ERA - 07 de abril de x792
Mais uma manhã, precedida por uma de muitas das noites mal dormidas da última semana.
O dia não precisara clarear para que Lucy despertasse. Ao contrário: Ela havia passado a madrugada oscilando entre a lucidez e a inconsciência, sem conseguir descansar, de fato.
Também, pudera. Ninguém poderia criticá-la por não conseguir dormir na noite antecedente ao seu julgamento. Contudo, a loira permaneceu, bem quieta em sua desconfortável cama, aguardando o momento em que a estridente sirene tocaria, alertando que, todos os prisioneiros, sem exceção, deveriam despertar.
Quando o som azucrinante cortou o ambiente, fazendo com que seus tímpanos protestassem violentamente, a loira apenas sentou-se sobre o colchão, aguardando o primeiro contato do dia com os terríveis carcereiros.
Ela sabia que, os demais detentos, eram diariamente conduzidos por volta desse horário ao refeitório para que pudessem realizar o desjejum, em completo silêncio. No caso de qualquer transgressão, os guardas eram autorizados a discipliná-los como entendessem conveniente. Todavia, a rotina da loira era diferenciada.
Desde sua chegada ali, a maga não deixou a cela em que fora trancafiada sequer uma vez, a não ser pelas ocasiões em que era conduzida para usar o banheiro e tomar banho e, por um breve momento, ocorrido alguns dias antes, onde a levaram para conversar com Makarov, seu defensor. Aparentemente, o fato dela supostamente ter cometido crimes contra o Estado, se mostrava o suficiente para ensejar seu isolamento.
Na realidade, ela até preferia assim. Não gostaria nem de imaginar o que poderia acontecer consigo e ao seu bebê, se caso um dos guardas cismasse que ela estaria agindo desobedientemente e resolvesse discipliná-la.
Aliás, esse fora um dos pontos enfatizados por Makarov, no curto diálogo que tiveram. As orientações do mestre foram diretas e claras: Não se meta em problemas. Não diga nada a ninguém, a menos que solicitem. Não mencione sua condição especial, até que eu diga que o faça.
É claro que a jovem estranhou o fato de não poder comentar sua gestação com ninguém, porém, ela não estava em posição de questionar. De certa forma, ela até sentia que seu filho estaria mais seguro desta forma. Sem que as terríveis pessoas que estavam submetendo-a àquela tormenta, soubessem de sua existência.
Enquanto repassava em sua mente as palavras de Makarov, a Lucy levou, instintivamente, as mãos ao abdómen. Podia ser impressão sua, mas ela tinha a sensação de que um pequeno volume começava a destacar-se naquela região, o que não seria realmente estranho. Afinal, ela havia alcançado o quarto mês de gestação.
— Quatro meses! - Sussurrou, sorrindo de leve, surpreendendo-se ao constatar que atingira tal marca naquele exato dia.
Entretanto, não pôde evitar de ser preenchida pela preocupação. Sabia que, a partir dali, a tendência era que sua barriga crescesse cada vez mais, portanto, não poderia ocultar a gestação por muito tempo.
Suas divagações foram bruscamente interrompidas pelo som de passos pesados, ecoando pelo corredor. Sobressaltada, a loira tratou de tirar as mãos do ventre e normalizar a respiração. Pouco depois, o rangido metálico que a fechadura da enorme porta provocava ao ser destrancada preencheu o ambiente.
Lucy observou dois guardas com cara de sapo adentrarem a cela. Um deles, trazia a bandeja com o seu café da manhã. O outro, uma sacola de papel.
— Aquela modelo da sua Guilda trouxe essas roupas, para que você usasse no julgamento. - Contou o que segurava a sacola.
— Mirajane? - A maga inquiriu. Entretanto, os guardas apenas lhe lançaram olhares superiores e a ignoraram.
Resignada, a jovem assistiu cada qual deixar a própria carga sobre o colchão, antes de, em conjunto, caminharem em direção a saída.
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Conspiração
FanfictionLucy com certeza não estava preparada para ser mãe, assim como Natsu não fazia a mínima ideia do que é ser um pai. Mesmo assim, uma gravidez inesperada virou do avesso o mundo dos dois magos da Fairy Tail que, repentinamente, se viram obrigados a a...