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- Amelie, que cara é essa? - pergunta minha mãe com um sorriso forçado - Não está feliz em rever seus amigos?

- Estou mãe - pego uma xícara de café e sento junto a eles ao lado de Georg.

- Quanto tempo vizinha da frigideira - o garoto de cabelos compridos ri. Sorrio em deboche, evitando olhar para Tom.

Um clima estranho se apossa do ambiente. Ficamos em silêncio por alguns instantes.

- Então... como vocês se reencontraram? - pede mamãe para Astrid, tentando aliviar a tensão.

- Encontrei Bill na festa ontem, foi muito engraçado a cara dele quando me reconheceu. A gente tinha meio que marcado de se ver.

- Eu mandei mensagem para ela alguns dias atrás, quando resolvemos de fazer turnê na Argentina - Bill completa. Semicerro os olhos para minha irmã. Ela sabia e não me contou nada.

- Foi divertido? - mamãe pergunta.

- Foi. Até conheci uma garota que me interessou ontem, mas ela, simplesmente, sumiu - Tom diz e cuspo todo meu café na cara de Gustav. O que ele pensa que está fazendo?

- Amelie! Modos! - mamãe me repreende, pegando um pano e limpando o rosto de Gustav.

- Desculpa... esse café estava muito doce - pego uma torada, me levantando - vou subir, preciso estudar, até mais.

Olho para Astrid que me lança um olhar de desculpas. Por que ela não me contou? Subo as escadas, e a todo momento, sinto os olhos de Tom em mim.

Alguns minutos se passam e termino minha atividade. Assisto alguns vídeos explicativos. Minha atenção está toda voltada aos estudos, até alguém bater na porta.

- Mãe, eu não quero descer. Estou estudando - digo para quem acho ser ela.

- Sinto lhe informar, mas não sou sua mãe - escuto a voz de Tom do outro lado. Por que ele me persegue? - posso entrar?

- Não - respondo seca - estou ocupada.

- Por favor, eu já vou ir embora, só quero me despedir - implora ele.

- Se despeça daí - digo.

- Amelie - ele pede - Me deixe entrar, por fav...

- Fala logo Kaulitz - o surpreendo abrindo a porta. Tento não reparar o quão lindo ele é.

- Ah... Desculpa por ontem. Eu devia ter falado quem eu era - ele sorri - Você também devia ter me falado.

- Só isso? - levanto as sobrancelhas - posso voltar a estudar?

- Porra Amelie, você não vai dizer nada? - ele balança a cabeça em desaprovação.

- E eu deveria? - debocho.

- É claro, continua orgulhosa como sempre - Tom ri desapontado - Não sei porque ainda me importo.

- Nem eu - digo.

- Tchau Amelie - finaliza me olhando com desprezo. Fecho a porta e de repente sinto algo. Uma ansiedade. Me arrependo de ter sido tão fria. Mas ele mereceu. Mereceu por aparecer assim do nada, e tirar a paz que eu tinha.

Termino de estudar e vou até a cozinha. Pego um prato e encho de macarrão. Astrid está ali, me olhando como se quisesse dizer algo. Lanço um olhar frio para ela. Subo para meu quarto, e como lá. Não quero que ninguém me encha o saco. Já estou irritada o suficiente.
Escuto um bater na porta e ela se abre. Astrid sorri tristemente para mim e senta ao meu lado.

Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora