Capper é bem obediente. Fez xixi nas árvores certinho, não latiu pra nenhum humano ou outro cachorro, não correu atrás de gatos. Tudo certo.
Já se passaram uns 30 minutos que estou andando com ele. O animal anda em minha frente me guiando. Paramos esperando o semáforo ficar vermelho, para podermos passar. Mas de repente, Capper corre tão rápido que a coleira voa de minha mão. Ele senta no meio dos asfalto tranquilamente. Corro o mais rápido que posso, ao avistar um Audi preto vindo eu sua direção. O automóvel freia assim que agarro Capper. Levanto os olhos vendo o motorista me encarar mortalmente. O próprio dono de Capper, quase o atropelou.- VOCÊ QUASE FEZ O MEU CACHORRO MORRER! - Tom grita da janela.
- Mas ele escapou de mim... - tento justificar.
- Não culpe Capper! - ele bufa - Vem Capper, vamos para casa. Essa louca ainda vai te matar.
Tom chama seu cachorro mas ele nem se move. Apenas senta no meio fio abanando o rabo a com a língua de fora. Olho para o banco do passageiro. Avril não está lá, já devem ter terminado o encontro. O Kaulitz sai do carro indo em minha direção.
- Vem Capper - ele o chama. Como o animal mão se move, Tom pega a coleira de minha mão e tenta o puxar. O cachorro morde minha blusa me levando consigo. Olho para o garoto de dreads pretos assustada, o mesmo retribui.
Capper da a volta pelo carro, me deixando do lado da porta do passageiro. Acho que saquei o que está rolando. Ele quer que eu entre no carro também. Dou de ombros abrindo a porta.
- Não - adverte Tom, apontado pra mim - Você não vem junto - o cachorro late em resposta.
- Acho que Capper quer que eu vá - digo ainda sem entender completamente o que está acontecendo.
- Porra. Entra então - cede ele. Vejo Cappaer pular para o banco de trás nos olhando alegremente. Um silêncio cai sobre nós. Olho para Tom que está emburrado.
- Então... como foi o encontro com Avril? - puxo assunto.
- Não é da sua conta - o Kaulitz me corta.
- Nossa, ok - levanto as sobrancelhas surpresa.
Passamos por uma praça onde Capper começa a latir sem parar.
- Quer brincar lá amigão? - Tom pergunta ao seu cachorro que late em resposta.
Descemos do carro, com Tom ainda me olhando com desprezo. Recusá-lo deve ter ferido seu ego em mil pedaços. O Kaulitz pega um graveto e arremessa para seu animal. Olho ao redor, vendo várias pessoas tirando foto. Mantenho distância, mas Capper me puxa pela blusa até chegar ao lado de Tom. O mesmo revira os olhos e sai dali. O cachorro choraminga.
- Capper, o que foi? - o Kaulitz pergunta o acariciando - Eu não estou em um bom dia hoje rapaz.
O animal o lambe e corre para brincar com os outros cachorros. Mais um silêncio cai sobre nós, mas dessa vez, quem o quebra é Tom
- Ele não é assim com Avril - diz ele, olhando fixamente para seu animal de estimação - Capper rosna para ela.
- Mas ela gosta de cachorros? - o questiono sentando em um banco.
- Não sei - responde secamente.
- Nossa - rio - ela é sua namorada e não sabe se Avril gosta ou não de cachorro? Você ao menos sabe que cor ou comida ela prefere?
- Não - vejo seu maxilar se contrair - ela nunca me disse.
- Não é uma questão de ela dizer, mas sim de você pedir - balanço a cabeça rindo.
- Quem você acha que é, pra ficar me dando conselhos amorosos? - Tom ri de deboche - Você nunca sequer beijou algum cara.
- Sim - dou de ombros, fingindo que o que ele me disse não me afetou - Mas entendo as mulheres mais do que você.
- E o que te faz pensar isso? - ele me lança um olhar de desafio.
- Porque sou uma mulher - respondo.
- Ok... então você pensa que todas as mulheres pensam como você? - o Kaulitz franze o cenho.
- Não quis dizer isso...
- Mas foi o que pareceu - suspira olhando para os lados - Quer um sorvete?
- Sim... - fico surpresa com tal pedido repentino. Observo Tom ir até um carrinho de sorvetes. Ele volta com duas casquinhas em mãos - Você colocou veneno? - pergunto cheirando o sorvete quando me entrega.
- Não - ele sorri de canto - só cuspi.
Faço cara de nojo e Tom solta uma gargalhada. Ele é bipolar ou é impressão minha? Ele senta ao meu lado no banco, fazendo meu estômago se revirar. Ficamos observando Capper brincando com os outros cães. Seus olhos pousam em mim me fazendo corar. Mas que porra é essa?
- Pode lamber - ele diz.
- O que? - arregalo os olhos confusa.
- O sorvete - ele aponta para minha casquinha - lambe, se não vai cair. Eu não cuspi, só para avisar.
- Você avisa agora que metade já derreteu? - o olho com desprezo.
Começo a lamber as bordas da casquinhas onde o sorvete desceu. Levanto os olhos vendo Tom me observando. Coro novamente. Por que caralhos ele está fazendo isso?
- Tá sujo aqui - o mesmo diz limpando minha boca com o polegar. Seus olhos penetram bem fundo em minha alma. Desvio o olhar. Estamos em um lugar público. E se alguém fotografar?
Levanto dizendo que vou até o banheiro. Preciso de um lugar para poder respirar tranquilamente. Talvez esse banheiro fedido não tenha sido uma boa ideia. Volto para onde Tom está. Ele me observa indo até ele. Está me provocando. Por querer. Palhaço.
- Se você continuar me olhando assim, te meto a porrada - digo.
- Assim como? - ele sorri de lado, mexendo seu piercing com a língua.
- Não se faça de bobo - desvio o olhar de sua boca - Minutos atrás você estava me desprezando, e agora esta agindo como se... como se gostasse de mim.
- Mas você sabe que gosto - seus olhos me analisam - Você que é burra demais pra aceitar.
- Para com isso - me levanto de repente - já deu meu horário - estendo a mão para ele.
- O que é isso? - ele pergunta olhando para ela.
- O pagamento.
- Posso pagar de outra forma...
- Kaulitz! - o repreendo.
- Adoro quando você diz meu nome com raiva - Tom entrega o dinheiro em minha mão, me olhando maliciosamente.
Me viro saindo dali, levanto a mão mostrando o dedo do meio. Ele sabe que tem poder sobre mim.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Kiss Me - Tom Kaulitz
RomanceEles eram vizinhos antes de Tom ficar famoso. Eram amigos. Melhores amigos. Amelie tinha uma paixão secreta por ele, mas o garoto nunca sequer se importou com os sentimentos dela. Ele era profundamente apaixonado pela irmã de Amelie, Astrid, que era...