Capítulo 37

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O dia havia amanhecido nublado naquele sábado, como se para combinar com o humor de Isabella, que desde que acordara, um sentimento de angústia se instalara em seu peito. Como se não bastasse, seus pais saíram de viagem para a cidade vizinha, para visitar uns parentes, a deixando sozinha em casa, após muito insistirem que a mesma fosse com eles.

Isabella até considerou em ir, porém desde que entrara no sétimo mês de gestação, sentia-se cansada a qualquer mínimo esforço que fizesse, então optou por ficar em casa, na companhia de Charlotte e seus filhos. A manhã passou voando, e após o almoço seus pais ligaram para a mesma avisando que só poderiam retornar no dia seguinte, pois seu pai resolvera ajudar seu tio, em uma reforma que ele estava fazendo em sua casa.

Durante a tarde, Isabella passara boa parte do dia deitada em sua cama conversando com seus bebês, e repensando no sonho que tivera alguns dias atrás. Seu coração se entristecia ao extremo, quando se lembrava que as chances de um dos seus bebês sobreviver, eram mínimas, porém aquele sonho fora tão real, que era quase como um acalento para seu coração angustiado, por ter tido a oportunidade de conhecer seu filho, conversar com ele, e saber que o mesmo ficaria bem, mesmo que não estivesse em seus braços.

Por volta das cinco horas da tarde daquele mesmo dia, um temporal começou a cair do lado de fora da sua casa, fazendo com que a angústia em seu coração aumentasse ainda mais, e Isabella se escondesse embaixo das suas cobertas enquanto tentava manter a calma diante dos estrondosos raios e trovoadas que caiam do lado de fora. A garota se assustara ainda mais com o toque repentino do seu celular, após um raio clarear todo o seu quarto, sendo seguido de um barulho ensurdecedor, porém, seu estado de espanto fora ainda maior, quando vira quem estava lhe ligando.

- Alô!
Atendera após alguns segundos de exitação.

- Eu quero que você se afaste da minha família.
Leandro falou sem rodeios quando a garota atendeu, a deixando surpresa.

- O que?
Isabella perguntou confusa, e Leandro suspirou irritado.

- Eu quero que você deixe a mim e a minha família em paz, você tem sido um fardo para mim desde que você entrou em minha vida. E como se não bastasse me trair, tem feito a cabeça da minha família contra o meu relacionamento com a Victória, e isso eu jamais irei admitir, SERÁ QUE É PEDIR MUITO QUE VOCÊ ME DEIXE EM PAZ DE UMA VEZ POR TODAS?

Leandro gritou em um rompante de ira assustando Isabella, enquanto a mesma começara a chorar sentindo seus bebês se agitarem em sua barriga.

- Leandro, eu juro para você que eu nunca fiz a cabeça de ninguém contra seu relacionamento com quem quer que seja, você não pode me culpar por isso, e se a sua família não aceita essa mulher não é problema meu. Eu não vou me afastar deles por sua causa.
Isabella respondeu, fazendo o ódio que estava no coração do homem aumentar ainda mais.

- Você não sabe o quanto eu me arrependo de um dia ter me envolvido com você, você não passa de uma mulherzinha de quinta, falsa e mentirosa. Sinceramente? Eu te agradeço por ter me traído e aberto meus olhos antes que eu fizesse a burrada de me casar com você. Eu fui um estúpido em acreditar no seu teatrinho de moça virgem e pura. Só me responde uma coisa Isabella, com quantos em? Com quantos você me traiu? O tal Gustavo deve ter sido apenas mais um, não é mesmo? Tudo não passou de uma farsa, todas aquelas baboseiras de juras de amor, não passou de uma mentira para você, mas eu te agradeço, porque isso me fez ver que o que eu sentia também não era amor, era apenas um encantamento estúpido pela personagem que você criou, e que após você revelar sua verdadeira face, acabou da mesma maneira que começou, do nada...

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