Capítulo 23

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Alexandra sentia o corpo de Marcos sobre o seu transmitindo-lhe mais do que calor. Marcos exalava amor por todos os poros. Ele descansava o rosto na curva entre o pescoço e seu ombro e ela sentia a respiração pesada dele, os lábios que roçavam sua pele. Espreguiçou o corpo sob o dele e Marcos gemeu, acariciando seu quadril.

A experiência que tivera com ele anos atrás não a preparara para o furacão de emoções e sensações dos últimos minutos. Só tivera dois homens em sua vida, ele e Rodrigo e nunca se entregara ao ato sexual como naqueles momentos.

Rodrigo! A enormidade do que fizera atingiu sua mente como um soco. Estava ali pensando no deleite que sentira e sequer se lembrara do homem com quem pretendia se casar! Segurou os ombros de Marcos e começou a empurrá-lo. Ele ergueu o rosto e a beijou.

- Te amo.

- Marcos, por favor, eu quero levantar.

- Não se preocupe, está muito cedo para aparecer alguém.

- Quero levantar. - repetiu, empurrando-o.

Marcos a encarou e o que viu o fez franzir as sobrancelhas.

- O que foi?

- Por favor.

Ele hesitou um instante, mas se ergueu, saindo do carro. Alexandra se sentou e procurou o short. Seu rosto esquentou ao sentir a umidade na calcinha. Vestiu-se rapidamente. Precisava sair dali.

Arrastou-se pelo banco e jogou as pernas para fora do automóvel; elas tremiam. Levantou-se e começou a ajeitar as roupas. Não conseguia olhar para Marcos.

Ele estendeu as mãos e a segurou.

- Você está bem? - ela negou com a cabeça. Segurou na porta, sentindo-se sem forças. Marcos acariciou seu braço.  - Fale comigo.

Alexandra o olhou. A camisa estava amarfanhada e as calças continuavam abertas.

- Não está tudo bem, Marcos. Isso... isso não deveria ter acontecido.

- Nós dois quisemos. Era pra ser.

Ela o encarou. O rosto claro ainda estava ruborizado e ela podia ver as marcas de unhas em seu pescoço.

Me descontrolo quando estou com ele. - pensou, agitada.

- Não. Não era. - ela recuou um passo, afastando-se dele. - Eu não deveria... Não sei o que me deu...

- Você se entregou a mim. Você quis. Foi isso.

- Ficarei noiva...

Marcos segurou novamente seus braços e ela estremeceu

- Não. Nós ainda temos uma história, Alexandra.

- Não. - ela puxou os braços. - Vou embora.

- Não. - Marcos tornou a segurá-la. - Não, querida...

Alexandra estava confusa, sentia-se enormemente culpada e, o pior, desolado por seu corpo ainda vibrar pelo que havia acontecido.

- Marcos, me deixe ir.

- Vamos conversar.

Ela se irritou.

- Conversar, conversar... Você sempre fala em conversar.

- É como podemos resolver tudo.

- Não há nada para resolver. Foi um erro.

- Não foi. Estávamos com saudades um do outro.

- Não.

- Nos reencontramos.

- Não nos reencontramos. Isso foi um acidente...

Lembranças de uma paixão  ( concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora