Missão ultrassecreta (só que não) no Hospital - Parte 3

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—... A magnitude com a qual a situação em Beacon Hill se intensificou, com os caçadores demonstrando um conhecimento preciso do layout da cidade e do plano na estação de energia, sugere um planejamento meticuloso que pode ter levado meses... Você realmente deseja saber mais sobre isso, Chris?

John Stilinski segurava um relatório preliminar conjunto elaborado pela equipe multisseres, composta por membros da polícia local, FBI, clã Beaumont e alcateia Hale. Sentados em poltronas confortáveis no corredor que levava ao quarto de Allison Argent, o ambiente era decorado de forma neutra, porém reconfortante, com tons de bege e azul, além de vasos de plantas e quadros que retratavam paisagens serenas de praias tranquilas. No entanto, a expressão de Chris demonstrava claramente sua intranquilidade. Ele estava curvado, com os braços apoiados nas pernas e os dedos firmemente entrelaçados. Seus olhos apresentavam olheiras profundas, evidenciando sua preocupação.

— Pode continuar, Stilinski. — disse ele firmemente — Eu preciso saber.

John soltou um suspiro resignado. Embora não fosse sua responsabilidade divulgar informações sigilosas, ele acreditava que Chris Argent merecia estar ciente das investigações que envolviam sua família, talvez para encontrar algum tipo de paz interior. O ex-caçador precisava encerrar esse capítulo de sua vida e encontrar forças para seguir em frente. No entanto, ao ler o relatório, John percebeu que as informações contidas nele poderiam reabrir feridas que ainda não haviam cicatrizado.

— Bem... — John pigarreou — É evidente que esse planejamento ocorreu antes mesmo do ex-agente McCall entrar em cena. Também ficou claro que, para os caçadores terem tantas informações sobre a cidade e sua rotina, é necessário que haja um informante. Alguém que já estivesse na cidade e pudesse fornecer aos caçadores informações valiosas para o desenvolvimento do plano.

Chris assentiu, seu olhar perdido em algum ponto do corredor. Ele havia chegado à mesma conclusão durante sua própria investigação.

— Sua irmã, Kate Argent, já havia visitado a cidade anos atrás. Encontramos evidências disso em pertences de Kate, incluindo um diário detalhado de suas "missões". É claro que na época ela usava um nome e identidade falsa, o que dificultou a investigação. No entanto, na ocasião passada, o plano era desestabilizar Beacon Hills atacando a alcateia Hale... resultando no incêndio da mansão.

Chris conteve um grunhido de pesar. Tantas vidas perdidas. A culpa pelos pecados de sua família pesava em seus ombros.

— Mas a ação de Kate no passado não está diretamente relacionada ao informante atual. Houve outro Argent que ajudou o clã a colocar o plano em prática. Esse informante descobriu o Kanima e forneceu todas as informações cruciais para que os caçadores pudessem invadir a cidade, inclusive sobre o festival de Halloween.

— Victoria. Era ela a informante. — afirmou Chris antes que John revelasse. Embora a fala de Chris fosse uma afirmação, não uma pergunta, John assentiu em concordância.

— Ao me mudar para cá, acabei trazendo a pessoa que causaria tamanha destruição em Beacon Hills. — sussurrou o ex-caçador, tentando não pensar muito em sua falecida esposa. Talvez isso explicasse por que ela não demonstrou muita resistência em se mudar para uma cidade repleta de seres sobrenaturais. Embora Victoria claramente não estivesse feliz, ela aceitou a mudança, e agora ele entendia o motivo pelo qual ela não insistiu tanto em retornar à França.

— E eu que pensei que ela realmente estava tentando... Estava mudando... Aos poucos... — Chris tentou conter as lágrimas que escorriam por seu rosto.

John colocou a mão no ombro do outro homem, transmitindo um gesto de consolo.

— Não se culpe por isso, Chris. Cada um faz suas escolhas. Você optou por recomeçar, abandonar a caçada e construir uma vida desvinculada da violência. Ela escolheu permanecer ligada ao passado, onde os seres sobrenaturais não poderiam ser vistos como amigos ou familiares, mas apenas como inimigos a serem eliminados. Principalmente, não se culpe por achar que poderia mudá-la. Uma pessoa precisa querer ser mudada para permitir essa transformação, você não poderia simplesmente impor sua visão de mundo a ela...

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