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Ando até me acalmar. Mas que cacete. Tom Kaulitz só sabe me provocar. Eu o odeio. Qual é o problema de aceitar que estou certa?
Vou até uma barraca de picolé, para tentar esfriar a cabeça. Sento em um banquinho tentando relaxar. Era para ser um dia legal, mas está horrível. Suspiro e olho para a paisagem. Argentina é linda. Amo tanto esse país como o meu de origem. Um garoto me chama atenção. Suas tranças pretas caindo lentamente pelos seus ombros. Não pode ser. Esse homem me persegue. Ele olha para trás me vendo ali também.

    - Mas que porra - dizemos juntos.

    Me viro de costas para ele. Não posso nem ter um minuto de paz.

     - Como você sempre aparece nos lugares que estou? - pergunto irritada.

     - Implantei um localizador em você - ele ri debochado.

     - Onde? - me viro para Tom, o olhando com desdem.

     - Quer que eu fale? - provoca.

   Reviro os olhos e não digo nada. Ele está tentando aliviar o clima, tentando ser engraçado. Não vou cair nessa.

      - Por que... Por que você chamou Gustav, Georg e Avril? - o questiono - Achei que era pra ser só nos dois, e Bill e Astrid. Um encontro de amigos. Se é que devo te chamar assim.

- Fiquei com vontade de chamá-los, apenas isso. Não sou egoísta a ponto de deixar meus amigos fora da diversão, mas você parece pensar diferente - ele bufa, jogando o palito de picolé no lixo.

- Está me chamando de egoísta? - levanto indo em sua direção.

- Estou - ele se levanta também, ficamos cara a cara. Um sorriso malicioso surge em seu rosto - Não vai jogar as mesas em mim, não é? Irritadinha.

- Eu te odeio Tom - rosno, olhando bem no fundo de seus olhos.

- Não odeia não - o Kaulitz me olha estranho.

Me viro e saio dali. Não sei por que aceitei de sair com esse idiota. Volto até a praia e pego minhas coisas. Todos estão se divertindo no mar, não sentirão minha falta se eu ir para casa. Faço sinal na rua, esperando um taxi. De repente, sinto alguém puxar a minha  bolsa. Olho para o lado vendo um homem fugindo com ela. Arregalo os olhos. Corro atrás dele. Ninguém pega as minhas coisas. Algo importante para mim, está lá dentro. A chave do carro do meu pai. Ninguém vai tirar ele de mim novamente. Sigo o ladrão até um lugar sem saída. Ele olha para mim assustado. Meus olhos estão queimando, sei que ele está vendo.

   - Devolve a minha bolsa - mando, me aproximo lentamente - Não vou pedir de novo.

    - Você acha que me assusta? - ele pergunta. Seu semblante muda. Era uma armadilha.

     Olho para trás vendo mais 3 homens. Estou cercada. Eles se aproximam, me olhando de cima a baixo. Esses tarados não vão encostar um dedo em mim. Não vou cair sem lutar. Pego um pedaço de madeira do chão. Me preparo para atacar assim que um deles corre em minha direção. Acerto sua orelha, ele geme de dor e se joga no chão. Mais outro, esse agarra minha cintura me imprensado contra a parede. Minhas costas batem com força. Levo meu joelho até sua virilha, e bato eu suas costas até ele me soltar. Eles estão brincando comigo. Sei disso. Podiam vir todos juntos e eu não teria chance nenhuma. Um gato brincando com um rato. Todos juntos, me cercam. Se aproximam de mim. Seguro a madeira com toda a minha força. Estou com medo. Muito medo. Não sei por que tive que sair de lá. Eu só faço merda. Fecho os olhos me preparando para a derrota, até escutar um celular tocando em minha bolsa. Mas espera... esse não é o toque do meu celular. Então... ouço uma voz vinda atrás dos homens.

- Se vocês tocarem nela, irão se arrepender - Tom está lá. Seu olhar mortífero lançado contra os homens.

- E você vai fazer o que? Nos prender? - provoca um deles.

- Eu não, mas eles sim - após a fala do Kaulitz, quatro policiais surgem em meu campo de visão.

Eles apontam a arma para as pessoas a minha frente. Os homens levantam as mãos assustados. Não tiro os olhos de Tom, ele me salvou de novo. Igual no passado. Meu coração acelera por ele. O Kaulitz se aproxima de mim, me olhando sério.

- Você está bem? Eles não te machucaram, não é? - ele pergunta - Parece pálida.

- Ah... - olho para seu rosto, tão lindo, tão perfeito - Sim, estou bem.

- Não faça mais isso - sua expressão muda - Não saia sem avisar. Você já imaginou o que poderia acontecer, se você não tivesse pegado a minha bolsa ao em vez da sua?

- Sua bolsa? - olho confusa para o objeto - Mas ela é igual a minha.

- Todas são iguais a sua, compramos quando chegamos na Orla, lembra? - ele ri levantando as sobrancelhas - Ainda bem que você é desmiolada, te segui para trocar as bolsas. Vi que você correu e fui atrás. Eles podiam ter te machucado, se você não fosse tão lerda.

- Tá legal, você está feliz em me ver ou não? Eu entendi que foi erro meu, para de jogar na minha cara - o olho com desprezo.

- Só fiquei preocupado - tenta justificar.

- Não preciso da sua preocupação - tento sair mas ele segura meu braço, uma sensação elétrica percorre meu corpo.

- Para de agir assim, por favor - noto algo em seu rosto. Seus olhos me analisam, até chegar em meus lábios - Para de agir como me odiasse.

Seus olhos fixam em minha boca. O que ele está tentando fazer? Me provocar novamente?

- Mas eu te odeio - digo.

- Me beije - sua voz suaviza.

- O que? - me sinto corar - te beijar?

- Se seu ódio por mim é tão grande, me deixe diminuí-lo - ele se aproxima. Ele não me toca, apenas segura meu braço - Sei que meu beijo te fará mudar de ideia.

- Tom... - minha respiração fica ofegante. Quero muito beijá-lo, tocá-lo, tê-lo para mim - por que você está fazendo isso?

- Porque não quero que você me odeie - seu hálito quente atinge o meu rosto, vejo um desejo intenso em seus olhos - quero que me ame.

Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora