31. Rejeição

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Magnólia - 25 de abril de x792

Quando Mirajane disse que trabalharia para usar a popularidade da prisão de Lucy a favor deles, não estava, de forma alguma, brincando. E o "Casal NALU" - como vinham sendo chamados Natsu e Lucy, em todas as publicações que apreciam - descobriu isso da forma mais difícil.

Não que eles tivessem insatisfeitos. Muito pelo contrário, estavam gratos por todo o esforço da albina e dos demais colegas de Guilda em ajudá-los naquele momento tão difícil, que ainda estavam descobrindo como enfrentar. Contudo, também estavam cansados, tinham que admitir. Afinal, após a revelação do plano da garçonete, passaram dias a fio apenas por  conta de entrevistas e sessões de fotos.

O resultado, ainda era balanceado: Enquanto parte da população apoiava o casal com fervor, outra praticamente condenava a pobre loira, achando inaceitável a sua liberdade condicional, uma vez que o lugar de criminosos é na cadeia ou coisa pior.

Assim, da mesma forma que muitos iam de encontro aos dois magos quando eles andavam pelas ruas, outros atravessavam para o outro lado para não ter que caminhar próximo a eles.

Enquanto tentavam se adaptar a essa nova realidade, os dias foram passando, de forma impiedosa, trazendo à porta uma necessidade que os pais de primeira viagem negligenciaram o quanto puderam, mas já estava se tornando insustentável: trabalhar para suprir suas novas e antigas despesas.

Os motivos de Lucy eram óbvios para manter-se inativa: como condição de sua liberdade, não poderia usar magia - fato que suas ridículas pulseiras inibidoras não lhe deixavam esquecer - ou deixar a cidade de Magnólia. Natsu, por sua vez, adiou suas missões o quanto pôde, pois não queria deixar a parceira sozinha.

Infelizmente, viram o momento em que não poderiam mais protelar. Afinal, tinham um filho para criar.

Assim, o mago do fogo acertou com seu time a sua primeira missão desde que descobrira que seria pai. Uma não muito difícil ou longa, para que Lucy não ficasse tempo demasiado sozinha. A loira, por sua vez, faria missões pequenas, dentro da cidade, aquelas escanteadas pelos demais magos, que não demandavam o uso de magia mas, apenas, um membro de uma guilda conhecida.

Uma vez decidido seus próximos passos, os dois magos se prepararam, e encontraram com o restante do time na porta da guilda, onde aproveitaram para se despedir. Após arrancar uma longa lista de promessas da loira, dentre as quais incluía que  não se esforçaria demais e o avisaria de imediato caso qualquer problema ocorresse, o jovem de cabelos róseos sentiu-se preparados para a breve separação.

— Eu volto ao fim do dia. - Gatantiu, um aviso tranquilizante, tanto para ele quanto para a sua parceira.

— Eu sei. - Afirmou Lucy, pressionando a mão dele, que ainda estava entrelaçada a sua.

Sem mais delongas ou gestos, o casal se despediu com um simples "até mais", para a frustração dos poucos observadores que espreitavam. Aparentemente, ainda não estavam preparados para demonstrações de afeto abertas ao público.

Lucy fez questão de observar Natsu e seu time desaparecerem ao dobrarem a esquina, antes de finalmente virar-se para o lado oposto, causando alívio de Doranbolt, que estivera parado feito um poste ao seu lado, firme na função de vigiá-la.

— Agora sobramos só nós dois. - Gracejou a loira, encarando de esguelha o membro do Conselho.

— Está falando comigo ou com o bebê? - O moreno indagou, se aproximando.

— Com você. - Respondeu, fitando o anúncio do panfleto que segurava. - Mas sua pergunta me fez lembrar que somos três, na verdade. - Corrigiu, guardando o papel em sua bolsa transversal. Teria que se habituar ao fato que, nos próximos meses, jamais estaria sozinha, realmente. - Vamos? - Chamou.

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