CHRIS POV
Saio andando com Dodger perdido em pensamentos, ela parecia estar chorando, o que será que houve?
— O quê estavam conversando hã...aconteceu algo com ela? — Pergunto pra Dodger mas ele apenas me olha com a língua pra fora.
Meu celular toca e vejo que é o Mackie e atendo.
— Chris você tem que vir pro nosso encontro antes das gravações, vai ser bom pra revermos a galera.
— Eu entendo, vou marcar presença por apenas um tempo, você sabe que ja passei dessa fase de festas.
— Cara você é mesmo o Capitão América, virou um velho. — Ri do outro lado da linha e eu o acompanho.
Depois de quase 1 hora resolvo voltar pra casa, Dodger já havia esgotado suas energias de hoje.
Adentro a casa que como sempre exala aquele perfume, vejo Laura na cozinha comendo e como de costume quando me vê pula de susto.— Ah oi...eu parei pra comer algo e a senhora Ada disse que tudo bem se eu pedisse comida.
— Claro...que cheiro é esse?
— Croissants...pode pegar, eu comprei a mais caso você queira. — Não resisto e rio fraco.
— Na verdade eu estava falando do cheiro de perfume...mas eu aceito um croissant.
Vejo que fica sem graça e eu sorrio me aproximando dela e me servindo.
— É lavanda...meu cheiro favorito, gosto de borrifar nos lugares sempre que limpo mas se você não gostar eu poss...— Eu gosto. — A interrompo e ela assente dando atenção ao seu croissant, e minha atenção se prende em vê-la comendo com muita satisfação.
— Caramba eu precisava disso! — Diz e solta um pequeno gemido que me chama a atenção.
— Precisava? Você estava de dieta?
— Não não...sou a pior pessoa pra seguir uma dieta.
— Então por quê "precisava"? — Digo fazendo aspas com a mão e dando outra mordida no croissant.
— Por nada...foi só um modo de falar. — Diz se afastando e indo pra pia lavar as mãos. — Vou voltar ao trabalho.
Resolvo ir para meu escritório ensaiar mais algumas das minhas falas, fiquei tão concentrado que não percebi que já era 16:44, o tempo passou voando.
Desço vendo Laura com Dodger conversando e ela parecia ja estar indo embora.
— Ja está indo?— Sim, precisa de mim pra mais alguma coisa? Digo, na casa...digo, pra limpar. — Rio pelo seu nervosismo.
— Não, esta tudo otimo. — Fico segurando o sorriso, ela me intrigava e eu não sabia por quê.
— Bem eu já vou indo, até semana que vem peludo. — Acaricia Dodger e ando até o carro.
— Eu te dou carona.
— Não precisa eu vou chamar táxi.
— Eu insisto. — Ela parece se dar por vencida e destravo o carro ajudando a colocar suas coisas no porta malas e abrindo a porta pra ela.
— Obrigada. — Sorrio de canto e ela entra, dou a volta entrando e dando partida no carro.
Peço pra que ela coloque seu endereço no gps e ficamos alguns minutos em silêncio.
— Está aqui há quanto tempo? — Decido quebrar o gelo.
— 1 mês. — Assinto com a cabeça sem tirar os olhos da estrada.
— O Dodger gosta de você...acho que você ja percebeu isso. — Olho pra ela e sorrio e ela abre um sorriso que até então eu não tinha visto hoje.
— Tem certeza que ele é mesmo um cachorro? Ele só falta me aconselhar quando converso com ele. — Dou risada assentindo com a cabeça.
— É verdade, ele é especial...soube disso assim que o vi no abrigo de cães. Você tem cachorro?
— Não...— Ri fraco. — ...eu nunca tive um cão, a minha mãe nunca deixou...até que com 14 anos eu vi a nossa vizinha doando filhotes de coelho e não pensei duas vezes em adotar um. — Ri me fazendo rir também com a sobrancelha erguida.
— Um coelho? — A encaro e ela parecia estar alegre ao contar a história.
— Eu o chamei de Ben, ele me seguia por toda a casa e me acordava sempre as 6 da manhã pra ir a escola...— Sorrio sem tirar os olhos da estrada. —...até que percebi que era uma fêmea e não um macho. — Rimos.
— E o que aconteceu com ele...ela?
— Bem com o tempo Ben começou a roer tudo que via, incluindo os fios dos eletrodomésticos e as plantas da minha mãe...então eu tive que doar pra um amigo.
— Eu sinto muito. — Ela sorri sem mostrar os dentes e ficamos em silêncio de novo.
Ela me mostra onde mora e eu estaciono na calçada, decido ser mais rápido e saio dando a volta pra abrir o carro pra ela.
— Obrigada pela carona, se eu esperasse o táxi provavelmente ainda estaria na sua casa. — Ri e eu sorrio de canto.
— Não foi nada... — A encaro ainda sorrindo e ela parece despertar começando a se afastar.
— Ok até próxima semana. — Acena e eu aceno de volta, dou a volta e entro no carro dando partida.
Ao chegar em casa me sento no sofá, pego meu celular e entro no Instagram tentando achar a conta da Laura, Ada me disse seu sobrenome na semana passada mas eu estava em dúvida se devia procurá-la.
Acho sua conta e vejo que é publica, vejo sua última postagem e foi na semana passada.
💜💙✌🏼
Fico olhando sua foto e não me entrava na cabeça uma mulher jovem, bonita e comunicativa como ela estar limpando casas.
E isso me deixava cada vez mais curioso em saber mais dela.
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Amor Ao Acaso
RomanceLaura é uma mãe solteira que decide recomeçar sua vida nos Estados Unidos trabalhando como faxineira, o que ela não esperava é que essa decisão daria uma grande reviravolta em sua vida marcada por abusos psicológicos e traumas.