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- Eu acho que não vou - sem ar, digo para mamãe e Astrid - Não consigo... parece que meu coração vai sair pela boca.

- Respira devagar Amelie, já vai passar - Astrid me reconforta - Você vai ficar nervosa só agora, no altar passa, eu sei.

Ela mostra seu anel de casada. Minha irmã e Bill casaram no começo do ano de 2011. Foi uma cerimônia linda e chorei horrores ao lado de Tom. O Kaulitz mais velho, me fez o pedido no começo de 2012. Claro que aceitei, mas houve um imprevisto durante esse ano, que impossibilitou nosso casamento. Mamãe foi diagnosticada com pancreatite. Até conseguirmos tratar a doença, causada por muitos anos bebendo, foi difícil. Enquanto Astrid e Bill aproveitavam sua bela vida de casados, eu fiquei em casa, cuidando de mamãe. Tom me visitava com frequência, o que foi atencioso da parte dele. Decidimos adiar a cerimônia para 2013, até mamãe ficar melhor.

Um ano se passou até a doença se estabilizar. Organizamos a festa com seis meses de antecedência e tudo aconteceu muito rápido. Durante o processo, não fiquei nervosa, mas o tão esperado dia estava chegando e eu não conseguia comer e nem dormir.

Então, hoje é o grande dia, sabia que iria ficar nervosa, mas não sabia que seria TANTO. Mamãe me disse que parecia que eu ia desmaiar a qualquer hora, por causa da falta de cor de minha pele. Tomei vários remédios porém, nada adiantou. Enquanto a moça do salão faz o meu cabelo e maquiagem, seguro firme a mão de Astrid.

- Você não ficou nervosa desse jeito, não é? - pergunto a ela.

- Não, porque não tem motivo para ficar nervosa - Astrid responde, passando a mão pela barriga com uma careta.

Sim. Ela está grávida, de um menino. Está de 7 meses. O nome dele será Simon Kaulitz, em homenagem ao nosso pai. Bill e eu fizemos uma aposta, se fosse menina eu pintaria o cabelo, se fosse menino o Kaulitz mais novo pintaria. Apesar de ele ter perdido, pintei o meu também. Agora nós dois somos loiros. Confesso que gostei. Posso jogar na cara de Tom que agora sim, sou loira e tenho estilo, mas continuo chata e irritante. Além de atriz, sou modelo.

Quando vejo Karina e sua namorada chegando, desabo em lágrimas. Quando eu vi minha mãe me dizendo como me amava e tinha orgulho de mim, chorei. Quando vi o vestido, chorei. Enquanto me maquiava, chorei. Quando me falaram que o Tom tinha chegado eu não chorei, eu jorrei lágrimas que nem encostaram na pele, tipo desenho animado.

Creio que todo o líquido de meu corpo se esvaiu, porque não sai mais nada de meus olhos. A maquiadora refez minha maquiagem umas quatro vezes. Não tenho culpa por estar emocionada.
Gostaria que papai estivesse aqui e me levasse até o altar, mas mamãe faz isso em seu lugar. Se alguém ver de fora, vai achar que sempre tive uma relação boa com minha mãe. Mas isso é recente. Passar esses últimos anos só eu e ela, foi bom. Estabelecemos uma relação que nunca imaginei ter com mamãe. Agora, eu segurando em seu braço, na porta da igreja, faz meus olhos lacrimejarem. Não chora Amelie, não chora.

- Tá tudo bem, filha - ela percebe meu nervosismo - Vai dar tudo certo.

- Eu sei - respondo, olhando para cima, tentando fazer as lágrimas sumirem - Eu te amo, mãe.

- Eu também te amo - ela diz, sorrindo.

Então, a porta se abre e uma música começa começa tocar. Vejo Tom parado no altar. Seus olhos brilhantes me chamando. Ele me olha, como se só eu estivesse aqui, como se eu fosse a única estrela em seu céu. Minha vontade é de correr até ele e o abraçar, mas não posso. Astrid estava certa, uma parte de meu nervosismo se foi. Tom pega em minhas mãos, me posiciono ao seu lado esquerdo. Olho para o padre que nos encerra com um sorriso no rosto.

- Estamos aqui reunidos - ele começa - para celebrarmos a união de Tom Kaulitz e Amelie Zimmer - o padre olha para Tom que parece um pouco nervoso, aperto sua mão - Diante de Deus e na presença destas testemunhas, aceita Amelie Zimmer como tua legítima esposa, para juntos viverem conforme as ordens de Deus no santo estado do matrimónio? É teu compromisso amar, confortar, honrar e proteger, na doença e na saúde, na prosperidade e na adversidade e, renunciando a todas as outras conservar-te somente para ela, enquanto ambos viverem?

- Sim - Tom responde. Lágrimas se formam em seus olhos, assim como nos meus.

O padre repete a mesma coisa para mim. Digo um "sim", e algumas lágrimas escapam de meus olhos.

As alianças são entregues. Tom segura minha mão esquerda, sinto ela tremer e solto um riso baixo.

- Eu, Tom Kaulitz, aceito você, Amelie Zimmer, como minha legítima esposa e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida - ele me olha fixamente, com um sorriso no rosto - até que a morte nos separe.

O anel é colocado em meu anelar. Seguro a mão de Tom, junto com sua aliança.

- Eu, Amelie Zimmer, aceito você, Tom Kaulitz, como meu legítimo esposo e prometo amar-te e respeitar-te na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, por todos os dias da minha vida, até que a morte nos separe - repito, contendo a vontade de chorar mais e mais.

O padre diz mas algumas coisas, mas não consigo prestar atenção. Tenho olhos apenas, para o homem a minha frente.

- ... Então, eu vos declaro marido e mulher, senhor e senhora Kaulitz - o padre continua - O noivo pode beijar a noiva.

Antes que eu possa perceber, Tom já está comigo em seus braços, me dando um demorado selinho. Todas as pessoas ali presentes aplaudem. O Kaulitz me pega no colo, onde várias pétalas de flores são jogadas em nós. Todo o meu nervosismo se foi, dando espaço para uma felicidade constante. Fotos são tiradas de nós e nos dirigimos até o Audi de Tom. Próxima parada, lua de mel.


Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora