27. Atentado

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ERA - 07 de abril de x792

Lucy sobressaltou-se com o forte rangido metálico que a porta de sua cela fez ao se abrir. A loira ainda estava naquele estagio, entre a consciência e o sono, quando o barulho a assustou. Seu coração martelava disparado, os olhos procuravam por quem quer que estivesse ali naquela hora.

Demorou um pouco para que a loira percebesse que ainda era fim de tarde. Após recusar o almoço, graças a intensa náusea que voltara com toda a intensidade, a maga estelar resolveu deitar-se, tentativa desesperada de amenizar o mal-estar.

Contudo, não foi apenas o enjoo que dificultou a chegada do sono. Após os eventos ocorridos na primeira sessão do julgamento, sua cabeça estava a mil e a ansiedade a atacava impiedosamente, o que contribuiu para que o tão propício descanso atrasasse consideravelmente.

E quando suas pálpebras finalmente pesaram, a jovem foi trazida de volta a realizade com a chegada de dois carcereiros.

Tentando se recompor, Lucy aguardou pelo pronunciamento das criaturas. Sabia que não seria necessário perguntar a razão da visita repentina.

— Lucy Heartfilia. - Um dos guardas chamou. - Nos acompanhe. - Emendou, deixando bem claro em seu timbre que aquilo não se tratava de um pedido.

Receosa, a loira pestanejou.

— O que está acontecendo? - Perguntou, sentando-se na desconfortável cama.

— Apenas nos ordenaram que a conduzíssemos. - Respondeu o outro carcereiro.

A maga estelar observou por um instante os dois guardas parados a frente de seu leito. Sabia que eles não diriam nada mais. Pouquíssimas pessoas que circulavam por entre aqueles muros de pedra se dispunham a lhe passar qualquer informação.

Mesmo ciente de que não havia alternativa senão obedecer, algo em seu interior gritava para que ela ficasse. Na verdade, para que corresse. Mas isso era impossível, sabia.

Talvez, por tal razão, ela tenha permanecido petrificada em sua cama. As pernas começaram a tremer violentamente. Não conseguiria se levantar. Impacientes, as duas criaturas se aproximaram.

— Perdão, não me sinto bem. - Falou. Estava sendo sincera.

— Nós a ajudaremos. - O primeiro guarda respondeu. Uma frase aparentemente gentil que definitivamente não trazia essa característica no modo como foi pronunciada.

— Ok. - Respondeu, derrotada.

Os dois carcereiros não tardaram a algemá-la e praticamente a suspenderam da cama, pondo-a de pé. Teriam a arrastado, se fosse necessário, mas a jovem obrigou-se a caminhar, lentamente, ainda que suas pernas vacilassem.

Lucy foi escoltada até o fim da ala em que estava confinada. Tomando o mesmo corredor que usavam para sair, os guardas levaram-na pelo outro lado, dobrando a esquerda em um novo corredor. Ao fim deste, longas escadas se projetavam para baixo.

A maga desceu os inúmeros degraus, e foi conduzida por novos corredores, tantos que provavelmente se perderia se tivesse que voltar para sua cela sozinha. Logo, chegaram a um novo pavilhão. Por instinto, ficou ainda mais desconfiada ao perceber que se tratava de uma ala hospitalar.

Os guardas levaram Lucy até uma porta afastada, bateram e abriram. Ao adentrar o local, a maga reparou principalmente em três coisas: Uma cama hospitalar, um médico e uma enfermeira, ambos igualmente mascarados.

— Por que me trouxeram aqui? - Indagou aos guardas, que permaneceram em silêncio.

— Os membros do conselho solicitaram que eu atestasse sua gravidez, para garantir que o prontuário apresentado no julgamento não é falso - O médico respondeu. Lucy estranhou o traje exagerado dos profissionais e irritou-se por não poder identificá-los por nada além dos olhos. Os dele, eram azuis claros, enquanto os da enfermeira, castanhos.

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