Capítulo 6

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As aulas de terça-feira haviam sido canceladas devido uma reunião que aconteceria com todos os professores. Então, Isabella aproveitou aquele dia de folga para ligar e conversar um pouco com seus pais, de quem estava morrendo de saudades.

- Alô!
Falou sua mãe do outro lado da linha.

- Oi mamãe, sou eu a Isa.

- Meu amooor, como você está? Espera aí que eu vou chamar seu pai.
"Bernardooooo, vem aquiiiii, é a Isa" gritou sua mãe do outro lado novamente, fazendo Isabella rir.

- Oi minha princesinha, como você está?

- Oi papai, eu estou bem, e vocês como estão aí?

- Estamos bem filha, quando vem nos visitar?

- Logo mamãe, no próximo feriado da faculdade eu vou até aí, estou morrendo de saudades de vocês.

- Isa, e quando você vai nos apresentar um genro em?
"Tá doida Ellen?! Minha princesinha não vai apresentar genro nenhum." Falou seu Bernardo assustado fazendo Isabella rir do outro lado.

- De onde tirou essa pergunta Mamãe? E calma papai, não tem genro nenhum por aqui.

- Uai minha filha, eu quero netos, você tem que se casar logo.
Respondeu sua mãe recebendo um resmungo do seu pai.
...

A conversa se estendeu por mais um bom tempo, e Isa conseguiu matar um pouco da saudade que sentia dos seus pais.

No outro dia, Isabella foi até o professor Paulo conversar a respeito da prova que havia perdido, mas ao chegar lá se surpreendeu ao descobrir que Leandro já havia avisado o professor, e que ele estava mais que disposto a aplicar novamente a avaliação para ela, pois era uma de suas melhores alunas. Ficou marcado para que Isa fosse até a faculdade, às quatro horas da tarde daquele mesmo dia, para realizar a prova. E assim ela fez, quatro horas voltou até a Universidade, fez a prova que considerou estar fácil, mas antes de ir para casa, resolveu ir até uma antiga biblioteca que ela havia encontrado uma vez enquanto andava pelo campus.

***

Leandro resolveu liberar seus alunos da turma da tarde alguns minutos mais cedo naquele dia, e depois de todos irem embora, saiu pelo corredor em direção a sala dos professores, quando de longe avistou Isabella virando um corredor desconhecido por ele e começou a segui-la. Viu quando ela entrou em uma sala deixando a porta aberta, então resolveu ir até lá para saber se já tinha se recuperado, ficou surpreso quando adentrou a sala e viu as várias prateleiras repletas de livros empoeirados, aquele lugar parecia estar esquecido a anos. Em silêncio fechou a porta atrás de si, e começou a procurá-la em meio às prateleiras. A avistou na ponta dos pés, tentando alcançar um dos livros que estava na estante de cima, e deu uma risada baixa com isso.

- Quer um banquinho para alcançar? Perguntou a assustando, fazendo com que ela soltasse um pequeno grito e olhasse para trás.

- Só podia ser você. Ela respondeu revirando os olhos. - Não tem aula para dar ou algo melhor para fazer não? Quase me matou do coração.
Continuou, arrancando uma risada dele.

Ela realmente ficava adorável quando se irritava, constatou se aproximando e pegando o livro acima de sua cabeça sem muita dificuldade. Leu o título e ergueu a sombrancelha para ela.

- Hummmm não sabia que gostava de livros de terror, você tem mais cara de gostar de livros de romance.
Disse a fazendo revirar os olhos novamente, isso já estava virando uma mania desde que o conheceu.

- Eu também gosto dos de Romance, mas tenho preferência por livros de aventura, comédia e fantasia como esse.
Respondeu tomando o livro da sua mão, e se afastando sem graça quando suas mãos se encostaram.

- Qual é a desse lugar? Parece meio abandonado.
Perguntou ele tentando ignorar o coração acelerado após o leve encostar de suas mãos.

- Ah, pouca gente frequenta aqui, principalmente porque a porta está com defeito, e algumas pessoas já ficaram presas, então praticamente ninguém vem aqui.
Ela respondeu olhando mais alguns livros na prateleira, o fazendo arregalar os olhos assustado atrás de si.

- A porta o que? Perguntou Leandro fazendo com que Isabella olhasse rapidamente para ele assustada

- Me diga que você não fechou a porta?!
Ela perguntou com medo já sabendo a resposta.

- Então não digo. Respondeu ele brincando, apesar de estar preocupado também.

- Isso não é hora Leandro, nós estamos presos aqui por sua culpa.
Falou nervosa indo em direção a porta verificar se realmente estava travada.

- Hey, culpa minha por que? Foi você quem entrou aqui primeiro. Ele respondeu ganhando um olhar irritado da garota.

- Eu deixei a porta aberta, você quem me seguiu e fechou, eu poderia achar que isso é um sequestro, sabia?
Ele deu uma gargalhada alta depois de ouvi-la.

- Nesse sequestro eu quem seria a vítima, sou o professor mais bonito da escola, você me atraiu até aqui para não dividir minha beleza com suas colegas.
Ele falou piscando em sua direção, vendo que essa foi a vez dela gargalhar o deixando encantado com aquele som.

- Me deixou comovida com a sua humildade, sabia? Agora vem me ajudar abrir essa porta.
Disse tentando inútilmente abrir a porta.

- Droga, a maçaneta está quebrada, não vai adiantar. Falou Leandro depois de passar uns bons minutos tentando abrir.

- Socorroooo! Alguém abre aquiiii! Estamos presos. Isabella começou a bater na porta e a gritar para alguém do lado de fora.
Porém aquele corredor era pouco movimentado, e por se tratar de uma biblioteca, a acústica do lugar era vedada, ninguém os ouviria gritar.

- Isa calma. Começou Leandro vendo que ela já estava ficando rouca de tanto gritar. - Se aquele relógio estiver certo, já passam das cinco e meia da tarde, os alunos e professores já foram embora, ninguém vai nos ouvir. Falou ele apontando para um relógio antigo na parede.

- E o que você sugere que nós façamos? Não dá pra simplesmente ficarmos presos aqui até amanhã, hoje a noite não tem mais aula.
Falou ela começando a se desesperar.

- Você não está com seu celular aí?
Ele perguntou a fazendo fechar a cara em sua direção e balançar a cabeça.

- Não, você acredita que o babaca do meu professor de cálculo me proibiu de levar celular para as aulas?! E por força do hábito acabei esquecendo.
Respondeu olhando irritada em sua direção o fazendo soltar uma risada.

- Realmente bem babaca esse professor. Resolveu concordar com ela enquanto ria mais. - Eu também não levo o meu para as aulas para não dar mal exemplo aos alunos.
Continuou a falar agora preocupado, fazendo Isabella revirar os olhos de novo e se sentar no chão ao lado da porta.

- Ai do estúpido do meu professor se reclamar do meu celular novamente depois disso. Respondeu olhando para ele ameaçadoramente, o fazendo sorrir de lado para provocá-la.

- Pelo jeito a noite vai ser longa.
Comentou se sentando no chão ao lado dela.

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