ERA - Sede do Conselho Mágico - 29 de março de x792
O mago de cabelos escuros e levemente bagunçados, caminhava pelos corredores da sede, sem conseguir disfarçar sua apreensão. Não era muito difícil que ele recebesse ordens diretas dos membros daquela instituição, contudo, era totalmente incomum - ao menos para ele - ser chamado pelo presidente.
Era de conhecimento geral que Gran Doma só confiava missões a pessoas de sua extrema confiança.
Também era fato que o mago, cuja face era marcada por uma cicatriz em forma de cruz, não integrava esse grupo restrito.
Portanto, ser convocado repentinamente pelo presidente, obviamente não significava boa coisa. E ele nem se atrevia a iludir-se com o contrário.
Ao alcançar secretaria que antecedia o grandioso gabinete, estranhou a ausência da funcionária responsável pelo local. Respirando profundamente e preparando seu psicológico para o que quer que estivesse por vir, o homem caminhou até a elegante porta branca que dava acesso ao cômodo seguinte. Sem mais delongas, bateu três vezes contra a madeira fria.
— Entre. - A voz frígida, rabugenta e imponente retumbou com facilidade, mesmo considerando todas as barreiras físicas que os separavam. Sem pestanejar, o recém chegado obedeceu. - Doranbolt! - O presidente exclamou, assim que ambos os magos estabeleceram contato visual.
— Senhor. - Respeitosamente, saudou, adentrando o ambiente e fechando a porta.
— Você demorou. - Sem preocupar-se em ser educado, o homem velho reclamou.
— Peço que me perdoe por isso, Senhor. - Desculpou-se o mais novo, de forma solene.
— Suponho que tenha vindo andando. - Divagou. - Não poderia ter se teleportado? - Indagou, ajeitando o enorme chapéu negro. - Já que foi agraciado com uma magia tão útil, deveria usá-la para atender o chamado urgente de um superior, não acha? - Alfinetou, sem cerimônia, deixando Doranbolt ainda mais desconcertado.
— Mais uma vez, peço que me perdoe, Senhor. - Pediu. - Eu não usei minha magia pois estava um tanto...
— Nervoso? - O presidente cogitou, certeiro. - Imaginando o porquê de eu chamar, com tamanha premência, justamente você? - Completou, desfiando cada palavra com certa superioridade.
— Sim senhor. - O mago mais novo apenas confirmou, não gostando nada do rumo que a conversa estava levando.
— Presumo que a cada passo percorrido, você tenha elaborado teorias que justificassem minha convocação. - Ponderou, voltando seu olhos para alguns documentos oficiais espalhados por sua mesa. - Todas ruins, acredito.
— Não posso negar tal fato. - Respondeu Doranbolt, coçando a cabeça de forma nervosa.
— E eu estou certo de que, ao menos uma delas, está parcialmente correta. - O presidente comentou, erguendo novamente a cabeça para que seu olhar cortante caisse diretamente sobre o semblante amedrontado do outro.
— Senhor... - Doranbolt começou.
— Não vou me alongar em jogos psicológicos, garoto. - O mais velho anunciou, levantando-se. - Contarei de vez o meu propósito.
Doranbolt não pôde evitar de engolir em seco. O presidente Gran Doma, apenas pela aparência, já conseguia provocar certo temor nas pessoas. O chapéu negro, a longa capa que habitualmente trajava e o cajado em forma de serpente não formavam um conjunto muito simpático. Além disso, Os olhos sisudos combinados com os longos cabelos alvos e a enorme barba, lhe conferiam um aspecto arrogante e sinistro.
— Estou ciente de que você agiu algumas vezes fora das ordens que lhe foram dadas. - Revelou, observando o quanto o corpo do jovem parecia rígido. - especialmente, durante Os Grandes jogos Mágicos do ano passado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Conspiração
FanfictionLucy com certeza não estava preparada para ser mãe, assim como Natsu não fazia a mínima ideia do que é ser um pai. Mesmo assim, uma gravidez inesperada virou do avesso o mundo dos dois magos da Fairy Tail que, repentinamente, se viram obrigados a a...