Capítulo 40

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Alexandra tivera um dia muito bom. Acordara nos braços de Marcos ; fizeram amor bem cedo e depois ela se deliciara em realizar a rotina da manhã ao lado dele. Tomaram banho juntos, fizeram amor novamente e ele preparara o café da manhã para ela. Ele não se demorou, porque ela não queria que encontrasse com Fernanda, mas foi com um sentimento de perda que o viu indo embora.

Foram tantos anos se negando até em pensar em Marcos. Acordara diversas manhãs incomodada com os sonhos que tinha com ele, porém nem para si mesma confessava que ainda o amava e sentia falta dele.

Mas agora se surpreendia ao sentir a falta dele a cada momento. Uma voz em sua mente a condenava por ter terminado com Rodrigo e tão cedo ter engatado um romance com o ex-noivo e ela se sentia realmente mal. Não esquecia o olhar indignado e decepcionado de Rodrigo.

E existia a grande dúvida de que papel Marcos faria na sua vida. Não era mais a Alexandra ingênua e um tanto submissa do passado. Tinha uma vida em São Paulo: o trabalho, os amigos... Não podia negar que sentira muita falta de Bastos naqueles anos, mas construíra uma nova vida em São Paulo. E tudo o que acontecera com Marcos era tão novo... Ela nem tinha a certeza de que aquele novo relacionamento duraria.

Naquela tarde saía do hospital cônscia de que o relacionamento com Marcos não poderia ser um segredo. O interesse de sua tia só prenunciava a atenção da cidade inteira. Seu namoro com Marcos e seu triste fim fora acompanhado de perto pelos vizinhos e amigos. E um possível retorno com certeza despertaria o interesse do povo que os conhecia. Balançou a cabeça, desejando que as coisas não fossem tão complicadas...

Pegou o carro e foi até o armazém do seu Damasceno. Preparou-se para a curiosidade do idoso, mas teria paciência, pois o velhinho era muito amigo de sua avó.

 Quando entrou no armazém seu coração parou. Falando com o filho que chorava estava Maria Eduarda. Alexandra viu Damasceno desviar a atenção da mãe e filho para olhá-la; ele ergueu as sobrancelhas, mostrando um interesse óbvio.

- Boa tarde, menina! - o velhote cumprimentou.

- Boa tarde, seu Damasceno.

Maria Eduarda virou o rosto com um olhar entediado, porém arregalou os olhos ao vê-la. Vendo a reação da mãe, Pedro também a olhou.

- Oi. - o menino cumprimentou, com o rosto tristonho.

- Oi, Pedro.

Maria Eduarda piscou rapidamente. Alexandra notou que ela estava ainda mais bonita do que antigamente. Seu corpo ganhara curvas e os cabelos, que já eram louros antes, estavam tingidos de um dourado resplandecente.

- Você conhece meu filho? - perguntou à queima-roupa.

Alexandra puxou o ar, invocando paciência.

- Boa tarde, Maria Eduarda.

A mulher entreabriu os lábios.

- Boa tarde. - falou de má vontade.

- Mãe, me dá as bolinhas!

Maria Eduarda balançou a mão do filho.

- Já disse que não, Pedro Luiz.

- Mas o papai disse que ia me ensinar!

A menção à Marcos fez seu rosto ficar vermelho. Ela olhou para o vendedor que acompanhava o momento com muita atenção e depois para Alexandra.

- De onde conhece meu filho?

Foi o garotinho que respondeu, com o rosto marcado por lágrimas.

- Eu vi a tia na escola.

Maria Eduarda franziu as sobrancelhas e Alexandra comentou, olhando para Pedro.

Lembranças de uma paixão  ( concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora