42. Asas da Determinação

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Magnolia — 6 de Julho de x792

— Lucy! Você está bem? — O espírito Leo indagou, enquanto agachava-se e amparava a figura prostrada da maga estelar.

— Ela está nascendo, Loki — a loira respondeu, entre soluços, os olhos cor de chocolate transbordantes de pânico. — Só que ainda não é a hora — acrescentou, encarando a poça de líquido amniótico que se acumulara ao seu redor.

Ela sequer havia processado a experiência de quase morte, ou refletido sobre o que exatamente havia afastado os inimigos e impedido esse destino cruel, a segurança de seu bebê novamente assumindo a liderança em sua lista de prioridades.

— Precisamos tirar você daqui, hime — a voz preocupada da Virgo chamou a atenção de Heartfilia. — Mas ainda não consigo cavar. Apesar do cancelamento do feitiço que impedia o uso de magia pelos magos da Fairy Tail no perímetro da sede da guilda, o solo continua congelado — avisou.

— Então são duas magias separadas — Loki seguiu o raciocínio. — Bem, precisamos tirar a Lucy daqui e só há um caminho. Porém não sabemos quantos inimigos haverá nele — avaliou a situação, fitando a escada que conduzia à única  saída da biblioteca.

— Eu posso abrir caminho — aparecendo repentinamente, Libra se dispôs.

— Eu não vou deixar a Fairy Tail — Lucy decidiu, passando as mãos sob os olhos, para secar todas as lágrimas. — Como Loki disse, não sabemos quantos inimigos enfrentaremos lá fora e, comigo neste estado, vocês terão limitação nas capacidades de luta e mobilidade — argumentou, levantando-se com a ajuda de Leo, a voz ainda tremendo como efeito do atentado recente.

— Mas Lucy, se você continuar aqui, é uma questão de tempo até que mais algum inimigo te encontre — o espírito do leão contrapôs, enquanto encarava o corpo imóvel de Miori, que estava em sua maioria recoberto por ferimentos que aparentavam ser queimaduras.

— Mas mesmo que eu consiga sair, nada garante que eu encontrarei um abrigo seguro — sustentou. — A essa altura, o Conselho Mágico já deve estar preparado para me capturar, esperando apenas o resultado do conflito para agir, como sempre faz — conjecturou. — Por isso precisamos de um abrigo que inimigo nenhum entre. A prioridade agora é conseguir um lugar seguro para a minha filha nascer — concluiu, antes de curvar-se novamente sobre o próprio ventre, sofrendo de uma nova contração.

— Ao menos vamos deixar a biblioteca — insistiu Virgo.

— Ainda não. Acredito que há algo aqui que vamos precisar — quando a onda de dor passou, informou a loira, voltando-se em direção às prateleiras. — Crux! — chamou, enquanto pressionava o elo prateado do cordão que seus espíritos lhe deram para emergências.

Imediatamente, o espírito de prata moldado em uma estranha cruz metálica com bigodes, apareceu diante de sua contratante.

— Velho Crux, preciso que me ajude a pesquisar um feitiço e me diga se ele existe em algum dos livros da biblioteca da Fairy Tail — pediu, o olhar denunciando que apostava a própria segurança e a de sua filha nesse novo plano.

...

Vila do Sol — 6 de Julho de x792

Absolut Zero olhou para a palma  de sua mão direita, que até segundos antes sustentava a estaca de gelo maldito que simplesmente desaparecera no ar.

Estava curioso, mais que qualquer coisa, por seu feitiço ter simplesmente se desfeito sem explicação aparente, sentimento que não tardou a se transformar em irritação.

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