- Tom, você está bem? - Bill me chama - Você colocou sal ao em vez de açúcar no seu café.
Olho para minhas mãos, jurei que o sal era o açúcar. Minha cabeça está em outro lugar. Liguei para Amelie e ela não me atendeu. Logo após, Astrid avisou que ela estava sem celular, pois o deixou cair no vaso. Eu acharia engraçado se não estivesse me sentindo um lixo. Eu fiquei com ciúmes e raiva, acabei discutindo com ela. A culpa me atingiu assim que fiquei completamente sóbrio. Eu não devia ter ficado com ciúmes de merda para cima dela, eu confio em Amelie, sei que nunca me trairia. Mas eu não estão absolutamente errado. Há algo estranho nesse cara do bigode, a causa de nossa briga.
- Alguém aí viu meu tênis branco? - Georg aparece na cozinha - Juro que deixei na porta do banheiro.
- Eu devo ter confundido com papel higiênico e me limpado - Gustav responde. Nem eu nem Bill rimos - Credo, vocês estão um caco.
- Obrigado - meu irmão fala, com um sorriso debochado.
Bill e Astrid também tiveram um briga. Senti um nó no coração, quando o vi com lágrimas nos olhos ao me contar o ocorrido. Eles ainda não se resolveram, assim como eu e Amelie. Lá ainda são umas 05:00 horas, estão dormindo. Creio que demorará até eu poder me desculpar com a Amelie. Mesmo ela tento o celular da irmã, Astrid tem seus próprios problemas para resolver também.
São quase 13:00 da tarde quando o celular de Bill toca, ele o pega desesperadamente. Acordo repentinamente do sofá, teremos um show hoje a noite, preciso estar carregado. Ouço meu irmão pedido milhões e milhões de desculpas, dizendo que agiu errado e que entende se Astrid quiser permanecer na Argentina.
Quando a ligação termina, Bill está com outro humor, com um sorriso de ponta a ponta. Confesso que invejo esse momento de alegria. Minha culpa está me matando.- Amelie não está - meu irmão diz - Ela foi comprar outro celular.
- Ah... - espero que não me ligue durante o show, porque com certeza, eu largaria tudo e iria falar com ela.
Flashes atingem meus olhos ao sair do hotel. Repórteres nos espremendo para fazer perguntas, fãs nos agarrando, câmeras nos filmando.
- Tom, como vai seu namoro? - um dos repórteres pergunta, com o microfone praticamente em minha boca.
- Bem obrigado - respondo secamente, tentado sair dali.
Entro no carro com um alívio enorme.
- O porra, pegaram um pedaço da minha camisa - Gustav mostra um rasgo na mesma.
- Agora está parecendo um mendigo, espera - Bill passa a mão no cabelo de Gustav, o arrepiando - Agora sim.
- Vai se foder - o loiro mostra o dedo do meio.
Chegamos no camarim e nada de Amelie ligar. Sento no sofá vendo os meninos terminarem de se arrumar. Até meu celular tocar... atendo tão rápido que nem faço questão de olhar o número.
- Amelie? - pergunto desesperado - Que bom que ligou...
- Oi para você também, filho - mamãe ri do outro lado - Desculpa te desapontar, mas não sou a Amelie.
- Ah - passo a mão pelo rosto em sinal de frustração - Desculpa mãe, eu achei que era ela.
- Vocês brigaram, não? - a mulher me questiona.
- Sim - respondo.
- E quem teve a culpa?
- Eu, a culpa foi completamente, totalmente, absolutamente minha - suspiro, me deitando no sofá.
- E por que está esperando ela ligar? - Simone Kaulitz e seus interrogatórios.
- Porque ela está sem celular e provavelmente está com outro número.
- Entendi. Bom, liguei para desejar a você e aos meninos um ótimo show. Que dê tudo certo em relação à sua briga com Amelie. Beijão filho - ela beija o celular e desliga.
Sinto uma vontade de jogar esse aparelho contra a parede. Fecho os olhos ainda deitado no sofá. Apesar de eu ter dormindo hoje a tarde, ainda me sinto cansado. Mais uma vez, meu celular toca. Número desconhecido, meu coração se enche de esperanças de ser Amelie.
- Alô? - digo, sentindo meu coração prestes a sair pela boca.
- Alô TomTom - Georg afina a voz.
