Os gritos da mulher ecoavam pela casa. Kyon e Rodheriquesson andavam agoniados de um lado para o outro na sala, aqueles sons os deixavam nervosos. Stevan e Rafael estavam sentados no sofá um encarava o outro periodicamente, se analisavam constantemente em busca de alguma falha.
— Trás mais panos e água quente!— Beatrice pediu nervosa, o parto não estava sendo fácil.
Isabel passava um pano molhado na testa da mulher que soava sem parar, seu sofrimento era nítido.
— Acho que ela vai desmaiar.— avisou ao notar ela começar a fechar os olhos por muito tempo e ficar ainda mais pálida.
— Deixe ela acordada a todo custa.— Beatrice pediu.
Nara segurava a mão da mulher e tentava dar apoio, porém até ela sofria quando os apertos da grávida se tornavam fortes demais.
— Você precisa ter mais força, seu bebê precisa de você.— ela falou, tentava transmitir a calma que nem tinha.
Shayene e Matheus espiavam da brecha da porta, o menino estava pálido ao ver tanto sangue. Lydia logo voltou com panos e mais água quente.
— Ela tá perdendo muito sangue, não sei se vai sobreviver.— Beatrice sussurrou para que somente ela pudesse escutar.
A mulher somente a encarou e não disse nada, não tinham o que fazer.
— Mais força!— Beatrice pediu.
Já havia feito partos, mas nenhum difícil como aquele, mesmo com dilatação completa a mulher só sangrava, temia algo estar errado.
O marido da grávida andava de um lado para o outro no quarto, puxava seus próprios cabelos de tão nervoso que estava.
— Vai ficar careca se continuar assim.— Shayene falou sem se conter.
Matheus deu um beliscão na garota, porém o homem nem escutou o que ela havia dito.
O novo grito da grávida foi tão alto que fez os ouvidos de Nara e Isabel doerem.
— Estou vendo a cabeça!— Beatrice alertou.
Nara saiu do lado da mulher para que o marido pudesse segurar sua mão, estava agoniada de ver ele andando sem parar.
Matheus desmaiou ao ver a cabeça do bebê sair para fora.
Rodheriquesson ao escutar o baque e ver a cena pegou o garoto no colo e levou para o sofá. Nara puxava sua irmã pelo braço para a sala também. Ambas irmãs tiveram sua atenção roubada pelos quadros com fotografias do casamento do casal, sorriam e estavam tão felizes, era uma cena linda.
— Ela não para de gritar.— Shayene reclamou ao escutar um grito ainda mais estridente.
— Ela está sofrendo.— Nara respondeu, estava preocupada.
Um grito mais alto seguido de um choro ecoou pela casa.
— Nasceu!— Beatrice exclamou ao segurar a pequena menina em seus braços.
— Ela desmaiou!— Isabel avisou aflita.
O homem tentava acordar sua própria esposa, a chacoalhava sem parar.
— Luana! Acorde, por favor!— ele gritava já chorando.
Isabel estava parada. Logo o quarto estava cheio, todos estavam ali assistindo a cena sem saber o que fazer.
— Trás água fria!— Beatrice gritou enquanto estendia o bebê para Nara.
A jovem, totalmente sem jeito, segurou o bebê que chorava.
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Ganância - O início do fim
Science FictionApós o seu pai se tornar o primeiro carnificiendo. Nara e a sua irmã, Shayene, se veem ao lado de um grupo de cientistas, precisando lutar para sobreviver num Apocalipse ao qual os filmes de terror não haviam os preparados. Não lutavam contra zumbi...