- O que foi Isa? Eu estou te sentindo bastante quieta esses dias. Giovanna perguntou se aproximando, e atraindo a atenção de Isabella, que estava sentada embaixo de uma árvore no sítio dos seus pais.
Logo atrás vinha Guilherme olhando em volta, como se estivesse fugindo de algo, ou de alguém.
- Graças a Deus que aquela pata assassina não está aqui! Exclamou aliviado quando chegou próximo das meninas, arrancando uma risada das mesmas. - O que houve Baixinha? Perguntou reparando no semblante triste de Isabella, que mesmo sorrindo não estava com o brilho característico no olhar.
Isabella suspirou olhando para os dois amigos à sua frente, seu coração estava temeroso e dolorido. Cada vez mais, se aproximava do dia do nascimento dos seus filhos, e tantos medos rodavam em sua mente, a deixando angustiada. Temia por sua vida, por mais que não exitasse em dá-la, para que seus filhos viessem ao mundo bem. Temia por Rafael, pela sua condição, por talvez ele não resistir após o nascimento. Temia por seus pais, que não sabiam que poderiam perder sua filha no parto, e que se acontecesse, ficariam desolados. Temia por Leandro, pelo fato dele acusá-la de traí-lo, podendo se recusar a aceitar seus filhos, e deixá-los "sozinhos" no mundo, por mais que os mesmos tivessem toda sua família para amá-los, não teriam nenhum dos pais presentes.
- Eu estou com medo! Sussurrou com a voz falha, começando a chorar, e Giovanna a abraçou preocupada.
- Com medo de quê amiga? Perguntou acariciando seus cabelos enquanto a mesma chorava baixinho em seus braços.
- Eu preciso contar uma coisa a vocês. Falou baixo fungando e limpando os olhos, e Guilherme sentou-se ao seu lado pronto a ouvi-la.
- Quando vocês foram embora após eu descobrir a gravidez, eu comecei a passar muito mal e marquei uma consulta para iniciar o acompanhamento da gravidez. Após realizar alguns exames, o médico constatou que minha gravidez era de risco, pois minha pressão estava muito alta e eu estava com anemia também, e isso poderia me fazer desenvolver uma pré-eclâmpsia e colocar a minha vida e a do meu filho em risco. Quando ele fez a ultrassom, e constatou que eram dois bebês e não apenas um, ele ficou muito preocupado com a minha situação, e me aconselhou a interromper a gestação ou retirar um dos gêmeos. Ela parou de falar e Giovanna ofegou preocupada ao seu lado, enquanto Guilherme segurou em sua mão, lhe dando apoio para continuar. - Eu me neguei a fazer qualquer uma dessas duas coisas, mesmo o doutor me alertando que minha vida e a dos meus bebês correriam riscos. Eu não podia desistir dos meus filhos, e muito menos escolher apenas um deles, então eu continuei com a gestação. Eu estou melhor, pelo menos a anemia está quase curada e minha pressão permanece controlada na maior parte do tempo, mas ainda a riscos, então eu fiz o doutor prometer que se houver qualquer complicação, e uma escolha for necessária, que ele escolherá a vida dos meus filhos.
- Isabella não fala isso... Guilherme tentou interromper, mas Isabella negou com a cabeça enquanto lágrimas escorriam em seu rosto.
- Gui, Gio! Eu tenho medo, não por mim, mas pelos meus filhos; Se eu morrer e o Leandro não os quiser, como eles crescerão sem os dois pais presentes em suas vidas? E também tem o Rafael, o meu bebê foi diagnosticado com um problema no coração, ele irá precisar de um tratamento imediato quando nascer, e se eu não estiver com ele? E se ele também não resistir?
Isabella começou a chorar sendo abraçada por Guilherme, e Giovanna que também chorava pela amiga, os dois não imaginavam que a situação da garota poderia ser tão séria assim. Guilherme se afastou das duas suspirando pesadamente, sentia-se impotente, seu coração estava pesado com a revelação de Isabella sobre ela, e sobre o bebê, sentiu até mesmo raiva de Leandro, por deixá-la sozinha naquele momento.
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Lições de amor
RomanceE se, você estivesse no seu último ano da faculdade, e chegasse um novo professor para te dar aulas? E se, por um acaso ele fosse alto, lindo, dono de um sorriso arrebatador, e um olhar intenso, e arrancasse suspiros por onde passasse? E se, você n...