012

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Tom estava certo, não foi difícil achar um emprego. Apesar de eu não curtir muito esse. Vou ser babá e levarei animais para passear. Espero que isso não me estresse. Procurei um psicóloga e ela me receitou alguns remédios. Tenho que fazer meditação, mas como se essas crianças não param quietas?

- Karl desce do sofá, sua mãe disse que não pode - digo, pegando o menino de 5 anos que esperneia em meu colo.

- Mas eu quero pular - ele implora.

- Não pode e ponto final... AAAAAA SEU CAPETINHA - grito ao sentir Karl me mordendo.

Cuidarei de Karl e de Josh, de 8 anos, toda manhã e as vezes à tarde, quando a mãe deles precisar. Ganharei bem, então vou tentar o máximo não reclamar. Não quero ter filhos, principalmente se forem iguais a esses pestinhas.

- Onde está Josh? - pergunto olhando para os lados. Karl sai correndo até o quarto de seus pais. Paralizo ao entrar - Mas que porr...

O travesseiro de penas está despedaçado. Josh está brincando com eles. Batendo e pulando em cima, fazendo as penas voarem. Entendi porque não tinham babá. Ninguém nunca durou uma semana, acredito eu. Essas crianças vão me fazer enlouquecer. Se elas querem um desafio, então terão. Não cederei. Persistirei até o fim.

Desisto. Como crianças tem tanta energia assim? Rolo de papel higiênico no vaso, bolacha no chão, tinta na parede. Limpo tudo, remendo os travesseiros, assim que o desenho preferido deles começa. Termino antes que a porta se abra.

- Oi meus amores! - a Mãe dos meninos se aproxima os beijando - parecem tão comportados. Pode ir para casa Amelie querida, você fez um ótimo trabalho. Amanhã você poderá vir novamente.

- Ah... Senhora, agradeço mas... acho que não quer... - tento dizer.

- Farei um aumento!! Você é uma das únicas babás que não me diz que quer ir embora já no primeiro dia. Que não culpou meus pobres filhos por quase derrubarem a casa. Como crianças tão perfeitas assim podem ser capazes de tal atrocidades? - ela os beija ainda mais.

- E-eu acho que...

- Vocês gostaram dessa babá, meus amores? - a mãe deles os questiona.

- Sim mamãe - Karl me lança um olhar de desafio, arregalo os olhos. Essas crianças me deixarão louca.

- Ela até me elogiou várias vezes - Josh diz com um sorriso triunfante. Elogiei? Eu chamei esse menino de muitas coisas, e nenhuma delas foi boa.

Chego em casa com uma enxaqueca horrível. Minha barriga ronca de fome. Vou direto para cozinha e me sirvo. Astrid já preparou o almoço, e está conversando com Bill pelo telefone.

- Bill, você é perfeito - a ouço dizer. Contenho um riso.

- Astrid, você quer sair comigo? - escuto a voz do Kaulitz mais novo - Amanhã a tarde?

- Ah sim Bill! - ela dá mini pulinhos e para ao me ver rindo - Aliás, Tom estará livre?

- Sim, por que? - Bill pede animado com a resposta.

- Amelie quer sair com ele - após essa fala, cuspo toda a água que estava bebendo. Mas que porra tá acontecendo? - Por o papo em dia.

- Ah sim, Tom gostaria... DEVOLVE MEU CELULAR - escuto Bill gritar.

- EU NÃO DISSE NADA, EU TENHO COMPROMISSO COM A AVRIL - soa a voz de Tom do outro lado.

- NÃO TEM NADA - barulhos estranhos surgem do outro lado da linha. Depois de alguns segundos, Bill retorna - Então... combinado.

- Sim - Astrid sorri.

- Não - respondo - me dá o celular aqu...

Antes que eu possa terminar de falar, Astrid desliga o celular na minha cara.

Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora