Solto a respiração. Relaxo os ombros. Puxo Carolina para mais perto de mim.
- Então... por que estamos aqui mesmo? - ela sussurra baixinho. - Quero dizer, eu sei que você recebeu um leve aviso de que algumas máfias vão atrás de você. Mas por que está se colocando em risco vindo aqui? Não seria mais fácil... esperar preparado? Por que vir até aqui e se expor?
- Porque nós, italianos, temos classe.
Ela sorri e mordisca o lábio.
- Jura?
- Uhum. - preparo-me para mencioná-lo pela primeira vez a ela. - Meu pai não havia. Digamos que... ele preferia o caos. Mas meu avô me ensinou que, antes de proferi-lo... certifique-se de que o inimigo não quer evitá-lo. A não ser quando matam um dos nossos. Aí não há meio termo. - ela assente. - À anos atrás, meu pai matou um homem. À mais de um mês atrás, o filho do homem veio me avisar que haviam máfias atrás de mim. Para conseguir informações sobre elas, falei com o dono deste cassino. Em troca, dei a ele minha presença hoje. Mas, mais que isso...
- Você veio conhecer. - ela sussurra. - Veio saber se eles não querem evitar o caos.
Assinto, terminando de descer as escadas.
- Conhecer as máfias. Dar a oportunidade à elas de me "conhecer". Saber que não sou como quem me gerou.
- Bom, dependendo do que quem te gerou fez, acho que elas não vão querer evitar o caos. - diz. Consegue me tirar um som abafado. No entanto, a verdade é perturbadora.
Não compactuo com as ações de meu pai. Quase nenhuma. E, ao invés de irem para o inferno com ele, elas trouxeram-me consequências. Mesmo após sua morte. Não foi o suficiente para satisfazer seus inimigos. Talvez queiram que Frederic Ramos se revire do túmulo. Não sei se fazer mal a mim o faria se revirar. Ele mesmo fazia.
Poupou minha vida pelo mero fato de ser seu herdeiro.
Sinto uma mão em meu ombro.
- Vou dar uma lucrada do poker. Se precisar de mim já sabe. - GS avisa. Assinto.
- Ramos! Então realmente veio! - Edward aparece em meu campo de visão, mais animado que o normal. Abre os braços e me abraça. Eu o faria se afastar. No entanto, apenas aguento. Desta vez, Victor não poderá responder por mim. - Não sabe o quanto estavam esperando e pagando para ver sua presença neste lugar... é com certeza a maior quantidade de pessoas que recebemos em toda a história do cassino, sua presença é um evento! - ele faz questão de anunciar. - Quero que fique à vontade, beba algo... por nossa conta! Vamos lucrar o suficiente para ficarmos ricos até o ano acabar. - observo, com atenção, sua mão pegar a de Carolina.
Por algum motivo, quero enfaixá-la com a palavra "intocável".
- E esta bela moça, quem seria?
- Hummm... - Carolina pensa. - A pobre de estimação dele.
Edward gargalha.
- Gostei dela, é engraçada. - ele se recupera da gargalhada, que exala nicotina. - Bom, quero que conheça Craid. Ele estava muito interessado em saber quem gerencia a maior máfia da Itália mesmo de longe. Bom, quem não estaria? - Craid. Já ouvi o nome. Victor deve ter me anunciado sua ficha. Ergo uma mão, fazendo a falsa questão de ser o primeiro a cumprimentá-lo. Quando vê minha simpatia, sua expressão parece amenizar. Lembro-me de sua ficha no instante correto.
- É um prazer. Ouvi falar que comanda um dos maiores contrabandos de álcool.
Ele se compostura após receber seu elogio.
- Bom, talvez não o melhor, mas com certeza um dos maiores. - ri, orgulhoso. - Tive muito esforço na fabricação de falsificação de rótulos, então acho que este foco na produção foi o necessário para alavancar.
- Imagino ser um saco.
- Quando se faz em massa, realmente é. Mas não é um saco quando o dinheiro vem e podemos gastar com carros, joias, putas... - ele dá um sorriso arrogante. Americanos. - O segredo é nunca sair de foco. Muitas vezes fomos descobertos, mas, nada que algumas notas enfiadas nas bocas destes policiais nãos os façam ficar quietos. É sempre assim.
- Negocia de países proibidos, então?
- Ah, com certeza. No Afeganistão, são extremamente rígidos com o comércio exterior e há coisas que não saem de lá por nada. Essa semana conseguimos mais de cem estoques de um licor de lá. Posso até lhe encomendar um, se quiser. É de fato uma delícia. - ele se gaba. No entanto, sua expressão se torna séria de repente. Ele olha para mim com mais atenção. - Confesso que achei que você fosse um clone do seu pai, Ramos. Frederic não era nada paciente com negócios, tanto que muitos dos meus se foram pela tentativa de um com ele. - diz.
- As ações do meu pai não compactuam comigo. Mas é comum que achem isto. Filho de peixe peixinho é.
- Entendo muito bem. Está aberto a negócios, hoje em dia?
- Não. Mas estou aberto a apertos de mão.
Ele me olha por alguns segundos, assentindo com a cabeça. Ou realmente acredita em mim, ou acha que não vale a pena travar uma guerra neste instante. Sabe que não venho em busca de caos. Estendo a mão para apertar a dele. Craid aceita, e esta é, talvez, a primeira bandeira da paz que ergo. Confirmo isto cinco mafiosos depois. Quatro possíveis bandeiras da paz. Lembro-me de suas fichas. De seus méritos, do que meu pai fez a eles. Os que não lembro, obrigo-me a perguntar.
Elogio seus negócios. Jogo conversa fora. Recebo seus sorrisos orgulhosos. Um ciclo interminável. Duas horas gastas.
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Medicine | Volsher.
Любовные романы"Ela não é uma droga. É minha medicina. Drogas te fazem esquecer dos seus problemas, mas medicina... cura. Ela me cura. Mas sem esquecer do que eu vivi."