Ganância - O início do fim

Capítulo 14

Não confie, não sinta pena, qualquer descuido custará sua vida.

—Jeremy!— Nara chamava enquanto o sacudia na tentativa de o despertar de seu sono. Ele estava dormindo em um pequeno quartinho antigo, o cômodo só possuía uma cama caindo aos pedaços. Ali era uma parte da casa sem importância que seu pai havia construído para ser uma dispensa, porém nunca o utilizou.

O sono dele era pesado, nada surtia efeito, não podia esperar ele acordar, aliás, o tempo era extremamente precioso naquele momento.

Com receio o empurrou fazendo o mesmo cair de cara no chão e despertar desesperado.

—O quê? — ele perguntou nervoso quando percebeu a presença dela.

—Não tenho tempo para explicar, preciso de sua ajuda.— ela falou, era nítido seu nervosismo, suas mãos tremiam.

—Em que?— ele perguntou enquanto se sentava.

—Stevan vai embora.— ela soltou de uma vez.

— Não estou sabendo de nada disso.— ele falou confuso.

—Essa é a questão!— ela exclamou enquanto andava de um lado para o outro no pequeno espaço.— Ele planeja dopar você e vai me deixar com minha irmã para morrer,ele vai sair amanhã a noite.

Jeremy só a encarava, não queria acreditar naquilo.

—Você tem certeza?

—Sim Jeremy, eu tenho. Vocês são nossa única chance de sobrevivência, não posso deixar minha irmã morrer.— confessou já com as lágrimas escorrendo pelo rosto.

Jeremy a abraçou, doía nele ver ela naquele estado, ele desejava poder lutar contra todo o mundo somente para não fazer ela passar por aquela situação.

— Vocês não vão ficar aqui, eu vou dar um jeito, prometo.— ele sussurrou enquanto acariciava os cabelos curtos e ondulados dela.

A noite passou rápido, não dormiram  tinham um plano e estava na hora de coloca-lo em prática.

— Bom dia.— Nara cumprimentou sua irmã e Isabel quando as encontrou na cozinha,  elas estavam dividindo o antigo quarto de seu pai.

— Bom dia!— respondeu ambas em uníssono, pareciam tão alegres, algo que ela estranhava.

— Isabel onde está Stevan?— perguntou fingindo indiferença.

Isabel a encarou com uma expressão desconfiada, era notável que estava considerando falar ou fingir não saber.

— Está no porão.— disse suspirando.— Não arrume briga com ele e não force mais sua perna, nem sei o que você está fazendo de pé.

Sem responder ela foi em direção ao porão.  Estava nervosa, precisava tanto que o plano desse certo. Quando chegou lá encontrou ele e Rodheriqueson conversando.

—Stevan.— chamou, até pensou em ouvir a conversa para saber o que eles falavam, mas não queria arriscar.

Ele a olhou com seu típico olhar de desdém, estava vestido com um terno perfeitamente alinhado, parecia até brincadeira ver ele tão bem vestido na situação em que o mundo se encontrava.

— Estamos sem alimentos.— ela falou quando percebeu que ele não diria nada.— Você poderia me levar até a casa da frente para procurar comida lá?

Ele a encarou, parecia não acreditar naquela história e muito menos ter vontade de a levar lá.

—Por favor.— pediu forçando uma expressão de coitada.