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- Avril, eu posso explicar... - Tom começa.

- Eu sei o que eu vi - a garota me olha desapontada - Eu confiava em você, Amelie, confiava mais em você do que em Tom.

- O que? - o Kaulitz se ofende.

- Espera, você interpretou da forma errada...

- Parem de querer inventar desculpas! Por que não entraram no quarto? Se você quer tanto foder com ela Tom, que seja que um lugar apropriado - Avril dá meia volta.

- Amor, espera! - Tom anda até a porta e fecho os olhos para não ter que vê-lo nu - Porra Amelie.

- O que? - digo irritada - Vai me culpar agora?

- É claro que vou - ele se aproxima - Por que caralhos você estava na porta do meu quarto?

- Te escutei chamando, só fui até lá e... coloca uma roupa logo - viro a cabeça para o outro lado.

- Você só estraga as coisas - ele se vira e fecha a porta do quarto na minha cara.

Não foi culpa minha. Ou foi? Não fiz por querer. Droga. Agora Avril me odeia. Desço o elevador. Tenho que me explicar para ela. A garota está ligando para seu motorista quando saio do hotel.

- Vem logo... - ela se vira para mim - eu te ligo depois. Amelie? Veio inventar desculpas é?

- Não Avril, só quero que me escute - suplico.

- Então anda logo - ela suspira.

- Tá legal - respiro fundo e prossigo - Eu fui tomar água e escutei Tom falando algo no quarto dele. Me aproximei para escutar. Ele queria apenas uma toalha, e saiu na hora que eu estava em sua porta. Eu... bem... eu me assustei com a visão e quase gritei. Tom tampou minha boca e esse foi o momento em que você entrou. Não foi nada demais Avril. Não o culpe.

Avril me analisa por alguns segundos, até soltar uma gargalhada repentina, me fazendo levar um susto.

- Essa... foi a história mais engraçada... que já ouvi hoje - diz ela sem fôlego - Ok, talvez eu tenha me precipitado, desculpe-me Amelie.

- Tudo bem - rio sem jeito - isso foi algo que queria apagar da minha mente.

- Eu acho bonito - Avril murmura.

- O que? - arregalo os olhos pensando que ela esteja falando do Kaulitz nu.

- Não isso bobinha - ela solta uma risada baixa - quer dizer... sim, mas não vem ao caso. Eu acho bonito como você se preocupa com Tom.

- Eu não me preocupo com Tom - franzo o cenho.

- Se é o que diz... - ela pega minha mão me puxando para dentro do hotel - Vem, vamos nos divertir.

Ao voltarmos para o andar dos meninos, Tom fica sem entender ao ver Avril o abraçando. Seus olhos pousam em mim e dou de ombros. Vou até uma cadeira e observo as pessoas ali presentes. Bill gadeando Astrid, Georg e Gustav ainda discutindo sobre músicas, Tom e Avril grudados e eu aqui, sozinha.

Pego uma bebida e seco o copo, esquecendo que continha álcool. Até que não é tão ruim assim. Tomo mais um, mais outro e mais outro. O mundo gira. Me sinto mais leve. Mais livre. Me sinto feliz, até olhar para Avril e Tom.
Babaca. O que ele fez com ela é completamente errado. Ela foi a segunda opção. Eu o odeio, odeio, odeio. Passei tantos anos tentando esquecê-lo. E surge assim, do nada, dizendo que me amava, e que ainda me ama. Levanto indo em sua direção, bebo mais um copo. Me sinto enjoada, tonta, fraca. Ando até ele, quando tudo fica azul. Caio na piscina. O ar é arrancado de meus pulmões. Fico ali. Contemplando a escuridão que se aproxima lentamente...

- Eu te amo... - sua voz penetra em meus ouvidos. Sinto seus músculos em meus dedos. Sinto seu cheiro. Sinto o gosto se seu beijo. Sinto suas mãos acariciando meu corpo, tirando minha roupa...

Acordo em um pulo. Que lugar é esse? Ah sim. Estou no hotel dos meninos. Espera... esse quarto é de Tom? O sonho foi real? Ele entra me vendo horrorizada.

- Bom dia - ele suspira - Já que acordou, vaza daí.

- Por que eu estou na sua cama? - tateio meu corpo sentindo minhas roupas ali.

- Não, a gente não transou - ele balança a cabeça rindo - eu dormi na sala.

- Como... ah - minha cabeça lateja. Tento lembrar o que aconteceu mas nada vem a minha mente - O que aconteceu?

- Você bebeu muito e caiu na piscina - olho para o lado vendo o calção de Tom ainda molhado - Eu te tirei de lá. Por um minuto achei que você tinha morrido - seus olhos estão distantes - Mas depois você cuspiu água e desmaiou de vez.

- Eu não falei nada que não devia, não é? - pergunto.

- Não - ele responde e suspiro de alívio - Só que você me odeia. Mas quando te coloquei na cama, você disse outra coisa.

- O QUE EU DISSE? - meu coração acelera.

- Acho que guardarei só para mim - ele sorri maliciosamente.

- Tom Kaulitz, me diga o que eu disse - merda.

- Relaxa, foi nada demais. Agora vaza daqui - ele abre as cortinas e o sol me atinge.

Pisco tentando acostumar minha visão. Me levanto sentindo o mundo girar. Tropeço em meus próprios pés indo em direção ao chão. Tom me segura antes que eu caia. Seus olhos encontram os meus e algo estranho acontece com meu corpo. Ondas elétricas percorrem por ele. Seus lábios estão me chamando. Sua mão está em minha cintura. Estamos próximos demais.

- Eu odeio amar você - ele susurra de repente, sem desviar os olhos de minha boca - Foi isso que você disse.

- O que? - arregalo os olhos - Eu não disse isso. Impossível.

- Por que você nega o que você mesma disse e sente? - seu hálito quente bate em meu rosto.

- Eu não sei - respondo, olhando para baixo.

- Você não sai da minha cabeça nem por um minuto, e eu odeio isso. Estou com Avril que é uma garota incrível, mas... não me sinto completo. Odeio o fato de que toda vez que te vejo, sinto uma vontade enorme de te beijar - sua mão levanta meu queixo - e você me olha assim...

- Assim como? - seus olhos brilham.

- Como se quisesse me beijar.

- Mas não quero te beijar - minto.

- Se você não quer me beijar... por que seu pulso está acelerado? Por que estremece quando te toco? Por que seus lábios parecem dizer, "me beije, me beije?"


Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora