Capítulo 4

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Terça e quarta-feira, passaram sem muitas emoções, já que Isa não teria aula com seu professor "amado", porém na quinta, ela já estava se preparando mentalmente para enfrentar as duas aulas seguidas que teria com Leandro, e apenas pensar nisso já fazia seu estômago embrulhar. Acabou demorando um pouco mais de tempo para entrar na sala, dando voltas pelo campus tentando atrasar o máximo possível aquele momento, mas não teve jeito, quando parou em fim na frente da sua turma, suspirou e abriu a porta. Não se surpreendeu ao ver Leandro já presente na turma que a olhou com a sobrancelha arqueada.

- Está atrasada, senhorita. Disse com o maldito sorrisinho de canto.

- Não não, o senhor que está adiantado, no meu relógio constam sete e dez, e as aulas começam sete e quinze. Respondeu Isabella com uma falsa doçura na voz.

- Hummmm está certo, vou relevar dessa vez, pode ir se sentar.
Marchando até seu lugar, Isabella sentou-se praguejando mentalmente aquele homem, mesmo estando errado ele agia como se fosse o dono da razão.

As aulas seriam divididas uma para explicação do conteúdo, e a outra para que os alunos realizassem uma lista de exercícios feita por Leandro para que melhor fixassem o aprendizado da matéria.
A primeira aula passou bem rápido, e pouco tempo após Leandro entregar as folhas aos alunos, reparou que Isabella já havia terminado sua tarefa e estava observando os outros alunos.

- Ja terminou tudo pirralha? Perguntou baixo, chamando a atenção dela que se virou com os olhos semicerrados em sua direção.

- Sim, já terminei. Respondeu soltando um suspiro e ignorando o apelido.

- Hummm, deixa-me ver. Pegou a folha de sua mesa e começou a revisar as questões com o olhar.

- Isa, pode nos ajudar aqui? Perguntou uma das garotas do fundo da sala junto com mais alguns alunos.
Ela voltou seu olhar ao professor que também havia escutado o chamado.

- Posso? Perguntou a ele.

- Vai lá, suas respostas estão corretas apesar de que é um pouco curioso a forma que você chegou ao resultado. Ele respondeu colocando a folha em sua mesa, e abrindo espaço para que ela pudesse ir ajudar seus colegas.

Leandro observou com atenção sua trajetória até o fundo da sala, e sua interação com os outros alunos. Viu quando ela atentamente os ouvia e explicava a eles as questões que não haviam entendido, viu quando ela soltou uma risada gostosa de se ouvir depois de um comentário de um dos alunos, viu como aquele sorriso era lindo e desejou que ele fosse por sua causa. Como que sabendo de seus pensamentos, ela levantou a cabeça e olhou para ele com os olhos ainda brilhando em diversão, mas desviou o olhar continuando a explicar a matéria aos colegas. Pouco antes da aula acabar, ela voltou à sua mesa, e percebendo o olhar atentento de Leandro.

- O que foi? Perguntou curiosa com seu olhar.

- Nada não, só estava observando a forma que você os ensinava, você leva jeito para isso. Respondeu deixando ela desconcertada, pois não esperava por isso vindo dele.

- Ahhh as vezes eles me pedem ajuda com a matéria, espero que o senhor não tenha problemas em eu ir até lá ajudá-los.

- Não, claro que não, qualquer coisa você pode pedir minha ajuda também, para ajudá-los. Ele respondeu ainda se lembrando do sorriso dela.

- Hummm okay, obrigada. Disse ela ainda um pouco desconfiada por aquela primeira conversa civilizada entre eles.

Logo o sinal tocou fazendo com que ambos saíssem da bolha em que estavam, e se preparassem para próxima aula.

***

Os dias foram passando, e Isabella e Leandro começaram a se "suportar", na verdade Isabella suportar ele, já que para Leandro era uma verdadeira diversão ver aquela mulher irritada, ela ficava adorável assim, e ele não perdia uma oportunidade de provocá-la. Como quando no dia que ela havia recebido uma mensagem dos pais durante a aula, e por pensar ser algo importante, resolveu responder alí mesmo, mas Leandro estava no meio de uma explicação da matéria.

- Senhorita, poderia por favor colocar seu celular em cima da minha mesa? Falou com o sorrisinho de sempre a fazendo revirar os olhos.

[...]

Ou no dia em que ela já tinha terminado suas lições e deitou a cabeça sobre a mesa, e Leandro começou a batucar com a caneta na mesa da frente para chamar sua atenção.

- Dá "pra" parar? Minha cabeça está doendo já. Ela perguntou brava com aquele barulho irritante.

- Eu não estou fazendo nada. Disse cínico. - Além disso, é proibido dormir na minha aula. Disse apontando o dedo em sua direção e piscando um olho.

[...]

Também tinha as várias vezes, em que ele a chamava de pirralha quando os outros alunos estavam ocupados o bastante para não prestarem atenção neles. Ele sabia que ela odiava esse apelido, mas dizia não ter culpa dela ser do tamanho de uma garotinha. Tá que talvez ela não fosse tão baixa assim, mas ao lado dos seus 1,90 de altura, ela era realmente baixinha. Leandro amava provocá-la e ver todo seu esforço para não explodir com ele no meio de todos, mas não tinha nada que ele amava mais do que ver ela sorrir, mesmo que de longe. Aquele sorriso provocava sensações desconhecidas por ele, um frio se instalava em sua barriga cada vez que ela sorria para algum de seus colegas, então ele sempre dava um jeito de levar daquelas listas de exercícios para que ela pudesse ir ajudá-los e consequentemente sorrir mais vezes durante sua aula.

[

...]

Guilherme já havia percebido que seu irmão estava encantado com aquela menina, então deu um jeito de também se aproximar dela, sendo um dos que pediam a ajuda de Isa quando não entendia a matéria.

- Caramba, então era só isso e eu aqui torrando meus neurônios para resolver
essa questão. Falou impressionado após conseguir resolver a questão que Isabella o tinha ensinado. - Você é mesmo um anjo Bela, obrigado.

- Ah que isso, é bem fácil, você só estava iniciando da forma mais difícil. Disse rindo da forma que ele falou.

- É o jeito que você ensinou, realmente é mais simples, deveria tomar o lugar do nosso professor. Ele riu olhando pro irmão que observava os dois lá da frente.

- Não, eu não levo jeito para ensinar, apesar de achar que ser professor é uma linda profissão. Ela disse voltando ao seu lugar.

[...]

- Como você consegue? Leandro perguntou quando ela chegou a sua mesa.

- O que? Ela respondeu confusa.

- As contas, você as simplifica, até mesmo o Guilherme conseguiu aprender matemática. Ele disse realmente confuso

- Ah, eu não sei, sempre fiz da forma que fosse mais simples e mais direto e dá certo, só não sei como. Ela disse pela primeira vez rindo para ele, o que fez com que seu coração acelerasse como nunca antes e um sorriso também brotasse em seu rosto.

- Depois quero que me explique, os alunos parecem entender melhor assim. Disse a primeira coisa que veio à sua mente, mas seu olhar ainda estava preso no sorriso nos lábios da garota.

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