Prólogo

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Seu coração parecia estar sendo esmagado, o ar parecia se recusar a entrar em seus pulmões, e as lágrimas se recusavam a parar de cair de seus olhos como cascatas. A dor da perda, da rejeição, do abandono, a consumia cada vez que as palavras cruéis saídas da boca de quem mais amava, ecoavam em sua cabeça através daquela ligação. Uma pontada no pé da sua barriga lhe arrancou um grito de dor, desespero e agonia. "Não, não podia perder seu bebê", pensava com o desespero a consumindo, estava sozinha em casa, não tinha ninguém para ajudá-la.

- Por favor, pare! Suplicou em um fio de voz através do celular tentando controlar a respiração.

O homem do outro lado da linha se assustou por um momento com o desespero contido na voz da garota. Porém, logo se recuperou, aquilo deveria ser um jogo, ela era ardilosa e traiçoeira, certamente estava tentando se fazer de vítima e armando mais um teatro para persuadi-lo a parar. Mas dessa vez não, não se deixaria levar pelos dramas daquela garota manipuladora, colocaria um fim nisso de uma vez por todas.

- Faça-me o favor, pare com esse teatrinho, acha que eu sou idiota para cair no seu papinho outra vez?! Perguntou ácido ouvindo apenas o soluço da garota, então continuou. - Você é podre, uma cobra manipuladora, você deve ter amado rir da minha cara enquanto desfilava por aí  com outro homem não é?!

- Eu não... Tentou falar, mas foi cortada pelo homem novamente.

- Mas agora chega, não caio mais nesse papo de boa moça que pintou para mim e toda minha família. Eu quero que você suma da minha vida, que se afaste de todos eles, eu não me importo que morra se assim for preciso para me deixar em paz, só desaparece de vez, e me permita viver minha vida ao lado de uma mulher de verdade, não de uma qualquer como você, tenho nojo do dia em que te conheci...

Ele sentiu o celular ser arrancado de sua mão, e a voz desesperada do seu irmão ao falar com a garota do outro lado tentando acalma-la, enquanto usava o próprio celular para ligar para uma ambulância pelo que ele havia entendido.

- Droga! O que você fez? Exclamou seu irmão com um misto de raiva e medo na voz. - Se acontecer alguma coisa com eles, eu juro que mato você. Ameaçou puxando os próprios cabelos.

- Eles? Perguntou confuso, nunca tinha visto o irmão mais novo tão transtornado.

- Você é um bastardo, não enxerga a verdade por que não quer, como pode acreditar que ela o traiu?! Espero que você consiga lidar com o peso de ter matado o seu próprio filho, se algo acontecer com eles.

Ele não conseguiu pensar em mais nada depois daquela revelação. Todo ar foi arrancado de seus pulmões, e a última coisa que ouviu foi a porta da frente do seu apartamento batendo, quando seu irmão passou por ela.

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