028

13.6K 1K 776
                                        

Atualmente (2010)...

- Funciona porra - bato no volante do carro para que ele ligue, mas simplesmente apagou. Por favor, por favor. Repito várias vezes até meu automóvel, milagrosamente, ligar.

Astrid não sabe exatamente onde os meninos estão, Bill não recebe as mensagens. Espero que não tenham pegado voo adiantado. Dirigo o mais rápido que posso, ignorando os sinais de trânsito. Preciso dizer a ele. Dizer a ele o que queria ter dito anos atrás.

Estaciono em uma vaga aleatória e adentro o aeroporto. Há gente para todo o lado. Procuro por rostos conhecidos. Olho a lista de voo. Merda.

Genebra, Suíça: 20:00 horas.

20:03. Eles se foram. Ele se foi. Burra. Idiota. Besta. Isso é tudo culpa minha, por que eu tenho que ser assim? Arranho meu braço segurando a vontade de chorar.

- Por que você está aqui? - ouço uma voz vinda atrás de mim. Eu só posso estar maluca, essa voz é igualzinha a do Tom.

- Vim dizer algo que eu deveria ter dito para uma pessoa que amo - lágrimas descem contra minha vontade - Mas é tarde demais.

- E por que você acha isso?

- Porque ele foi embora - cravo minhas unhas em minha pele, um braço as tira. Levanto o olhar, sem acreditar no que vejo. De quem eu vejo.

- Quem foi embora? - os olhos castanhos, que tanto conheço, me analisam. Um alívio enorme me atinge. O abraço. Sinto os braços de Tom me envolverem.

- Desculpa... - minha voz falha - Me desculpa por ter te magoado. Por ter partido seu coração.

- Você pode partir meu coração mil vezes, se desejar, moreninha - ele apoia o queixo em minha cabeça.

Fico ali, sentindo seu cheiro, apreciando cada momento. De repente, sinto sua mão levantar minha cabeça. Me obrigando a olhá-lo. Oh céus! Ele é tão lindo. Nossos rostos ficam a milímetros de distância. Sua mão sobe para a minha nuca, meu corpo arrepia em resposta. Escuto suas batidas. A sua respiração. Os seus pensamentos.

- Desculpa - repito.

- Amelie... - Tom começa.

- Eu estava com medo - continuo, olhando para os seus lindos olhos - medo de aceitar meus sentimentos mais uma vez. Eu estava com medo de amar alguém e a pessoa, simplesmente, ir embora. A dor de perder alguém amado, foi tão grande e tão horrível, que desejei nunca mais sentir aquilo novamente. Mas... eu não posso pensar em minha vida... sem você ao meu lado. Não consigo fugir de você - lágrimas de dor e felicidade se misturam - Eu te amo, eu te amo Tom Kaulitz.

Vejo o garoto dar um pequeno sorriso. Ele continua sorrindo e me analisando por alguns segundos.

- Eu não posso te dar a certeza que nunca te magoarei, mas saiba que meu amor, nunca lhe machucará - seus lábios estão à milímetros dos meus - Eu te amo, eu te amo Amelie Zimmer. É você e sempre foi você.

Assim como ele, não consigo conter o sorriso. Sinto seu hálito quente em meu rosto. Sinto uma vontade enorme de beijá-lo aqui e agora. Tom me olha como se eu fosse a única garota aqui presente, a única pessoa aqui presente.

- Não era para você estar indo à Grécia? - sussurro.

- Sim - seu sorriso de lado, faz minhas pernas tremerem - Mas prefiro estar aqui, com você.

Ele se aproxima lentamente. Nossos corpos emanam um calor enloquecedor. Uma de suas mãos me puxa mais perto pela cintura. E como um sonho realizado, seus lábios tocam os meus. Ele me beija rápido e intensamente. Como se tivesse desejado isso a sua vida inteira. Minha respiração começa a ficar desregulada e contenho a vontade de pedir mais e mais. De dizer me beije, me beije, me beije infinitas vezes. Entrelaço meus braços ao redor de seu pescoço, ficando na ponta dos pés, lutando para chegar perto.

Nos afastamos ofegantes. Tom não para de me olhar. Isso faz minha barriga se remexer. Ele põe meu cabelo atrás da orelha, decorando cada traço de meu rosto. Me sinto leve. Me sinto feliz. Feliz por ter me entregando e me jogado de cara. Feliz por ter lutado contra meu medo, e ganhado.

- Então... o que nós faremos agora? - pergunto, quebrando o silêncio.

- Eu tenho muitas coisas que gostaria de fazer com você - ele me lança um sorriso malicioso.

Dou um pequeno soco em seu peito e me escondo lá, escondendo minha vergonha. Começo a notar as pessoas ao redor, tirando fotos e sussurrando. Tinha esquecido que estávamos em um lugar público.

- Vem - Tom nota meu desconforto e pega minha mão, me levando para fora do aeroporto - Vamos sair daqui.

Chegamos onde era para estar meu carro. Olho ao redor tentando achá-lo. Ah merda, será que estacionei na vaga errada? Rebocaram meu carro? Tom começa a rir ao meu lado. Lhe lanço um olhar de repreensão.

- Relaxa - ele pega o celular - Alô, sim, sim deu certo. Para de gritar e vem logo aqui. Sim. Exatamente. O carro dela sumiu. Beleza, valeu.

- Quem era?

- Bill. Ele já está vindo nos buscar - Tom senta no meio fio, sinalizando para que eu faça o mesmo.

- Então todos vocês ficaram? - tento juntar as peças - Astrid avisou que eu viria?

- Sim. Recebi a mensagem quando estava entregando o passaporte. Disse para os meninos que eu tinha que ficar mais um dia. Como eles são meus fãs, decidiram ficar também - Tom sorri. Ele nota meu semblante murchar - Fica de boa moreninha, temos o dia inteiro amanhã.

Seus braços me envolvem e ficamos ali
esperando Bill. O mesmo chega depois de alguns minutos, nos olhando maliciosamente. Sorrio para ele.

- Ah, Amelie - Bill me chama, olhando pelo espelho do carro - Vi seu carro quando eu estava vindo.

- Sério?! - aí que alívio - você pode passar lá rapinho?

- Sem problemas - o Kaulitz mais novo responde.

Cem problemas. Recebi uma multa altíssima por ter estacionando no local errado. Não tenho todo esse dinheiro aqui presente, terei de pegar meu carro outra hora. Entro no automóvel de Bill suspirando tristemente. Tom sai de repente, deixando eu e Bill sem entender. Ele volta com um sorriso no rosto.

- Vem, carro liberado - o Kaulitz mais velho abre a porta - Valeu pela ajuda maninho.

- Não tem de quê - ele nos lança um olhar malicioso de novo - Quero vocês em casa antes das 11:00, sem beber e usem camisinha.

- Sim, usarei camisinha - Tom sorri me olhando. Dou uma cotovelada nele. Ele arfa de dor - Poxa moreninha, essa doeu.









Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora