6. Duas Semanas

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Magnólia - 15 de dezembro de x791

Natsu virou a terceira bebida que tinha pedido, engolindo todo o conteúdo da caneca de uma só vez. Estava frustrado e, acima de tudo, preocupado. Uma semana havia se passado desde o seu retorno a Magnólia após a missão de pesca. E nesse período não tivera nenhuma notícia de Lucy.

Certo, dizer que não recebera nenhuma notícia talvez fosse exagero. Tão logo retornara da missão, foi avisado por Makarov que a maga estelar ficaria ao menos duas semanas fora, e que o local onde ela estava - aliás, onde raios ficava esse maldito lugar? -, era basicamente incomunicável. Reprimindo a vontade de berrar com o velhote, o dragon slayer limitou-se a questionar, revoltado, a razão de tal isolamento, recebendo unicamente a resposta de que, devido a importância e influência do empregador, ele mantinha sua propriedade incomunicável, para evitar de ser rastreado, protegendo assim sua família.

Ok, era justificável até. Isto é, para qualquer criatura na face de Earthland, não para Natsu, que não conseguia imaginar como passaria duas semanas sem uma notícia sequer da loira. A desconfiança de que aquele trabalho poderia ser uma armadilha começava a atormentá-lo, fazendo com que ele revivesse mentalmente o pânico provindo do incidente com o Projeto Heaven.

Definitivamente, ele não deixaria que nada levemente semelhante acontecesse novamente. Verdade que ele tinha prometido ao mestre que não faria nada nessas duas semanas - apenas porque o velhote tinha jurado pela guilda e pela primeira mestra que Lucy estava segura -, mas passado esse tempo, se não recebesse qualquer sinal de vida de Heartfilia, sairia a sua procura, e iria achá-la, fosse em Fiore, Édolas, ou mesmo no inferno.

E assim, sete dias se foram, fazendo com que o mago se aproximasse, pouco a pouco, do seu limite.

— Mais uma, Mira! - Concluindo os próprios pensamentos, pediu a Albina, que secava alguns copos.

— Não acha que chega por hoje, Natsu? - Mirajane perguntou, se aproximando.

O dragon slayer, querendo demonstrar irritação, armou um bico. Porém, seu objetivo foi falho, pois a albina classificou aquela expressão como adorável.

— A Cana sempre pôde beber o quanto quisesse, e ninguém nunca falou nada. - Respondeu, usando argumentos infantis.

— Isso não é verdade. - Mira rebateu, debruçando-se no balcão. - Todos sempre alertamos a Cana os perigos de beber em excesso. Só que foi o mesmo que dar murro em ponta de faca.

— Então por que eu não posso continuar bebendo? - Questionou.

— Você pode. - Disse a albina. - Acontece que você não tem o costume de se embebedar. E também, só está fazendo isso por estar preocupado com a Lucy. - Deduziu. - Se você ficar embriagado nesse estado, corre o risco de quebrar a promessa que fez ao mestre. - Justificou.

— Isso não vai acontecer. - Negou Natsu.

— Mesmo que não aconteça. A bebida não vai diminuir sua preocupação com a Lucy. Apenas vai distraí-lo por um tempo. Amanhã certamente ainda estará preocupado e, de brinde, de ressaca.

— Acho que nunca vi você negando bebida a ninguém. - Alfinetou Salamander, como último recurso.

— Eu também nunca vi você tão preocupado com alguém. - Devolveu a take over, fazendo o jovem corar. - Diga Natsu, por quanto tempo vocês pretendem continuar fingindo que nada está acontecendo? - Arriscou a perguntar, mirando-o com os olhos azuis repletos de curiosidade.

— Co-mo? - Desconcertado, o mago do fogo gaguejou. - Eu não sei do que você está falando! - Recuperando a firmeza na voz, respondeu, desviando o olhar.

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