Olho para o mesmo que está rindo desesperadamente da minha cara.
- Seu desgraçado! Vou enfiar esse seu celular na sua bunda - me aproximo do moreno que corre.
- Calma, foi só uma brincadeira - Georg usa Bill como escudo - Me protege.
- Não me envolvam nisso, por favor - meu irmão levanta as mãos em rendimento.
- Tô foda-se se foi uma brincadeira - empurro meu irmão levemente para o lado - Vou cortar esses seus cabelos, Georginho.
- Tom... TOM PARA, SOCORRO ELE QUER ME ETUPRAR - o moreno corre pelo camarim.
Georg usa uma mesa como obstáculo, quando vou para um lado, ele vai para o outro. O encaro com um sorriso malicioso no rosto. Somos como dois cowboys no faroeste, sob o sol escaldante. Estou prestes a puxar o gatilho. Subo em cima da mesa e fico cara a cara com Goerg, surpeendendo o mesmo que baixa a guarda, aproveito e me jogo em cima dele.
- Farei você sofrer - pego uma tesoura que estava jogada no chão, cortarei só alguns fios. Meu objetivo mesmo, é causar medo a ele.
Quando estou prestes a cortar, com Georg se debatendo, meu celular toca novamente. Levanto tão rápido que bato minha cabeça na mesa, mesmo tonto, sigo até meu aparelho. Número desconhecido.
Atendo, esperando a pessoa confirmar minhas expectativas.- Tom? - ouço a voz que tanto ansiei ouvir - Você está aí?
- O que? - pergunto ofegante - sim, estou aqui.
- O que aconteceu? Você parece... cansado - Amelie diz.
- Tive um pequeno desentendimento com Georg - mostro o dedo do meio para o mesmo, me dirigindo até o banheiro - Amelie, tem muita coisa que quero falar com você.
- Não quer deixar para depois do show? Assim você terá mais temp...
- Não, preciso dizer agora antes que eu esqueça todo o discurso que preparei - brinco, ouvindo um risada sincera de Amelie - Eu sinto muito, muito mesmo. Fui um completo babaca com você. Senti ciúmes mesmo não fazendo sentindo. Eu só fiquei... só fiquei com raiva por você estar se divertindo com alguém que não era eu. Além do mais, eu estava bêbado. Mas não estou culpando a bebida, já que eu estava bem ciente do que estava falando. Fazia algum tempo que não bebia como bebi naquela festa. Eu só estava preocupado com você, porque não me respondia, porque não sabia se você estava viva ou me traindo... E eu estava com saudades, estou com saudades. Não privarei você de falar ou sair com Anthony, se você confia nele então tudo bem. Mas tome cuidado, tenho algum pressentimento ruim em relação a ele. Não consigo gostar desse cara nem com um esforço enorme. Me desculpe Amelie, de verdade.
- Tom... - a garota começa - Eu te desculpo mil vezes se quiser, não consigo ficar brava com você mesmo lutando para ficar. Eu devia ter te avisado, que pedi ajuda para Anthony e que eu ia para o clube de leitura. Desculpa não ter respondido suas mensagens, e bom... prata. Caso você fosse, não que você vá mas hipoteticamente, adoraria uma aliança prata.
- Ok. Então seu caso eu for comprar, não que eu vá mas hipoteticamente, comprarei uma de prata - gargalhamos juntos. Ficamos alguns segundos em silêncio, apenas apreciando o momento - Amelie?
- Oi?
- Eu te amo - digo sorrindo.
- Eu também te amo Tom - a sinto sorrir também - Estou com saudades, bom show.
- Obrigada amor - luto contra a vontade de ficar conversando com ela até o amanhecer - Até logo.
- Até - ela se despede.
Ao desligar me sinto outra pessoa. Um enorme alívio percorre o meu corpo. Estou tão feliz que poderia beijar esse vaso sanitário... Credo, o que estou falando?
Abro a porta, dando de cara com três xeretas me olhando com sorrisos maliciosos.- Obrigada amor - Bill me imita.
- Vão se foder.

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Kiss Me - Tom Kaulitz
RomanceEles eram vizinhos antes de Tom ficar famoso. Eram amigos. Melhores amigos. Amelie tinha uma paixão secreta por ele, mas o garoto nunca sequer se importou com os sentimentos dela. Ele era profundamente apaixonado pela irmã de Amelie, Astrid, que era...