Capítulo 10

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Isabella chegou em casa com o coração acelerado e um sorriso bobo nos lábios. Abriu a porta da frente com um pouco de dificuldade, por estar segurando Erick nos braços, e após colocá-lo em uma poltrona, jogou-se na cama pensando em Leandro, e no quase beijo que deram ao se despedirem. Nunca havia sentido nenhum daqueles sentimentos por nenhum outro homem antes, sempre manteve seu foco em seus estudos e carreira, então relacionamentos estavam fora de sua lista de prioridades, mas Leandro chegou abalando todas as suas convicções e invadindo seu coração de uma forma arrebatadora. Ela não tinha mais dúvidas, estava completamente apaixonada por ele, e por mais perigoso que esse envolvimento fosse, seu coração recusava-se a se afastar.

[...]

- Está entregue senhorita, e em segurança viu. Falou Leandro parando o carro em frente ao seu prédio.

- Graças a Deus! Respondeu levantando as mãos para cima teatralmente, e soltando um suspiro de alívio.

- Engraçadinha. Falou Leandro se virando para ela. - Admite logo que eu dirijo melhor do que você. Se gabou apertando sua bochecha, e ela riu.

- Só nos seus sonhos. Respondeu dando um leve tapa em seu braço.
Porém ele segurou sua mão, e a levou até os lábios beijando suavemente, e olhando profundamente em seus olhos, fazendo o coração de Isabella acelerar e um sorriso doce brotar em seus lábios.

- Obrigada por esse dia, fazia muito tempo que eu não me divertia assim, e com você ao meu lado, foi tudo ainda mais especial. Falou Leandro colocando a mão em seu rosto fazendo um leve carinho.

- Sou eu quem agradeço, eu amei cada minuto, e obrigado pelo Erick. Falou tímida se referindo ao urso que estava no banco de trás.

- Seu Madruga. Ele retrucou e ela revirou os olhos.
- Erick.
- Seu Madruga. Falou ele se aproximando.
- E-ri-ck. Soletrou ela se aproximando também.
- Seu Ma-dru-ga. Se aproximou mais.
- Erick. Falou ela baixinho se aproximando um pouco mais.
- Teimosa. Sussurrou ele próximo ao seu rosto.

Seus rostos estavam próximos o suficiente para seus narizes se tocarem, e seus lábios a centímetros de distância. Suas respirações se misturando, enquanto seus corações batiam acelerados em seus peitos, e seus olhos fixos um no outro. Leandro acariciou o rosto macio da garota à sua frente, que fechou os olhos com o carinho, e quando aproximou finalmente seus lábios dos dela; uma buzina alta foi ouvida por ambos, fazendo com que se afastassem para olhar o que havia acontecido.

- Acho melhor eu ir. Falou Isa baixinho, com um sorriso tímido no rosto.
Leandro soltou um suspiro frustrado, após ver que um dos carros havia buzinado apenas para alertar um pedestre que atravessava a rua.

- Tudo bem. Sussurrou Leandro lhe dando um beijo doce na testa.

Enquanto ela descia do carro, ele foi tirar o urso do banco de trás, e sorriu bobo quando ela lhe deu um beijo na bochecha e seguiu para dentro do prédio carregando Seu Madruga/Erick consigo.

[...]

Leandro entrou em seu apartamento sentindo-se como um adolescente apaixonado pelo seu primeiro amor, já havia tido alguns relacionamentos antes, mas nenhuma das mulheres que passou em sua vida, o fizeram se sentir como aquela garota fazia. Ele tinha se apaixonado perdidamente por sua aluna, mas não conseguia, não queria, e nem iria se afastar dela. Sempre teve o amor dos pais como um exemplo, e agora que encontrou uma mulher que o fazia se sentir pronto para enfrentar qualquer coisa que viesse para estar ao seu lado, não desistiria dela assim tão fácil.

***

Na segunda pela manhã, Leandro chegou na sala com algumas folhas em mãos, e pediu para que a turma se dividisse em grupos de quatro pessoas, pois fariam uma lista de exercícios que contaria como ponto extra para a nota final do semestre. Isabella se juntou a mais duas meninas chamadas Sophia e Luiza, e a Guilherme no fundo da sala, e vez ou outra trocava olhares com Leandro, enquanto os outros ao seu lado estavam distraídos.

Após terminarem a lista de exercícios, Leandro foi até suas mesas para recolher as folhas, fazendo com que as meninas ao seu lado, suspirassem apaixonadas enquanto ele se afastava.

- Uau, esse homem é tudo de bom. Comentou Luiza suspirando sonhadora ao lado de Isabella e Sophia fazendo Guilherme soltar uma risada.

- Sim, ele parece um Deus Grego, é o sonho de consumo de qualquer uma, não é Isa? Sophia a inseriu na conversa, fazendo Guilherme rir ainda mais alto, atraindo a atenção de Leandro que estava em uma mesa próxima.

- Credo gente, vocês estão exagerando, ele não é tudo isso não. Respondeu ela revirando os olhos, fazendo Guilherme gargalhar ao seu lado e ela lhe dar uma cotovelada para que parasse.

- Do que e de quem estão falando, senhorita? Perguntou Leandro se aproximando da sua mesa com um olhar desafiador voltado para Isabella, que sabia que ele tinha ouvido a conversa.

- Do senhor. Respondeu ela simplesmente, devolvendo o olhar de desafio.

- E o que estão falando de mim, posso saber? Perguntou novamente fazendo as outras duas garotas arregalarem os olhos.

- Nada não professor, eu estava falando que o senhor deveria ter uns trinta anos, e a Isa falou que não era tudo isso. Sophia se apressou em responder, fazendo dessa vez, Guilherme e Isabella rirem juntos da resposta desesperada da garota.

- Ah sim, a senhorita Campos tem razão, eu tenho 28 anos apenas. Respondeu ele fingindo acreditar na garota e voltando pra sua mesa sorrindo, pois sabia que Isabella teria sido capaz de repetir exatamente o que disse sobre ele, se não tivesse sido cortada.

- Está doida, Isa? Você ia falar na cara dele que não o acha "tudo" isso? Perguntou Luiza, assustada.

- Uai, e o que que tem? Eu realmente não acho. Perguntou dando de ombros fazendo Guilherme rir novamente da doida que seu irmão foi arrumar.

- Bom garotas, eu posso conseguir o número dele se quiserem. Falou Guilherme maliciosamente, se intrometendo na conversa, fazendo Isabella o olhar com as sobrancelhas erguidas.

- E como você faria isso? Perguntou ela o desafiando.

- Eu tenho meus meios. Respondeu exibido.

- Você pode conseguir ele para Isabella. Respondeu Sophia fazendo com que ela a olhasse assustada.

- Para mim, por quê? Perguntou confusa.

- Porque nós temos namorados, e você não o acha tudo isso, então quem sabe assim possa mudar de ideia, além disso alguém de nós teria experimentado para saber como ele é. Explicou Luiza, fazendo Guilherme rir e olhar para Isabella esperando uma resposta.

- Não não, obrigada. Falou fazendo as meninas suspirarem desanimadas.

- Eu vou matar você! Sussurrou para Guilherme que gargalhou novamente.

E em seguida olhou para Leandro, que a olhava com o sorrisinho de sempre no rosto, fazendo com que ela revirasse os olhos.

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