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- Ótimo, pessoal. Por hoje é isso - Bill diz.

Gustav e Georg estão aqui também, ensaiamos a tarde inteira. Espero que esse plano de nos tornarmos uma banda reconhecida de certo. Saio do porão junto com os meninos, sinto um cheiro bom vindo da cozinha. As comidas da mamãe são as melhores. Entro no cômodo animado, até ver Amelie ali presente.

- O que você está fazendo aqui? - semicerro os olhos - Tá invadindo minha casa agora?

- Nossa casa - Bill corrige - Oi Amelie.

- Oi - ela sorri.

- Pedi para a senhora Zimmer me passar a receita da sopa dela, que é uma delícia - mamãe comenta - Amelie veio me ajudar. Tom, pode ir buscar alguns tomates?

- Sim - me viro. Só quero sair daqui.

- E Amelie, querida, vá junto para dizer quantos precisa - a mulher pede. Lanço um olhar de desespero para Bill.

- Eu posso ir no lugar de Tom mãe - ele diz.

- Não precisa filho, leve o caderno de receita para a senhora Zimmer, e agradeça por ela ter me emprestado - mamãe entrega o objeto para Bill que me lança um olhar de desculpas.

Levo Amelie para a pequena horta atrás de casa. Eu queria distância dessa garota. Mas é impossível. Ela estuda na mesma sala que a minha, senta na mesma mesa no recreio, é a minha vizinha... Não aguento mais.

- Quantos tomates precisa? - pergunto sem ânimo algum.

- Três - ela responde da mesma forma.

- Toma - alcanço os tomates para a garota que toca em minha mão. Nossos olhares se cruzam e aquela sensação, que tanto luto para que vá embora, volta.

- Ah... obrigada - Amelie se vira e vai até a cozinha. Noto suas bochechas vermelhas.

Qual o problema dela? Por que não diz que gosta de mim? E por que eu não digo? Não sei. Talvez seja o mesmo motivo que o dela. Nós nos odiamos e estamos sentindo atração um pelo outro. É assustador e confuso demais.
Talvez seja apenas temporário. Sou muito novo para entender o amor, só quero curtir a vida e aproveitar as oportunidades que ela me dá. Tentarei pensar que o que sinto pela vizinha da frigideira é apenas uma ideia idiota. Uma mentira dita muitas vezes se torna verdade não? Então, se eu colocar na minha mente que não estou apaixonado por Amelie, dará certo? Com certeza não, mas tentarei.

Acordo com mamãe nos chamando para ir à escola. Pego minha mochila, escovo meus dentes, tomo café e espero no ponto o ônibus. Amelie chega e nos cumprimenta. A ignoro. Tentarei negar sua existência para fugir de meus sentimentos.

No recreio, toco em um assunto que sei que a deixa desconfortável.

- Você viram como a Jennifer está bonita hoje? - pergunto aos meus amigos.

- Nossa. Sim - Georg concorda - ela já tem peitos, vocês viram?

- Credo, podemos trocar de assunto? Por favor? - Amelie morde a isca.

- Exatamente. Não vamos ficar falando de peitos enquanto comemos - Bill me ajuda.

- Vai me dizer que você não gosta, BiloBilo? - Gustav entra na conversa.

- Ah... Claro mas - ele olha para Amelie - Falar sobre isso é desconfortável para uma garota ouvir.

- Com certeza - a garota nos olha com desprezo.

- Os incomodados que se retirem - murmuro.

Amelie me lança um olhar de ódio e se retira. Fácil demais.

Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora