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Corro pela cidade tentando fugir de mim mesma. Tentando fugir de meus problemas. Por que? Por que eu tenho que ser assim? Paro cansada assim que chego perto de um estúdio de rádio. Tive uma ideia. Entro e vou em direção ao locutor. Ofereço uma grana para ele, para me deixar falar algumas coisas. Coisas que necessito. Respiro fundo.

- Boa tarde. Aqui quem fala é Amelie Zimmer, ou como mais conhecida no momento, a garota que jogou pratos em Tom Kaulitz. A louca do restaurante - forço uma risada - Sei que o que fiz foi totalmente errado. Perdi a cabeça. Decepcionei meu chefe, que me demitiu. Não deixem de ir ao restaurante, não fiquem com medo, eu não vou estar lá para jogar pratos em vocês - o locutor ao meu lado solta uma gargalhada - Sinto muito chefe. Você é gente boa. Nunca tive um trabalho tão animador como esse, cheia de pessoas maravilhosas. E se por algum acaso, Avril estiver escutando, gostaria de dizer que Tom Kaulitz está caidinho por você. O motivo de eu ter jogado pratos nele foi esse. Eu estava com ciúmes. Ele só fala de você 24 horas por dia. Disse que largaria tudo pra ficar com você. Bom... é isso que gostaria de dizer. Obrigada pela atenção.

Agradeço ao locutor e saio dali. Isso tirou um grande peso de minhas costas. Olho meu relógio. 17:50??? MERDA. Vou me atrasar para faculdade. Corro o mais rápido que posso. Minhas pernas ardem pelo esforço anterior. Não sei como consigo andar. Sento em um banco massageando minhas panturilhas. Estão queimando. Penso ser o fim da linha, até um carro buzinar na minha frente.

- Entra aí moreninha - Tom diz com um sorriso no rosto.

Entro e encosto a cabeça no banco cansada. Olho para Tom que está sorrindo para mim.

- Suas coisas da faculdade estão ali atrás - ele sinaliza - Aliás... belo discurso no rádio.

- Obrigada - suspiro - Espero que tenha servido para alguma coisa.

- Com certeza sim, Avril me mandou mensagem. Ela quer sair comigo depois de nosso show amanhã - Tom sorri vitorioso.

- Foi mal por ter estragado seu café da manhã - sorrio maliciosamente.

- Não. Eu tive culpa. Te provoquei. Falei algo que eu sabia que iria te machucar, por que eu queria muito te magoar. Não pensei direito - um músculo em sua mandíbula se contrai - A raiva me consumiu.

- Entendo completamente. Eu não pensei antes de querer te matar com os pratos - gargalho - acho que preciso de folga, se bem que terei agora que estou desempregada.

- Você logo acha um outro emprego - o Kaulitz dá de ombros sorrindo de lado - Ha vários noturnos.

- Infelizmente estudo a noite, vai dar não - brinco - Ninguém iria querer me comer mesmo.

- Tem vários caras que te comeriam, não só caras - ele ri.

- Ata. Quem?

- Ah... aquele cara do bigodinho e... o cara do bigodinho? - Tom ri passando a mão pelas tranças.

- A obrigada - gargalho - Isso foi muito motivacional.

Chegamos na faculdade e pego minhas coisas do banco de trás. Cheguei bem na hora.

- Valeu Tom - agradeço pela janela - Somos amigos agora?

- Não. Não te perdoei completamente por ter jogado pratos em mim - ironiza - Que horas termina sua aula?

- Às 23:00, por que? - pergunto confusa.

- Venho te buscar.

- Não precisa, até lá vou estar descansada - respondo, pondo a mochila nas costas.

- Vou vir de qualquer jeito - Tom pisca. Ficamos nos olhando por alguns segundos. Desvio o olhar assim que acho que aquilo ficou estranho - Ah... Até mais amigona.

- Até mais - respondo vendo ele saindo com o carro. Ignoro as sensações que sinto e vou para a minha primeira aula.

Vários alunos me lançam olhares estranhos, alguns cochicham, outros fingem que não me veem. Que se dane. Preciso encontrar um emprego urgentemente. A próxima mensalidade se aproxima e só terei como pagar essa. Tento não pensar muito sobre isso. Minha cabeça já está latejando.

As aulas terminam e um Audi preto já está me esperando. Algumas meninas gritam, ao ver Tom baixando o vidro e fazendo sinal para mim entrar. Vários celulares apontam para nós.

- Por que você abriu a janela? - pergunto ao entrar.

- Para dar um oi para minhas fãs universitárias - ele acena para fora fechando o vidro.

- Mas não vão achar que estamos juntos? - aperto o cinto.

- Pois então que achem, nunca se tornaria real mesmo - seu olhar pousa em mim - Quer um cigarro?

Recuso abrindo o vidro. Nunca se tornaria real? Minha Amelie do passado ficaria triste com isso. Mas a Amelie do presente não se importa. Não é? Não é?

Chegamos na frente na minha casa. Desço do carro tentando ignorar o fato de Tom estar me olhando estranho.

- Por que você está me olhando desse jeito? - pegunto vendo-o sorrir.

- Apesar de eu querer negar, que bom que te encontrei aqui. Estava com saudades de conversar com você - seus olhos se iluminam. Uma sensação estranha me atinge.

- A gente tem muito papo pra por em dia... até vocês irem embora - forço um sorriso.

- Sim - suspira Tom - Aliás, peguei dois ingressos do nosso show para vocês. Um para sua irmã e um para você. Sua mãe vai querer ir também?

- Acredito que não, ela não é muito de ir nesse tipo de coisa - rio - Nem eu.

- Mas você vai gostar. Acredite em mim - seu sorriso se alarga e tento o máximo não olhar para seus lábios - Boa noite moreninha.

- Boa noite garoto das tranças pretas.

Entro em casa vendo Astrid me olhando com desconfiança. A ignoro sorrindo e subo para meu quarto. Preciso urgentemente dormir. Amanhã precisarei encontrar outro emprego. Não terei aula, pois estarão organizando uma feira que terá semana que vem. Participarei de um teatro. Preciso ensaiar alguma hora dessas.

Seus dedos ásperos contornam minha boca. Seu hálito quente me atinge. Seus olhos me olham fixamente, com desejo. Acaricio sua bochecha. Paço o dedo em seu piercing. Sua outra mão, me puxa para mais perto pela cintura. Entrelaço meus braços ao redor de seu pescoço. Agora, seus olhos estão em meus lábios. Os seus se aproximam cada vez mais. Sua respiração, assim como a minha, está desregulada. Ouço meu nome ser pronunciado.

- Amelie... - a voz diz. Acordo em um pulo percebendo ser a de Astrid - Calma menina, voce está bem?

- O que? - tento raciocinar onde estou - Ah sim... estou bem.

Acabei de ter um sonho erótico com Tom Kaulitz?


Kiss Me - Tom KaulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora