Capítulo 55

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— Se você atirar, você também morre.— Isabel ameaçou pegando sua arma.

Jeremy estava exausto, já escondia a dor constante em sua perna, só queria um pouco de paz, mas a cada segundo tinham um novo problema.

— Abaixe a arma.— Beatrice ordenou.

O homem no mesmo instante obedeceu, era óbvio o respeito que tinham por aquela mulher. Nara ficou intrigada, ele parecia mais forte que ela e mesmo assim era subordinado a ela.

— Não adianta mais, já estamos longe.— Kyon lamentou.— Stevan não vai voltar também.

— Tudo culpa de vocês!— Shayene acusou, não conseguia conter sua língua.— Um bando de egoistas.

— Shayene.— Nara a alertou segurando seu braço.— Não se meta com eles.— sussurrou para que somente ela pudesse escutar.

A mais nova respirou fundo, o clima tenso era quase palpável, Kyon ainda não havia abaixado sua arma.

— Se esse cara não abaixar a arma eu mesma vou atirar.— Lydia falou, se tornava outra pessoa quando alguém ameaçava seu namorado.

Isabel viu a expressão da mulher, era nítido que ela estava com raiva.

— Kyon, por favor.— ela pediu.— Deixa isso para lá.

Kyon não queria esquecer, porém não tinha outra opção, não podia arriscar a vida de todos dessa forma.

— Fechem as janelas, se não olharem não arrumarão mais problemas.— Betrice falou, estava sentada em uma poltrona afastada de todos.

Mesmo a contragosto eles fizeram isso, estavam em maior número, mas sabiam que precisam viver em harmonia.

Shayene se sentia agoniada e sempre espiava pela janela quando podia. Jogava banco imobiliário com Matheus em uma mesinha ao lado da janela.

— Estamos indo para onde?— o menino perguntou pela milésima vez.

Shayene pensou em responder novamente "rumo a morte", porém nem ela sabia. Observou Nara, Kyon, Jeremy e Isabel sentados no sofá, todos conversam aos sussurros é como se escondessem algo serio.

— Shayene.— o menino chamou sua atenção.

— Não sei.— ela respondeu antes mesmo dele terminar a pergunta.

De forma discreta puxou a cortina e espiou do lado de fora.O cenário já era diferente, havia carros batidos nos muros e casas. Restos de veículos e casas incendiadas. Viu alguns corpos em decomposição ou queimados em alguns carros, era um cenário de puro caos.

— Sua vez.— Matheus falou chamando a atenção dela, tinha medo que alguém visse ela expiando.

Shayene voltou a jogar, nem seu pai e nem outros mortos teriam velórios ou enterros. Os mortos dessa vez realmente não receberiam nem um último adeus.

— Por que eles estão indo para o mesmo local que vocês?— Kyon perguntou.— Aquele homem observa cada movimento nosso, chega dar medo.

— Eu não sei, mas eles sempre estiveram atrás de nós, igual quando nos ajudaram naquela cidade que apareceu um bando enorme de carnificiendo.— Jeremy lembrou.

Isabel olhou de relance para a irmã de Stevan, ela permanecia de olhos fechados e não movia um músculo.

— Amanhã chegamos lá e terminamos essa missão. Vamos só rezar para a agência ainda estar de pé quando voltarmos.— Isabel falou.

Seu maior medo era tudo aquilo ser em vão, agradecia por ainda estarem vivos, porém se no final todo perigo que passaram foi em vão não saberia o que fazer.

Ganância - O início do fimOnde histórias criam vida. Descubra agora