mesmo - digo. Uma música começa a tocar.
- O que você acha dessa música? - ele me pergunta.
- Não é do meu estilo, mas é muito boa - começo a mexer meus ombros.
- Pain of love, uma das canções da minha banda - ele ri ao me ver levantar as sobrancelhas.
- Parece que eu conheço essa voz de algum lugar - tento puxar alguma memória mas não vem - Talvez porque deve ter tocado pelos rádios ou algo assim.
- Eu faço um solo incrível no final - o garoto sorri triunfante - Porque eu sou incrível.
- HAHA, autoestima alta em - brinco.
- Mas vai me dizer que não sou lindo? - ele se aproxima dançando comigo.
- Não direi mesmo - sorrio.
Dançamos por não sei quanto tempo. Nossas cabeças se encostam e ficamos apreciando o momento. Várias garotas me olham com cara feia. Sinto as mãos dele segurando minha cintura. Nossas testas se encontram. Fecho os olhos. Uma onda elétrica percorre o meu corpo. Olho para seus lábios com uma vontade imensa de beijá-los.
- Por que você está comigo agora? - sussurro.
- Como assim? - o garoto de tranças fica confuso.
- É que... há tantas garotas mais bonitas do que eu aqui, minha irmã por exemplo. Por que? Por que eu? - olho para seus olhos, onde sua pupila dilata.
- Você me lembra alguém, alguém que eu... - ele sorri olhando para mim - Queria saber se você pode me tirar uma dúvida, o certo é "Vamos se beijar" ou "Vamos nos beijar"?
- Nenhuma das opções - zombo.
- Ah é? - sinto seu hálito quente em meu rosto. Ele se aproxima. Meu corpo vibra em desejo. De beijá-lo, de tocá-lo. Mas recuo assim um garota se aproxima.
- Oi Tom, desculpa atrapalhar, mas eu sou muito sua fã e já vou ter que ir embora. Autografa meu cartaz por favor - ela entrega o cartaz para ele que pega a caneta.
Deve ser coincidência. Tom. O nome dele é Tom. Não deve ser nada demais. Não pode ser ele... Paralizo. Meus olhos arregalam ao ver o cartaz. Quatro rapazes posicionados um ao lado do outro. Os gêmeos estão diferentes, principalmente Tom. Mas reconheço Georg e Gustav. Não consigo respirar. Meu coração acelera e minha respiração fica desregulada. Saio dali e vou em direção ao banheiro. Sento na privada tendo uma crise de ansiedade. Por que ele está aqui? Por que ele agiu como se estivesse gostando? Por que estou sentindo isso sendo que jurei odiá-lo? Por que? Por que? Não consigo respirar. O que eu faço? Eu superei ele. Eu não imaginava o ver aqui. Meu primeiro amor. Meu primeiro ódio.
Quando consigo me acalmar, volto para a festa. Preciso achar minha irmã, e sair o mais rápido possível daqui. Tento não procurar por ele. Mas meus olhos são mais rápidos que meus pensamentos, e o acham. Começo a rir. Ele está dançando com outra garota. Eles se beijam e começo a rir mais, querendo fazer completamente o oposto. Ele não mudou nadinha. Suas atitudes ainda são as mesmas. Vejo Astrid e seguro em seu braço.
- Vamos ir embora por favor, já está tarde - tento manter o tom da minha voz normal.
- Amelie? - uma voz diz - Que bom te rever!!
Levanto os olhos para ver quem está falando comigo. Fico surpresa. Bill Kaulitz está ao lado de Astrid. Ele me abraça e fico em choque. Seu estilo não mudou, apesar de ele ter mais alguns piercing e o seu moicano ser bem maior.
- O-oi Bill - sorrio - você está muito estiloso.
- Obrigado, vocês mudaram bastante. Não reconheci Astrid quando a vi - ele diz - Você viu Tom? Ele está por aí.
Enrijeço. Não quero pensar nele. Em pensar que quase o beijei. Puxo Astrid pelo braço, indo até a saída.
- Amelie para com isso, vamos ficar só mais um pouc... - ela para assim que me vê chorando - Tudo bem. Podemos ir.
Ela acena para Bill e vai comigo até o carro. Não digo nada. E ela não pede nada. Apenas dirijo para casa. Só quero dormir. Imaginar que isso nunca aconteceu. Imaginar que não vi Tom Kaulitz dando em cima de mim. Imaginar que não vi ele pegando outra garota. Nem percebo em que velocidade estou dirigindo até Astrid me dizer.
- AMELIE VOCÊ QUASE ATROPELOU UM CACHORRO, VAI MAIS DEVAGAR - ela aperta ainda mais o cinto.
Chegando em casa, escovo meus dentes e vou direto pra cama. Não consigo dormir. Esse sentimento de dor não sai de mim. Não consigo parar de pensar no que aconteceu, mesmo lutando contra. Quando finalmente consigo dormir, sonho com ele. Sonho com Tom Kaulitz. Me beijando. Me tocando. Acordo em um pulo, suando e ofegando. Mas que cacete. Tampo minha cabeça como se isso fosse ajudar a bloquear meus pensamentos. Adormeço novamente. Pelo menos dessa vez não sonhei com nada. Apenas dormi.
Acordo novamente vendo ser 8:00 horas. Merda. Meu celular não despertou. Ficou sem bateria. Sinto uma sede enorme, pego minha garrafa de água. Está vazia. Me levanto deixando meu cabelo como está e vou até a cozinha. Desço as escadas bocejando. Paro ao pé da escada assim que vejo quem está ali. Na mesa do café. Me olhando. Deixo minha garrafa cair. Os meninos estão ali. Todos tomando café junto com Astrid e minha mãe.
- Mas que porr... - xingo baixinho.
- Bom dia moreninha - Tom ri de minha aparência. Sinto minhas bochechas corarem e dou meia volta.
O que caralhos eles estão fazendo aqui? Vou até meu quarto e troco de roupa. Não acredito que ele... eles me viram assim. Penteio meu cabelo e respiro fundo. Me preparando para encará-lo novamente.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Kiss Me - Tom Kaulitz
RomansaEles eram vizinhos antes de Tom ficar famoso. Eram amigos. Melhores amigos. Amelie tinha uma paixão secreta por ele, mas o garoto nunca sequer se importou com os sentimentos dela. Ele era profundamente apaixonado pela irmã de Amelie, Astrid, que era...