Capítulo 41

154 12 45
                                    

Cinco dias haviam se passado, e para angústia de todos e desespero de Leandro, Isabella ainda não havia acordado. Apesar do médico garantir que a garota estava respondendo bem aos tratamentos, e se recuperando como deveria ser, a mesma ainda permanecia inconsciente desde o dia do parto. A rotina de Leandro desde então, se tornara revezar as horas dos seus dias, entre Isabella e Nicolas, se recusando a deixar o hospital e se afastar dos dois.

Nada mais importava para ele, do que estar ao lado da mulher que amava, e do filho, que estava se desenvolvendo rápido, e logo poderia deixar o hospital, e ir para os braços da mãe que ainda não tivera a oportunidade de conhecê-lo. Cada vez que ele entrava naquele quarto frio e sem cor, e avistava a garota que outrora irradiava vida e alegria por onde passava, mas agora jazia deitada inconsciente, com vários fios e aparelhos ligados ao seu pequeno corpo, seu coração se quebrava de diversas formas diferentes.

Porém não deixando se abalar com a dor, Leandro sentava-se em uma cadeira ao lado da cama, e discorria diariamente sobre cada minuto que passava ao lado do filho, contando a Isabella detalhadamente cada nova pequena descoberta que fazia sobre o bebê.

Ele contara a ela sobre a primeira vez que Nicolas segurara seu dedo com sua mãozinha minúscula, sobre cada detalhe do rostinho do bebê e o quanto o mesmo se parecia com ela, sobre a pequena mancha de nascença próximo ao ombro direito que o mesmo havia herdado dele, sobre os olhos castanhos acobreados tão parecidos com os seus, e mais uma infinidade de pequenas informações sobre o bebê. Apesar de não ter certeza se ela o ouvia, ele queria compartilhar, e fazê-la participar dos primeiros dias da vida do filho.

Leandro realmente surpreendeu-se, quando voltara ao berçário para visitar Nicolas no dia seguinte, e o mesmo abrira os olhos revelando as duas esferas acobreadas que o fitavam intensamente. E tampouco conseguira segurar as lágrimas de emoção, quando enfermeira colocara o pequeno bebê em seus braços, permitindo que ele o segurasse por alguns minutos. Fora uma sensação indescritível ter o filho em seus braços, o olhando com curiosidade com aqueles olhos que pareciam desvendar sua alma, e como se fosse possível, um amor ainda maior cresceu em seu coração.

[...]

- Filho! Vá para casa descansar e comer alguma coisa, você não saiu desse hospital desde que chegou, a cinco dias. Dona Ellen falou entrando no quarto para ver a filha, e mais uma vez encontrou Leandro ao lado da sua cama, lhe fazendo companhia.

- Não é nescessário dona Ellen, depois eu compro alguma coisa para comer lá na lanchonete do hospital. Ele respondeu sorrindo de leve para a mulher que suspirou revirando os olhos da mesma maneira que Isabella fazia.

Dona Ellen apesar do que aconteceu, não mudara seu tratamento para com ele, sempre tentava convencê-lo a sair do hospital e ir descansar, mesmo sabendo que Leando não se moveria daquele lugar, até que Isabella acordasse.

- Você vai acabar adoecendo menino, e minha filha precisa que você esteja bem. Como acha que irá cuidar dos dois se estiver doente? Ela perguntou contrariada, e Leandro mais uma vez sorriu.

- Eu estou bem Dona Ellen, mas vou aproveitar que a senhora está aqui e ir tomar um banho e comer alguma coisa, pode ser? Perguntou e a mulher sorriu concordando.

- Vá, vá logo antes que desista! Ela praticamente o expulsou do quarto, arrancando um sorriso do mesmo.

Leandro seguiu até o banheiro do hospital, onde também possuía algumas duchas e vestuários, provavelmente para os enfermeiros e funcionários se trocarem, e tomou um banho rápido, seguindo logo após para a lanchonete a procura de algo para comer. Andando pelos corredores, cumprimentou alguns médicos e enfermeiros pelo caminho, que aparentemente já haviam se acostumado com sua presença naquele lugar, e suspirou irritado quando mais uma vez sentiu seu celular vibrar em seu bolso indicando mais uma ligação de Victória.

Lições de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora