- Espera... na casa do Anthony? - ele ri - Inacreditável.
- Tom, escuta, ele me ajudou a gravar, apenas isso. Foi ele que me disse o que eu deveria falar... - tento manter a calma e não surtar, com esse ciúme bobo do Kaulitz.
- E por que não me pediu? Eu te diria o que dizer - me questiona. Seu tom de voz está mais agressivo.
- Você estava na sessão de fotos, como iria me ajudar? - minha paciência está se esgotando...
- Esperava terminar então, não ir na casa daquele babaca que só quer te pegar - Tom retruca.
- Por que esse ciúmes? Eu nunca te trocaria por ele e você sabe disso.
- Mas eu não gosto dele. Você também não, não sei porquê do nada, começou a gostar - ouço uma provocação em sua voz.
- Olha, chega. Não discutirei com você, porque está bêbado e não está pensando antes de falar - cerro os dentes - Vamos falar sobre isso, quando você estiver sóbrio.
- Não use isso como desculpa para fugir do assunto. Eu estou bem ciente do que estou falando, podemos resolver esse assunto aqui e agora - Tom responde. Sinto sua respiração do outro lado. Está enfurecido.
- Então você vai ficar falando sozinho, porque não ficarei gastando minha saliva com você, só porque está com um ciúmes de merda.
- Escuta Amelie - Tom continua - Tem algo de estranho nesse Anthony, escreva o que eu digo.
- Ele é meu amigo e se você acha que vou parar de falar com ele, só porque você não gosta, está muito enganado Kaulitz - desligo na sua cara.
Eu estou certa, ele sabe disso. Não vou parar de fazer coisas que me deixam feliz, só porque um homem não gosta. Contudo, ainda me frusto. Sempre fui a excluída entre meus "amigos", amigos da minha irmã. Com certeza eles eram obrigados a fingir que eu era do grupo. Sempre trocando uma ou duas palavras, contato visual quase zero... Astrid sempre me levava junto, para eu não me sentir sozinha. Não fazia diferença, ninguém falava comigo de qualquer forma.
Quando nos mudamos para a Argentina, pensei que seria triste para sempre. Meus únicos e verdadeiros amigos, tinham ficado na Alemanha. Mas fiz um amigo aqui, que não me recordo o nome. Ele gostava de mim, não sei como. Sempre me seguia e estava comigo. Mas um dia, ele simplesmente sumiu. Terminei o ensino médio sozinha, de novo.Acordo pela terceira vez no meio da madrugada. Ligo o celular, esperando ver alguma mensagem de Tom. Nada. São 04:12 e não consigo dormir de jeito nenhum. Me levanto indo em direção à cozinha. Bebo um copo d'água e pego um pote de sorvete na geladeira. De repente, escuto alguns barulhos vindos da varanda. Sigo o som até encontrar minha irmã soluçando. Ela está sentada no chão, encolhida, com a cabeça nos joelhos.
- Astrid... - sento ao seu lado - O que foi?
- Nada - ela limpa as lágrimas, fingindo que não estava chorando.
- E a promessa de dizermos as coisas uma para outra em? - a cutuco sorrindo, mas ela nem se move - É alguma coisa relacionada ao Bill?
- Sim - ela fita o teto - a gente brigou feio.
- Achei que vocês nunca brigariam, são personalidades tão calmas - comento, com a colher de sorvete na boca.
- Eu também - sua boca treme - Ele queria que eu fosse junto com eles nas turnês, mas falta pouco para eu terminar minha faculdade e tenho uma vida aqui. Não posso simplesmente largar.
- Entendo - sorrio, apesar de tudo - Tom queria que eu parasse de falar com Anthony, só porque ele não gosta dele
- Por isso os gritos vindo de seu quarto? - Astrid me analisa - Brigaram também?
- Sim - suspiro, oferecendo um pouco de sorvete a ela - Bill não te pediu em namoro oficialmente, né?
- Não - ela solta um riso - ele disse que queria fazer o pedido em Paris, para colocarmos um cadeado na ponte dos cadeados.
- Quando eles irão para Paris? - pergunto, deixando o sorvete de lado.
- Dia 14 desse mês - Astrid pega minha mão - Depois de amanhã, eles irão para Barcelona.
- Mas vocês vão se resolver, não é? - aperto sua mão - Você é a alma gêmea dele, depois de Tom é claro.
- É - ela ri me cutucando - e você é a alma gêmea de Tom, depois de Bill é claro.
- Eu tenho medo de não dar certo - murmuro - Nós somos farinha do mesmo saco. Somos dois orgulhosos, com um temperamento igual.
- Por isso vocês darão certo. Por serem do mesmo saco desde o começo, foram predestinados a ficarem juntos para sempre - ela escora sua cabeça em meu ombro.
- Acho que você deveria ser filósofa, assim como a Avril - gargalho - Aliás, por onde ela anda?
- Ela está em Nova York, se não me engano - Astrid responde, bocejando - Acho que irei dormir. Boa noite irmã.
- Boa noite - ela beija minha testa.
Fico ali, sob a luz da lua. Meu celular vibra. Meu coração palpita esperando ser Tom, mas me engano. Karina me mandou mensagem, pedido se eu gostaria de sair hoje a noite com os amigos dela. Como ela tem meu número? Respondo que pensarei.
Vou ao banheiro fazer minhas necessidades. Quando estou prestes a abaixar as calças, meu celular vibra novamente. Vejo o número de Tom, pego o celular tão rápido de cima da pia, que ele escorrega e cai... direto... no vaso. Solto um grito de desespero, tirando meu aparelho todo ensopado de dentro do vaso. Tento o secar mas mesmo assim não liga. Merda. MERDAAAAAA.
- Amelie o que foi? - Astrid aparece preocupada, com mamãe ao seu lado.
- Meu... celular... caiu no... vaso - digo ainda em choque.
Astrid arregala os olhos segurando o riso. Já mamãe, solta uma gargalhada tão alta, que é capaz de acordar os vizinhos.
- Eu... não acredito - ela fica vermelha de tanto rir.
Eu deveria me sentir ofendia, por ela estar rindo desse jeito de minha desgraça. Mas quando Astrid começa a rir também, gargalho igual uma gazela. Como eu fui capaz de deixar meu celular cair? Quando finalmente Tom havia me ligado? Alguém deveria escrever sobre minha vida, acontece tanta merda que fica até engraçado.
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Kiss Me - Tom Kaulitz
RomanceEles eram vizinhos antes de Tom ficar famoso. Eram amigos. Melhores amigos. Amelie tinha uma paixão secreta por ele, mas o garoto nunca sequer se importou com os sentimentos dela. Ele era profundamente apaixonado pela irmã de Amelie, Astrid, que era...