As aulas de terça-feira haviam sido canceladas devido uma reunião que aconteceria com todos os professores. Então, Isabella aproveitou aquele dia de folga para ligar e conversar um pouco com seus pais, de quem estava morrendo de saudades.
- Alô!
Falou sua mãe do outro lado da linha.- Oi mamãe, sou eu a Isa.
- Meu amooor, como você está? Espera aí que eu vou chamar seu pai.
"Bernardooooo, vem aquiiiii, é a Isa" gritou sua mãe do outro lado novamente, fazendo Isabella rir.- Oi minha princesinha, como você está?
- Oi papai, eu estou bem, e vocês como estão aí?
- Estamos bem filha, quando vem nos visitar?
- Logo mamãe, no próximo feriado da faculdade eu vou até aí, estou morrendo de saudades de vocês.
- Isa, e quando você vai nos apresentar um genro em?
"Tá doida Ellen?! Minha princesinha não vai apresentar genro nenhum." Falou seu Bernardo assustado fazendo Isabella rir do outro lado.- De onde tirou essa pergunta Mamãe? E calma papai, não tem genro nenhum por aqui.
- Uai minha filha, eu quero netos, você tem que se casar logo.
Respondeu sua mãe recebendo um resmungo do seu pai.
...A conversa se estendeu por mais um bom tempo, e Isa conseguiu matar um pouco da saudade que sentia dos seus pais.
No outro dia, Isabella foi até o professor Paulo conversar a respeito da prova que havia perdido, mas ao chegar lá se surpreendeu ao descobrir que Leandro já havia avisado o professor, e que ele estava mais que disposto a aplicar novamente a avaliação para ela, pois era uma de suas melhores alunas. Ficou marcado para que Isa fosse até a faculdade, às quatro horas da tarde daquele mesmo dia, para realizar a prova. E assim ela fez, quatro horas voltou até a Universidade, fez a prova que considerou estar fácil, mas antes de ir para casa, resolveu ir até uma antiga biblioteca que ela havia encontrado uma vez enquanto andava pelo campus.
***
Leandro resolveu liberar seus alunos da turma da tarde alguns minutos mais cedo naquele dia, e depois de todos irem embora, saiu pelo corredor em direção a sala dos professores, quando de longe avistou Isabella virando um corredor desconhecido por ele e começou a segui-la. Viu quando ela entrou em uma sala deixando a porta aberta, então resolveu ir até lá para saber se já tinha se recuperado, ficou surpreso quando adentrou a sala e viu as várias prateleiras repletas de livros empoeirados, aquele lugar parecia estar esquecido a anos. Em silêncio fechou a porta atrás de si, e começou a procurá-la em meio às prateleiras. A avistou na ponta dos pés, tentando alcançar um dos livros que estava na estante de cima, e deu uma risada baixa com isso.
- Quer um banquinho para alcançar? Perguntou a assustando, fazendo com que ela soltasse um pequeno grito e olhasse para trás.
- Só podia ser você. Ela respondeu revirando os olhos. - Não tem aula para dar ou algo melhor para fazer não? Quase me matou do coração.
Continuou, arrancando uma risada dele.Ela realmente ficava adorável quando se irritava, constatou se aproximando e pegando o livro acima de sua cabeça sem muita dificuldade. Leu o título e ergueu a sombrancelha para ela.
- Hummmm não sabia que gostava de livros de terror, você tem mais cara de gostar de livros de romance.
Disse a fazendo revirar os olhos novamente, isso já estava virando uma mania desde que o conheceu.- Eu também gosto dos de Romance, mas tenho preferência por livros de aventura, comédia e fantasia como esse.
Respondeu tomando o livro da sua mão, e se afastando sem graça quando suas mãos se encostaram.- Qual é a desse lugar? Parece meio abandonado.
Perguntou ele tentando ignorar o coração acelerado após o leve encostar de suas mãos.- Ah, pouca gente frequenta aqui, principalmente porque a porta está com defeito, e algumas pessoas já ficaram presas, então praticamente ninguém vem aqui.
Ela respondeu olhando mais alguns livros na prateleira, o fazendo arregalar os olhos assustado atrás de si.- A porta o que? Perguntou Leandro fazendo com que Isabella olhasse rapidamente para ele assustada
- Me diga que você não fechou a porta?!
Ela perguntou com medo já sabendo a resposta.- Então não digo. Respondeu ele brincando, apesar de estar preocupado também.
- Isso não é hora Leandro, nós estamos presos aqui por sua culpa.
Falou nervosa indo em direção a porta verificar se realmente estava travada.- Hey, culpa minha por que? Foi você quem entrou aqui primeiro. Ele respondeu ganhando um olhar irritado da garota.
- Eu deixei a porta aberta, você quem me seguiu e fechou, eu poderia achar que isso é um sequestro, sabia?
Ele deu uma gargalhada alta depois de ouvi-la.- Nesse sequestro eu quem seria a vítima, sou o professor mais bonito da escola, você me atraiu até aqui para não dividir minha beleza com suas colegas.
Ele falou piscando em sua direção, vendo que essa foi a vez dela gargalhar o deixando encantado com aquele som.- Me deixou comovida com a sua humildade, sabia? Agora vem me ajudar abrir essa porta.
Disse tentando inútilmente abrir a porta.- Droga, a maçaneta está quebrada, não vai adiantar. Falou Leandro depois de passar uns bons minutos tentando abrir.
- Socorroooo! Alguém abre aquiiii! Estamos presos. Isabella começou a bater na porta e a gritar para alguém do lado de fora.
Porém aquele corredor era pouco movimentado, e por se tratar de uma biblioteca, a acústica do lugar era vedada, ninguém os ouviria gritar.- Isa calma. Começou Leandro vendo que ela já estava ficando rouca de tanto gritar. - Se aquele relógio estiver certo, já passam das cinco e meia da tarde, os alunos e professores já foram embora, ninguém vai nos ouvir. Falou ele apontando para um relógio antigo na parede.
- E o que você sugere que nós façamos? Não dá pra simplesmente ficarmos presos aqui até amanhã, hoje a noite não tem mais aula.
Falou ela começando a se desesperar.- Você não está com seu celular aí?
Ele perguntou a fazendo fechar a cara em sua direção e balançar a cabeça.- Não, você acredita que o babaca do meu professor de cálculo me proibiu de levar celular para as aulas?! E por força do hábito acabei esquecendo.
Respondeu olhando irritada em sua direção o fazendo soltar uma risada.- Realmente bem babaca esse professor. Resolveu concordar com ela enquanto ria mais. - Eu também não levo o meu para as aulas para não dar mal exemplo aos alunos.
Continuou a falar agora preocupado, fazendo Isabella revirar os olhos de novo e se sentar no chão ao lado da porta.- Ai do estúpido do meu professor se reclamar do meu celular novamente depois disso. Respondeu olhando para ele ameaçadoramente, o fazendo sorrir de lado para provocá-la.
- Pelo jeito a noite vai ser longa.
Comentou se sentando no chão ao lado dela.
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Lições de amor
RomanceE se, você estivesse no seu último ano da faculdade, e chegasse um novo professor para te dar aulas? E se, por um acaso ele fosse alto, lindo, dono de um sorriso arrebatador, e um olhar intenso, e arrancasse suspiros por onde passasse? E se, você n...