Medicine | Volsher.

Capítulo 45.

Toda a minha gratidão às guerreiras que esperaram 45 capítulos por um beijo kajakakaka (desculpa a demora) ❤

Escrevi escutando essa música, então caso alguém queira escutar ela, o segundo 0:37 dá uma sensação mais explosiva :). Beijoss!

***

- Já falou com as garotas sobre o apartamento? - questiono-a.

Estamos do lado de fora de casa. O jardim está engolido pela noite, apenas a luz fraca da lua sob as folhas. Turmalina parece um ratinho preto saltejando em nossa frente. A brisa de fato está fria. No entanto, não me preocupei em colocar uma camiseta.

- Sim. Elas só estão esperando para ver se já vão conseguir algum emprego por enquanto... elas não querem se comprometer em me ajudar a pagar se não sabem se vão conseguir, o que já prova que elas são muito respeitosas... tipo, nem eu sei se vou conseguir pagar o aluguel, essa é a verdade.

Ela ri.

- Mas eu acho que é um bom recomeço para elas... mesmo que elas tenham sido forçadas a virem para cá. Eu acho que eu também estou passando por um recomeço, sabe?

Ela me observa de lado.

- Desde que eu te conheci... parece que minha vida se dividiu em duas partes. Coincidiu com o meu término e aí com a noite que resolvi acompanhar Babi e Vic num cassino, e o fato de que você resolveu bater na porta do meu apartamento de noite umas... duas vezes, e aí me deu um livro, me levou para comer, e eu passei a frequentar mais sua casa e... - ela tira Turmalina do chão. - Adotamos essa coisa linda...

Ela o coloca no chão outra vez. E suspira.

- Bom, eu não sei se é o certo... mas eu até que tô gostando desse recomeço. - ela ri. - Cheio de armas e mafiosos italianos. E eu já te agradeci tanto que acho que agradecer de novo vai soar enjoativo, mas vou agradecer mesmo assim, porque o fato de eu estar prestes a ter um pedaço de teto digno sem uma síndica que me enche o saco é por sua causa. - ela sorri. - Então muito obrigada. Você é o "Piloto" da minha nova temporada.

Tento não demonstrar a agitação em meu peito. Por fazer parte do novo começo dela.

- Esta é sua melhor temporada?

- Ah, com certeza. As outras foram meio... sem sentido.

Os arbustos vão se fechando em uma fonte. Está a tanto tempo sem ser podada, que fora quase coberta por trepadeiras.

- E você? Já teve alguma temporada melhor que essa?

Penso. Estranhamente, meu subconsciente também divide minha mera existência. Entre o antes de Carolina... e o depois de Carolina. Depois do desastre que minhas emoções se tornaram. Depois que não houve uma noite, em que ela não aparecia em meus sonhos. Meus pensamentos.

Depois que precisei do sorriso dela, e depois de mais... Depois que não parei de pensar em beijar estes lábios, retirar sua roupa, mordiscar seu corpo como um doce. Fazê-la se contorcer. O ar começa a ficar denso demais.

- Na verdade, eu tenho uma pergunta mais curiosa ainda... você, Crusher, dono de uma máfia, que parece já ter tudo nas suas mãos... tem algum desejo? Um desejo de agora? Tipo, nesse exato momento... o que você mais deseja? - paro de andar lentamente.

Tento não olhar para ela. Uso de toda a minha força. No entanto, é em vão.

O que eu mais desejo? Meus músculos enfraquecem. Meus olhos vão para o dela... e sei que ela sabe. Pela intensidade que acaba de ver em meus olhos. Que eu a quero tanto... tanto, que me destrói por dentro. Me tortura. Me coloca em um ciclo de desejo interminável. Porque não posso supri-lo. Se eu fosse satisfeito apenas com ela por perto, estaria feliz.