Capítulo 41

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Nara quase dormia sentada no sofá, Shayene e Jeremy já descansavam nos quartos. Kyon estava ao seu lado, sempre atento, ele parecia tão exausto mas se recusava a dormir, porém não podia o julgar, aliás fazia o mesmo.

— Você escutou isso?— ele perguntou.

— Não escutei nada.— Nara respondeu sem entender, não sabia se era pelo sono, mas continuava só escutando o total silêncio.

— Essa música, presta atenção.— ele pediu já se levantando e indo em direção a varanda.

O som era melodioso, era tão baixo porém audível, aquilo o integrava ainda mais, a pessoa teria que estar bem próximo.

Nara parou ao lado dele na varanda, ambos encaravam a grande escuridão que cercava quase todo local.

— Escutou?— Kyon voltou a insistir, desejava não estar louco, aliás pelo que sabiam não deveria existir mais ninguém ali.

Nara esfregou os olhos e tentou despertar seus sentidos, de início continuou não escutando nada, porém logo o som chegou aos seus ouvidos. Conhecia aquela música, era a nona sinfonia de Beethoven.

— Mas... Como isso?— ela perguntou mais para si mesma  do que para Kyon.

— Tem alguém aqui.— o homem murmurou, no fundo sentia medo, queria só um pouco de paz.— Vou procurar.

Nara instintivamente segurou seu braço.

— Está escuro, você não tem nenhuma arma se você sair assim será um suicidio.

Kyon a olhou, sabia que era arriscado, porém não conseguiria ter paz temendo serem atacados a qualquer momento.

— Vai ficar tudo bem, entre e tranque a porta.— Kyon fechou os olhos e respirou fundo.— Se eu não voltar, saiba que sou muito grato pelo tempo que passei com vocês.

Enquanto ele se soltava e já começava a se afastar, Nara correu até a porta e a fechou. Não como deveria, permaneceu do lado de fora e correu em direção a ele.

Kyon não falou nada quando percebeu a jovem andar ao seu lado, na verdade queria isso, desejava não ir sozinho. Sua razão o acusava de egoísmo, aliás aquela menina era importante para ele e mesmo assim se sentia feliz em estar com ela mesmo colocando a sua vida em risco.

Com cuidado subiu a pequena escada que levava a varanda da casa vizinha, agora era óbvio que o som vinha de lá, tinha algo ou alguém ali e isso era aterrorizante.

Nara escutava o som perfeitamente naquele momento e nunca desejou tanto estar errada, queria que tudo tivesse sido imaginação, até uma bela melodia poderia significar perigo.

Kyon bateu na porta, era tão óbvio que não abririam e principalmente que se esconderiam prontos para se defenderem; sim um lado seu acreditava que poderia ser um humano bom, porém essa não era uma opção que considerava válida para sobreviver.

— A música não parou.— Nara sussurrou, kyon havia batido seis vezes, porém nada, nenhum som além da música foi escutado.

Kyon girou a maçaneta, tudo estava escuro, foi tão burro em não ter levado alguma lanterna ou algo do tipo. Deu um passo para dentro tateando a parede, esperava encontrar rapidamente um interruptor. Cinco passos e nada, seu coração palpitava rápido, a música parecia mudar, ir para algo mais assustador e melancólico.

Nara não conseguiu esperar entrou indo em direção ao lado contrário da parede, talvez fosse um dia de grande sorte ou tremendo azar, rapidamente havia encontrado o interruptor. Quando a luz se acendeu repentinamente Kyon se assustou, olhou rapidamente pela sala e encontrou Nara.

Ganância - O início do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora