Capítulo 5

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Algumas semanas após o início das aulas, numa segunda-feira, Isabella amanheceu sentindo-se muito mal. Sentia-se como se tivesse sido atropelada por um caminhão, todo seu corpo doía, sua cabeça latejava a cada passo que dava, além do frio que tinha se instalado em si. Sabia que estava com febre, e que deveria ficar em casa naquele dia, mas era teimosa e teria uma atividade avaliativa na segunda aula, o que a forçou a se preparar para universidade. Tomou apenas um remédio antes de sair de casa com um casaco de moletom preto, calça jeans e um tênis em seus pés para que pudesse se aquecer um pouco mais, mas pareceu não adiantar, já que calafrios passavam pelo seu corpo cada vez que o vento fresco da manhã entrava em contato com sua pele.

Ainda assim dirigiu até a Universidade. Quando chegou, percebeu que ainda estava um pouco cedo, já que havia poucos alunos presentes, então foi direto para a sala onde deitou a cabeça sobre sua mesa enquanto esperava o remédio fazer efeito. Percebeu quando os alunos já estavam entrando na sala, porém não tinha coragem de levantar, pois a dor em sua cabeça a fazia estremecer. Algum tempo depois sentiu uma presença ao lado da sua mesa, e logo reconheceu aquele perfume e a voz que veio em seguida.

- Você sabe que é proibido dormir na minha aula, pirralha. A última palavra foi dita baixa apenas para ela escutar, mas foi o que a fez se esforçar a levantar a cabeça para encarar Leandro parado ao seu lado.
Sua expressão zombeteira logo foi substituída por preocupação ao perceber o rosto pálido de Isa e a expressão de dor em seu rosto quando levantou.

- Você está bem? Está um pouco pálida. Perguntou preocupado tocando sua testa. - Droga, está queimando em febre, o que veio fazer aqui nesse estado?

- Eu estou bem, é só um pouco de dor de cabeça, e vim porque tenho uma avaliação no segundo horário. Respondeu Isa fazendo mais uma careta de dor quando sua cabeça latejou. - E eu não estou tão mal assim.

- Você deve ir para casa, está ardendo em febre e com dor, não deveria ter vindo hoje Isabella. Disse Leandro indignado com a teimosia da garota a sua frente. - Vamos, arrume suas coisas e vá para casa, depois você explica ao professor o que houve e faz a avaliação.
Isabella como sempre revirou os olhos e contestou.

- Eu já estou aqui, posso fazer a prova e depois ir embora, não se preocupe professor, eu estou bem. Falou, mas mais uma pontada de dor a fez levar a mão até a sua cabeça.

- Isabella, não seja teimosa okay, você claramente não está bem e não vai ter condições de fazer uma prova assim. Começou Leandro e vendo que ela ia reclamar levantou a mão a parando. - Guilherme, vá com ela até a enfermaria, lá você pega um atestado e depois vai para casa. Terminou não deixando espaço para que ela argumentasse.

- Sim capitão! Disse ela ironicamente batendo uma singela continência e revirando os olhos, o fazendo soltar um sorriso e balançar a cabeça em negação, aquela garota mesmo estando doente ainda conseguia ser teimosa.

Guilherme já a esperava na porta, quando ela passou por ele reclamando.
"Brutamontes mandão, ele se acha poderoso chefão só pode, babaca." Falou alto o fazendo soltar uma sonora gargalhada.

- Você sabe que esse "brutamontes babaca" é meu irmão, não sabe? Perguntou ele rindo, a fazendo parar para olhá-lo.

Isabella analisou seu rosto atentamente procurando por semelhanças entre os irmãos. Guilherme porém, era dono de olhos incrivelmente verdes, e tinha feições mais delicadas, além dos cabelos um pouco mais claros, a única coisa em que se igualavam, era na altura.

- Sério? Perguntou-lhe surpresa e o viu balançar a cabeça que sim ainda rindo. - Não retiro o que eu disse. Respondeu simplesmente, dando de ombros.
Isso fez Guilherme rir ainda mais alto.

- Eu estava com ele aquele dia. Falou novamente, atraindo a atenção da garota.

- Que dia? Ela perguntou confusa.

- Ahhh, no dia que você o chamou de Motorista da China. Ele respondeu a fazendo rir, mas logo parar após sentir a cabeça latejar. E Guilherme continuou.

- Na verdade, a culpa foi minha aquele dia, eu quem o mandei virar naquela esquina, pois estávamos perdidos e atrasados para o almoço na casa da nossa mãe. Disse Guilherme com uma falsa expressão de culpado, fazendo Isabella revirar os olhos.

- Dois barbeiros irresponsáveis andando juntos dá nisso. Guilherme riu novamente parando em frente a porta da enfermaria.

- Entregue senhorita, não se preocupe com o conteúdo, depois eu passo para você, ou meu irmão mesmo pode fazer isso, e em troca você dá umas aulas de direção para ele. Disse piscando o olho fazendo com que ela risse da sua brincadeira.

- Obrigada por ter vindo até aqui, apesar de não precisar, seu irmão exagera. Guilherme sorriu concordando com a cabeça e voltou para sua aula

Ao chegar novamente na sala, ele recebeu um olhar preocupado de Leandro, o qual respondeu com um balançar de cabeça como se dissesse que ela estava bem, e isso foi o suficiente para que ele continuasse a aula mais tranquilo.

***

Depois de sair da Universidade, Isa foi direto para casa, onde tomou mais um comprimido para dor e apagou em seu quarto. Quando acordou já passava de uma hora da tarde, mas já estava se sentindo bem melhor, a febre já havia passado e a dor de cabeça já tinha diminuído consideravelmente, então foi a procura de algo para comer. Sozinha em casa como sempre, já que sua colega mal aparecia para dormir, seus pensamentos voaram até certo homem de cabelos escuros e olhos claros, ela sentiu algo estranho dentro de si depois de vê-lo tão preocupado por ela não estar bem, ela pode ver sinceridade em seu olhar e lembrar disso fez seu coração acelerar novamente e um sorriso brotar em seu rosto. Mas logo tratou de repreender esses pensamentos, pois Leandro Rodrigues era seu professor, portanto um homem proibido para ela.

Em seu apartamento, Leandro também pensava na pequena mulher. Ele simplesmente não conseguiu conter a preocupação ao perceber que ela não estava se sentindo bem. Seu coração se apertou ao ver a pele corada pálida, e os olhos sempre brilhantes, um pouco opacos. Ele faria de tudo, para poder verificar se ela estava bem nesse momento, e se não estaria fazendo algo imprudente ao invés de descansar como ele pedira que fizesse. Lembrar disso fez um sorriso brotar em seu rosto, o quanto ela ficou insatisfeita por ter que ir embora, apesar de claramente não estar bem, sua teimosia e determinação em ficar eram fascinantes.

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Foto de inspiração do Guilherme para vocês !👇🏻

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Até o próximo Capítulo!
Beijos!🤗❤️

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